PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 23,1-12)(02/03/21)
 
Caríssimos, desde a criação do mundo que Deus nos deu a obediência como meio de vivermos unidos a Ele e desse modo participarmos da Sua Natureza Divina, como seus filhos e filhas. Ocorre que ao quebrar essa aliança de amor com o Senhor pela desobediência, nossos primeiros pais, perderam o estado de graça e a plena amizade com Ele, e isso causou os desequilíbrios que vemos assolar toda a criação.
 
No entanto, porque o Senhor nos ama, enviou o Seu amado Filho, Jesus Cristo, para nos libertar da maldição do pecado. E como disse o Profeta Isaías: "Ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos", ou seja, as consequências da nossa desobediência, para unir a nossa natureza humana decaída à Sua natureza divina redentora, e assim voltarmos à perfeita obediência que havíamos perdido com os nossos primeiros pais.
 
Com efeito, como entender o amor de Deus por nós? Basta olharmos Jesus crucificado para compreendermos que foi por seu sofrimento e morte cruenta que o Senhor nos libertou das cadeias do pecado, do poder do maligno e do inferno, ao custo do derramamento do Seu preciosíssimo Sangue.
 
Desse modo, ao permanecermos unidos a Ele pela obediência à Sua Palavra, pela vivência dos Sacramentos, o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, nos tornamos seus discípulos e percorremos com Ele a via da perfeição eterna que nos leva ao céu.
 
No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos faz uma alerta: “Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a move-los, nem sequer com um dedo.” Ou seja, a prática da fé se traduz pelo exemplo de vida, e não pela aparência ou superficialidade estéril.
 
Portanto, caríssimos, muito cuidado com o fermento farisáico, pois ele não passa de uma armadilha traiçoeira. Destarte, busquemos viver interiormente as graças e bênçãos que de Deus recebemos, pois é isso que nos faz ser santos como Ele é Santo.
 
Paz e Bem!
 
Frei Fernando Maria OFMConv