APROXIMAÇÃO DO FIM
APROXIMAÇÃO DO FIM
A nossa temporalidade nos dá a conhecer que há um começo e que haverá um fim. De um modo geral, todos nós vivemos desta maneira. Pode ser o início de um projeto que deu certo, já sabendo que não será eterno, um dia terá seu fim. Como dizem: a criança já nasce chorando, como se estivesse adentrando ao tempo do fim, ou seja, o curto espaço entre o nascimento e a morte – tão normal quanto à vida, a morte também o é. Parece chato, nesse tempo de isolamento, invocar o fim. Todavia, em razão da nossa inteligência, ao sentir a aproximação do fim, pode ser o fim em qualquer circunstância, ele deve ser lembrado, tanto aos recém chegados à vida, aos que estão em meio ao seu caminho, e aqueles que bem sabem quando pouco lhes resta desta vida vã. É claro que, em qualquer de nossos projetos, temos consciência das possibilidades dos erros e acertos ou, quaisquer intempéries, o que em qualquer momento nos exigirá tomar decisões até mesmo radicais. Por exemplo, ter coragem para mudar tudo o que fora planejado. No entanto, não é assim, quando pensamos em nossa existência, o tempo não poupa a ninguém. De que forma lembrarão que existimos? Qual terá sido o nosso legado? Quando em de nossos projetos empresariais, trabalhamos com uma empresa familiar, e como tal, foi necessário fazer com que todos entendessem que uma empresa é “cega”, ou seja, ela não pode poupar ninguém que nela trabalha se ela não produzir lucro. Melhor ainda, não é por ser irmão, primo ou parente, todos devem corresponder ao cargo que ocupa, na visão de alcançar “lucro”, propósito pelo qual foi criada. Portanto, acima de todos esses propósitos, no caso em tela, estava a projeção quanto ao possível futuro de empresa. Seus proprietários não tiveram tempo de formação acadêmica, mas pelo ímpeto do trabalho incansável fazia com que a empresa produzisse. Assim, como enfrentaria o futuro, caso não despertasse nos futuros herdeiros, estudar já com a finalidade de conduzir a empresa dentro do conhecimento tecnológico e científico a que estava predestinada? Não fosse feito um planejamento a longo prazo, essa empresa já não existiria mais. A Família pode ser comparada como uma empresa, ela precisa ter um bom projeto para – prosperar no amor, prosperar financeiramente, prosperar espiritualmente e principalmente, prosperar filialmente. Os filhos de hoje, não dão somente despesa e trabalho na sua formação, mas são as colunas que nos protegerão quando a velhice chegar. Quem não crê nisso, é melhor já ir reservando sua vaga no asilo. Quando se aproxima do fim, precisamos ser sábios, tomar de tudo que aprendemos, passar o máximo para os outros que estão começando – eles serão a sua memória, quando não mais você estiver aqui. Mais ainda, tudo o que você fez ou viera a fazer, tem peso de eternidade. Quem viveu ou tem vivido a vida dentro dos padrões do Criador, bem sabe que, vencido o tempo, estaremos “de volta para casa”, nos moldes da Gênese, nos moldes do Éden. Fomos criados dentro deste propósito maior. Não teria nenhum sentido, se depois disso tudo que construímos – nosso nome, a nossa história e depois fosse tudo apagado. O Criador nos fez com um propósito eterno, e para lá iremos todos nós, seja para o bem, seja para o mal. Moisés, o grande legislador e poeta, ao sentir a sua aproximação do fim, ensinou ao povo de Israel reunido as palavras desta canção: “Ouça-me, ó céus, e eu falarei; E que a terra ouça as palavras da minha boca. Minha doutrina cairá como a chuva, minhas palavras destilarão como o orvalho, como o chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a erva. Porque proclamarei o nome do Senhor, Engrandecerei o nosso Deus. Lembra-te dos dias da antiguidade atenta os anos de geração e gerações; pergunta a teu pai, e ele te informará, aos teus anciãos, e eles te dirão.” O Filósofo Max Muller definiu um aforismo a relação do passado com o presente: “Se há uma chave no presente, que é o passado”. E o passado do povo Judeu – como muitos judeus e gentios esclarecidos perceberam – era a sua glória imortal. No âmago da sua cultura religiosa, irradiando e penetrando profundamente todos os recantos e aspectos da sua vida coletiva, estava a crença num único Deus. Coube, porém, ao gênio de Moisés o libertador, e daqueles inspirados “aguilhões” da consciência de Israel, defensores dos pobres e dos fracos contra os opressores – os profetas Amós, Isaias, Oséias, Micah e Jeremias, fazerem evoluir uma nova concepção do Deus único, um Deus moral, junto e envolto em santidade. Essa ideia, até então sem precedentes, deu origem início a uma nova ética em que predominavam ideias e sentimentos de humanidade, amor fraternal, amparo mútuo, e responsabilidade social. Hoje, a geração dos sessenta, setenta anos ou mais, são os últimos de uma geração em que ainda se pode contar como conselheiros, ajudadores, amigos conscientes de que o mundo em que vivemos jamais voltará a ser aquele em que esse time conheceu e viveu. De alguma forma, em alguns dos sentidos da nossa abordagem nesse deslinde favorecerá a lembrança de que somos temporais, a eternidade está logo ali. Lamentavelmente, estamos vivendo mais próximos do fim. O ajuntamento das famílias viabilizará o sustento, fortalecerão os elos de amizade e amor. É claro no esforço dividido das responsabilidades, das finanças e bastantes apoio uns com os outros. Esteja certo de que, dias tenebrosos virão, quando será muito difícil suportar as cargas e ataques de muitos, que vivendo maldosamente, tentarão destruir o bem e implantar o mal. Enquanto isso, o bom conselho para os próximos anos, primeiro deve ser cultivar a fé, aprender a falar com Deus, procurar fazer a vontade de Deus (basta ler o Manual – a Bíblia). Tudo está no Manual do fabricante, basta ler as instruções que os medos se dissiparão, a fé conduzirá os dias tenebrosos que virão. Quem crê viverá, quem não crê, perderá o sono, porquanto estamos próximos do fim.
22\01\2021