Sob o mesmo Céu, diferentes horizontes

"Vivemos todos sob o mesmo céu, mas nem todos temos o mesmo horizonte." Konrad Adenauer.


Deus tem falado muito a nós nestes dias. Entretanto cada um ‘escuta’ esse falar de forma subjetiva. Embora estejamos debaixo do mesmo céu, o horizonte varia de acordo com o ponto de vista de cada um. Segundo a Bíblia: “O Espírito está sujeito ao profeta.” 1Cor. 14:32 

Em meio à pandemia, a pergunta crucial não é “o emprego ou a vida”, porque para o Cristão a resposta é óbvia, a vida é dada por Deus, não pelo emprego. Para um doente prescreve-se remédio, não emprego.
A pergunta que incomoda a quem quer ser guiado por Deus é: "Estou negando a palavra ou vivendo por ela? Minhas atitudes demonstram amor à Palavra de Deus e ao próximo?"

É claro que há uma agenda do mal por trás de tudo isso. Mas os planos de Deus nunca foram frustrados na vida daquele que vive guiado pela luz do Espírito de Deus.
A escritura que diz “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” é justamente para ser vivida nestes momentos atuais. Creio que da mesma forma como Deus guiou o povo Dele pelo deserto, sem faltar o maná, não faltará o maná para nós agora. Os que têm mais vão ajudando aos que têm menos...Vamos ajudar conhecidos e desconhecidos, e o governo fazendo a parte dele também. Vamos fazendo o possível. Esta situação não é permanente.

É um tema complexo, mas a ética deve falar mais alto. “Morrer” não é o “problema” em si, para quem crê na vida eterna. Seria egoísmo da minha parte ir para a rua porque não tenho medo da morte. A questão não é essa. Meu direito começa onde o do outro termina. “Amarás ao próximo como a ti mesmo.” É o maior mandamento. Se posso ficar em casa ficarei, para que outro que precisa mais do que eu vá...

Creio que da mesma forma como Deus foi atrás de Adão, perguntando: “Onde estás?”, depois da queda, Deus também está a nos perguntar agora.
Quem somos nós sem trabalho, emprego, salário, rotina, ‘’igreja física"... Quem somos em casa, na nossa intimidade, quando ninguém nos vê?
Ele nos pergunta: “Você é meu servo, vive como um ser humano imperfeito, que precisa de um salvador, ou prefere sair por aí por conta própria, professando uma fé irracional?”
Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo é o culto racional que Deus requer de nós.
Sem a cultura da existência que nos envolve, o que sobrará? Ele quer que O tenhamos a Ele como nosso único Pastor, nosso único recurso.
Uma prefiguração do que será a eternidade, quando viveremos com Ele eternamente, desfrutando do seu amor. O “Shabat” eterno. O dia eterno, dia de descanso para a terra e para nós mesmos. O milênio com o Senhor!
Mas há pessoas que estão tão acostumados a “fazer’’ para Deus que se esquecem de “ser”, de descansar no Senhor...
Ah... Desfrutar da sua presença... Como preciso aprender a descansar no Senhor!
O sábado eterno do Senhor, estar com ele eternamente, começa aqui, quando aprendemos a descansar N’Ele em meio à batalha.

A presença de Deus pode ser sentida com a barriga cheia ou com ela vazia... Não estou dizendo que os irmãos famintos devam continuar famintos; É nossa obrigação moral ajudá-los, também nosso amor por eles, nos impele a ajudá-los. Entretanto, muitas vezes, o mais humilde sente mais a presença de Deus do que o abastado. E normalmente, onde a presença de Deus está, aí milagres acontecem... 5 pães e 2 peixes alimentam uma multidão. Infelizmente, a presença dos economistas, da mídia e do partidarismo político é bem mais sentido no coração e no dia-a-dia das pessoas do que a presença de Deus.
Não quero dizer com isso, que não devamos ser bem informados e não cumprir com nosso papel de cidadãos. Quero dizer que “confiar em Deus é melhor que confiar em príncipes.”

Muitos pensam que sair de casa é prova de fé e ficar em casa prova de medo... Leitura muito simplista, para quem quer ouvir a voz de Deus.
A trombeta de um novo dia está tocando! Deus está falando ao coração de quem tem boa vontade! É momento de se recolher, repensar valores, construir uma vida de intimidade com Deus.
É perguntar-nos com quem mais nos identificamos neste momento com Marta, trabalhando, atabalhoada, correndo de um lado para o outro para agradar Jesus, ou Maria, aos pés do Senhor desfrutando da presença do mestre.
Na transfiguração, Pedro sai com uma sugestão, no mínimo ridícula, para se fazer tendas para abrigar Moisés e Elias. Penso que podemos estar agindo assim nesta pandemia. Procurando agradar a Deus, com boas intenções, mas completamente sem visão da sublimidade do momento que estamos vivendo. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus.” Salmo 46:10
Minha oração é que Deus nos dê discernimento para entendermos o momento.

Não é uma situação permanente, é transitória, vai passar! Não sucumba! Busque a Deus! Talvez o milagre não seja nem o emprego ou a cura em si mesma! Isso é o que de fato queremos! Queremos ver nosso povo trabalhando e vivendo. Creio, porém, que o maior milagre é crer no Deus que provê salvação, através de Cristo Jesus, para que você se veja forte e amado mesmo sem um emprego ou com um diagnóstico desfavorável. Ele é o Deus que nos provê e o Deus que nos cura.

Precisamos nos educar para entender que cada um enxerga a vida de acordo com a sua perspectiva, isto é, do lugar de onde ela se encontra. Portanto, vivo pelas minhas convicções, você pode discordar, não seremos inimigos por isso. Estaremos apenas enxergando os fatos com lentes diferentes, enquanto caminhamos rumo à casa do pai... Ou não...

Paz seja sobre nós!