Nicodemos, o Fariseu que veio ter com Jesus (RELATIVO A EBD).

“E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus,..” (João 3. 1-2 p/a)

Conhecemos várias seitas que existiam nos dias de Jesus, e pelo menos duas principais se destacam, a seita dos Fariseus e a seita dos Saduceus. É comum às vezes as pessoas trocarem os ideais dessas seitas ou acrescentarem mais alguma coisa. Nos dias de Jesus existiam os mestres da Lei que poderiam ser da seita dos Fariseus (Gamaliel, At 5. 33-40), ou Sacerdotes que também estudavam às Leis de Deus e pertenciam ao grupo dos Saduceus.

É importante entendermos que o termo “seita” indica, genericamente, qualquer partido de crença ou convicção filosófica que fugiu de seu estado original, originando novas ideias muito ou pouco distantes da ortodoxa. Por exemplo, as testemunhas de jeová fazem parte de uma seita. Eles saíram de dentro da Igreja Adventista no século XIX. As suas heresias contra a trindade e várias outras castas doutrinárias os classificam como seita. Então, assim fica mais fácil entender como o ensino da lei mosaica havia formado várias bifurcações.

Alguns estudiosos acreditam que os Saduceus saíram da linhagem de Zadoque, e que o termo “Saduceus” alude a “Zadoqueus”, ou coisa do tipo. Os Saduceus eram pessoas radicais que acastelavam que “nunca houve, não há, portanto não haverá ressurreição”. Podemos ver uma discursão no sinédrio por conta disso, foi até um momento oportuno para que Paulo fosse absorvido naquela ocasião, Atos 23.

“Então Paulo, sabendo que alguns deles eram saduceus e os outros fariseus, bradou no Sinédrio: “Irmãos, sou fariseu, filho de fariseu. Estou sendo julgado por causa da minha esperança na ressurreição dos mortos!” Dizendo isso, surgiu uma violenta discussão entre os fariseus e os saduceus, e a assembleia ficou dividida. (Os saduceus dizem que não há ressurreição nem anjos nem espíritos, mas os fariseus admitem todas essas coisas.) Houve um grande alvoroço, e alguns dos mestres da lei que eram fariseus se levantaram e começaram a discutir intensamente, dizendo: “Não encontramos nada de errado neste homem. Quem sabe se algum espírito ou anjo falou com ele?” (At 23. 6...)

Nicodemos pertencia ao grupo dos Fariseus. Os Fariseus são retratados pelo historiador Flávio Josefo como sendo um povo muito radical, o povo mais convicto e intransigente que viveu no alvorecer do século I d. C. Já viu àquela passagem onde Jesus fala que é a luz do mundo, E mais, “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”?. Pois é, tem muito o que se ver aqui. Se contrapondo a afirmação de Jesus, os Judeus dizem:

“Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que você diz: ‘Vocês ficarão livres’?” (Jo 8. 33)

Para todos os Judeus era muito vergonhoso admitir que já foram escravos, e naquele momento eram servos dos romanos. Mas, se você ler os escritos de Flávio Josefo irá ver que os Fariseus eram os mais nacionalistas, os mais duros de receberem o jugo estrangeiro. E, no que Diz respeito à fé, eles eram os mais perseguidores daqueles que não professavam o judaísmo. Acima de tudo eles eram muito inteligentes, contudo não tinham os olhos abertos para entenderem ou discernirem coisas espirituais.

Nicodemos vai ter com Jesus à noite, por quê? Porque sua fé era débil, ele não enxergava plenamente o conhecimento que Jesus transmitia. Mas, na verdade, não só ele, como também seus camaradas sabiam que Jesus era enviado de Deus, apesar de não testificarem a respeito.

“ Rabi, bem sabemos que és mestre, vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”. (João 3.2)

Jesus responde:

“Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.” (João 3. 3)

A frase interrogativa de Nicodemos “como pode um homem nascer sendo velho?” mostra o quanto ele era ignorante. Com certeza aqueles que seguiram João Batista conheciam essa linguagem, porque João dizia: produzam frutos de arrependimento; se arrependam e sejam batizados!” Mas, a jugar pela época, Nicodemos não era muito apegado a João, ele parece ser do tipo que gostava de sinais, João Batista não fez nenhum (Jo 10. 43). Mas João pregou o novo nascimento, através de sua pregação ele mandou prepararem o coração para receberem o reino de Deus.

Nicodemos é um belo exemplo do teólogo cego que se prende com as letras e esquece o principal, mudança de vida. Era um mestre da lei, porém não conhecia ensinamentos básicos da nova aliança, o nascimento da água e do Espírito (Jo 3.5-6).

O que vem a ser isso?

Nascer da água. A água é um elemento muito usado para purificar, no tempo do sacerdote era indispensável no serviço de Deus no templo. Lembra também o Batismo de João, as pessoas se arrependiam e eram batizadas. A água representa a palavra de Deus (Ef 5. 26). Ela é a verdade, portanto, o que se aprende por costume, regras, seja lá qual for, não pode substituir a autoridade da Bíblia. A palavra purifica, mostra que está acima das tradições, e meras letras.

Nascer do Espírito. Não só Nicodemos, mas todos nós precisamos do Espírito Santo para enxergar à verdade. O Espírito nos dá poder para vencermos o Pecado, os maus hábitos. E só por meio dEle podemos nascer de novo, só por Ele podemos viver uma vida se abstendo das paixões da natureza pecaminosa. O novo nascimento começa quando o homem é convencido do erro, neste caso, é o Espírito Santo quem convence o pecador (Jo 16. 18).

Nicodemos simplesmente se achava uma pessoa santa, mas não sabia que sua religião não tinha poder para salva-lo; nem que seu posto na sociedade não era o suficiente para que ele pudesse ser aceito diante de Deus.

Estar com você até aqui me deixa realmente feliz, volte sempre. Um grande abraço!

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Mesequias Oliveira
Enviado por Mesequias Oliveira em 17/03/2020
Reeditado em 17/03/2020
Código do texto: T6889645
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