REFLEXÕES SOBRE A PÁSCOA

O domingo de páscoa tem para os cristãos um significado muito importante. Depois dos sofrimentos de Jesus na sexta feira, relembrados pela Via Sacra, e que culminaram com a sua crucificação, uma nova vida surge, sem dores nem constrangimentos.

Naquela época, os judeus eram um povo escravizado e dominado pelos romanos. A fama de Jesus chegou ao conhecimento deles, através de seus denominados milagres e passou a ser considerado um perigo para o seu império. Entendiam ser alguém que liderasse os judeus num provável golpe contra o regime instalado. Assim, também entendiam os judeus e por conta dessa possibilidade o aclamaram com ramos de oliveiras na sua chegada à Jerusalém, montado num burrinho. Era um domingo, que hoje denominamos Domingo de Ramos, uma semana antes da Páscoa. Ansiavam por um líder político que os libertasse do jugo romano, o messias que os profetas anunciaram.

Depois de preso pelo Império, o governador da Judeia, Pôncio Pilatos, entrevistou Jesus e indagou se ele seria o Rei dos Judeus. Cristo respondeu que ele realmente era um rei, porém seu reino não era deste mundo. Antes, Jesus, não mais identificado pelos judeus como o novo messias, já havia sido interrogado no Sinédrio, assembleia judia constituída por anciãos da então classe dominante, com destaque para Caifás sumo sacerdote, que o julgou e o condenou por blasfêmia. Após considerá-lo culpado, Caifás o entregou a Pôncio Pilatos, já aí acusado de sedição contra Roma. Entretanto, Pilatos não se convenceu da culpa do acusado e preferiu deixar a solução ao povo, ao perguntar se os presentes optavam pela liberdade de Jesus ou de Barrabás. Lavou as mãos.

Inocente, mas duplamente condenado, Jesus foi crucificado, supremo castigo, pena de morte reservada a grandes criminosos. O condenado é açoitado sem vestes e depois pregado à cruz pelos pés e pelas mãos e, em geral morre por asfixia.

Após a morte, entretanto, Jesus desapareceu do túmulo onde havia sido enterrado e no terceiro dia apareceu a seus fiéis seguidores. Esses acontecimentos serviram para demonstrar aos humanos várias verdades, ainda que tenham passados mais de 2000 anos. Em primeiro lugar, mostrou a seus seguidores que nós somos muito insignificantes diante do poder de Deus. Com seus “milagres” ensinou que pouco sabemos sobre Ciência e sobre o Criador. Em segundo lugar, demonstrou que somos espíritos encarnados e que há uma vida além da terrena, numa outra e desconhecida dimensão. Em terceiro lugar, falou da importância que têm as virtudes, como a Caridade, o Amor ao próximo, a Humildade no trato cotidiano e a Honestidade das nossas ações, no nosso esperado desenvolvimento moral e espiritual.

Esperemos que a Páscoa seja o nosso renascimento interior e que o fim da pandemia ora em curso possa vir a ser um novo despertar das nossas consciências, no sentido de aperfeiçoarmos nosso convívio com os outros seres humanos e com o próprio planeta em que vivemos.

Feliz Páscoa a todos.