O coronavírus e o orgulho humano.

“toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente” 1Pedro 1.24-25

Desde a rebelião do homem ainda no Jardim do Édem, a humanidade como um todo tem agido de forma orgulhosa, acreditando em seu próprio poder. Quando ouvimos a frase: “A união faz a força”, o contexto é sempre de orgulho e vaidade na pretensão de resolvermos os problemas por nós mesmos. A história da torre de Babel registrada em Gênesis onze é um claro exemplo disto. Os homens se unem em um propósito humano sem levar em conta as instruções de Deus. Contudo o fim é sempre a ruína, a confusão, isso por que somos fracos, somos falhos, não passamos de uma frágil erva que seca-se e cai. Isso mesmo. Contudo, parece-nos que é muito fácil nos esquecer disso, sendo necessário em momentos oportunos nos lembrar da fragilidade humana.

O mundo está passando por um momento muito difícil. Uma ameaça microscópica. Não é um furação; não é uma tsunami; não é um terremoto, porém é tão assustador quanto, talvez até mais, pois quando ficamos sabendo de algo dessa natureza, corremos para longe, fugimos, nos distanciamos. Com o coronavírus não é possível. Os olhos não vêem enquanto o corpo não sente. Os olhos não vêem enquanto os corações não são dilacerados pela perda de entes queridos. O tempo é de dor, sim, contudo mais do que isso, é tempo de buscar a Deus. É em tempos assim, quando ter dinheiro não resolve, quando morar em condomínios fechados não resolve, quando ser doutor não resolve, quando ser homem ou mulher, direita ou esquerda, católico ou evangélico, pastor ou padre, é em tempos assim que reconhecemos a fragilidade humana, o orgulho humano, e devemos voltar para a casa do Pai. Reconhecer nossa miséria e buscar a face de Deus. Reconhecer que somos como a erva, ou como a flor da erva.

Porém não podemos e não devemos nos desesperar. Enquanto uns vêem essa situação como forma de se promoverem, os cristãos têm a oportunidade de manifestar a misericórdia de Deus. Olhar para o mundo em pânico e anunciar que há uma esperança maior. Há uma herança maior que nenhum vírus pode roubar. O mundo precisa ver nesse momento os agentes da paz em ação, cuidando uns dos outros, orando uns pelos outros, comunicando o amor e a paz que excede todo o entendimento, manter-se sóbrios em meio ao caos, deixando o orgulho e se portando de forma humilde diante de das pessoas e de Deus que nos salva, pois “a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente”.

Texto para boletim da Igreja Presbiteriana em Carmo da Cachoeira.

Pastor Marcelo Junio.

Marcelo Junio Silva
Enviado por Marcelo Junio Silva em 10/04/2020
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