“perdoa-nos as nossas dívidas...” Mateus 6.12

O Pai é nosso, o pão é nosso e as dívidas também são. Nessa oração toda individualidade é colocada de lado para dar lugar ao nosso, aquilo que é comum, aquilo que partilhamos. Se chamamos Deus de Pai, significa que somos irmãos, e como tal partilhamos as coisas boas e ruins, entre essas, nossa dívida para com Deus, uma dívida enorme que sem dúvidas foi paga na cruz, e aqueles que pela fé recebem a Jesus como Salvador e Senhor experimentam o perdão. A dívida é tão grande que Jesus contou uma parábola registrada em Mateus 18.24-35 onde um homem devia dez mil talentos ao seu patrão, o qual lhe perdoou tudo. Dez mil talentos é uma hipérbole, pois é uma quantia enorme que dificilmente um trabalhador poderia ter, mesmo economizando por toda sua vida. O foco da parábola está no perdão de uma dívida impagável, e em seguida a negação do perdão a uma dívida simples, isto é, cem denários. “Perdoa-nos as nossas dívidas” é a quinta petição nesta oração, e não quer dizer que o perdão esteja condicionado a frase seguinte, ou seja, “assim como nós temos perdoado nossos devedores”. Na verdade, nós perdoamos nossos devedores quando de fato experimentamos o perdão verdadeiro de Deus, quando percebemos o tamanho da dívida que tínhamos e mesmo assim fomos perdoados. Talvez você possa questionar o porquê de se pedir perdão, uma vez que Deus já nos perdoou através da obra de Cristo. Mas o benefício de se pedir o perdão diário é experimentar cotidianamente essa dádiva, assim como pedimos o pão de cada dia. Pedir o perdão diário é reconhecer que diariamente pecamos, reconhecer que precisamos de arrependimento todos os dias, não somente um arrependimento pessoal, mas também de todo povo de Deus, “perdoa-nos as nossas dívidas”. No antigo testamento esse sentimento coletivo era bem mais evidente. Quando um pecava todos sofriam como foi no caso do pecado de Acã registrado em Josué 7. Outro acontecimento notório se deu no tempo do rei Josias, quando este promoveu uma grande reforma espiritual em toda nação de Judá e ao ler os mandamentos descobriu em que toda nação estava em pecado por não guardarem as prescrições ali contidas. Temos ainda Esdras que orou confessando os pecados de toda nação. Isso nos leva a pensar em como devemos chorar por nossos pecados pessoais, mas também pelos pecados de todo povo de Deus. “Perdoa-nos as nossas dívidas”. Somos sempre devedores, em palavras, em atos e em pensamentos. Graças a nosso bom Deus que sempre tem nos tratado segundo sua misericórdia.

Rev. Marcelo Junio.

Marcelo Junio Silva
Enviado por Marcelo Junio Silva em 10/10/2020
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