Desertos

"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? (Romanos 8, 35).

É certo que todos havemos de passar por desertos, e que eles são de grande valia quando nos despojam do EU para mais apreendermos da voz de Deus que ressoa no íntimo do SER para nos gerar CRIATURAS NOVAS.

Incontáveis serão os desertos até compreendermos que Deus os permite para fortalecimento da fé, e da confiança de que a cada travessia Ele nos carrega no colo.

A primeira lição do deserto é a prática do silêncio - vez que ele é de profunda solidão. Aprendemos com ele que do silêncio devemos nos utilizar como armadura, até que haja tempo de adentrar no quarto, ainda que seja aquele do mais íntimo de nós estreitando, assim, a intimidade com o nosso Senhor e libertador. Pois, ao sermos todo ouvidos, alimentados da Palavra colhemos frutos com sabor de vitória.

Porém, a prática do silêncio nem sempre é tarefa fácil, e, por vezes falhamos. Em tais momentos, ao buscar Palavra de soerguimento, encontramos "... tenho confiança e nada temo, porque a minha força e canto é o Senhor, e ele foi o meu salvador" (Isaias 12, 2).

Logo, antes mesmo que nos deparemos com o deserto, como a Palavra ensina "Louvai ao Senhor, invocai o seu nome, fazei que suas obras sejam conhecidas entre os povos; proclamai que seu nome é sublime. Cantai ao Senhor porque ele fez maravilhas, e que isso seja conhecido por toda a terra" (Isaias 12, 4-5); "Eis o Deus que me salva" (Isaias 12, 2).

"Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai, portanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento de vosso dever. Ficai alerta, a cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e aos pés os calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos." (Efesios 6, 12-18).

Ora, se bem sabemos que no mundo "Não faço o bem que quereria mas o mal que não quero" (Romanos 7, 19), "É só no Senhor que se encontra a vitória e a força" (Isaias 45, 24) para que nos submetamos a vontade daquele que nos ama de forma incondicional.

"Eis o que diz o Senhor, teu Redentor, o Santo de Israel: eu sou o Senhor teu Deus, que te dá lições salutares, que te conduz pelos caminhos que deves seguir" (Isaias 48, 17).

Sejamos cientes de que caminhar pela estrada de Jesus não requer fé, somente. Pois, também o aprofundamento na Palavra, que inspirada pelo Espírito Santo se revela em discernimento e sabedoria traz vitória sobre as investidas daquele que se empenha em nos roubar a coroa.

Perante as situações da vida, devemos nos revestir de força e fortaleza com que nos sustém o Espírito Santo, afastando toda a vulnerabilidade, em vez de portar tanta fragilidade infantil.

Do contrário, muitos desertos virão sem que aprendamos a sacudir os grãos de areia na certeza de que "Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes, restaura as forças de minha alma" (Salmos 22).

Jamais deixemos de dobrar os joelhos para elevar clamores a Deus, em vez de nos prostramos para sofrer as tempestades de areia que se levantam. Pois, o Senhor "Dá forças ao homem acabrunhado, redobra o vigor do fraco" (Isaias 29).

Por tudo isso, que assim proceda ao coração "...Eu vos rendo graças, Senhor, porque vos irritastes; vossa cólera se aplacou e vós me consolastes" (Isaias 12,1).

Para que não duvidemos jamais das promessas que o Senhor tem para nós "Vós tirareis com alegria águas das fontes da salvação" (Isaias 12, 3). Afinal, "de onde me virá socorro? O meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra. Ele não permitirá que teus pés resvalem, não dormirá aquele que te guarda. Não, não há de dormir, nem adormecer o guarda de Israel. O Senhor é teu guarda, o Senhor é teu abrigo, sempre ao teu lado. De dia, o sol não te fará mal; nem a lua durante a noite. O Senhor te resguardará de todo o mal; ele velará sobre tua alma. O Senhor guardará os teus passos, agora e para todo o sempre" ( Salmos 120).

No mais, "Exultai-vos de gozo e alegria, habitantes de Sião, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel" (Isaias 12, 6).

"É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão" (Gálatas 5, 1).

Dos desertos que tenhamos a enfrentar retornemos, cada vez, mais moldados a gosto de Deus, de modo que peçamos: "O Senhor Deus dê-me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido. Cada manhã ele desperte meus ouvidos para que escute como discípulo; (o Senhor Deus abri-me o ouvido) e eu não relute; não me esquive" (Isaias 50, 4-5).

Peçamos mais, para "Que aqueles que caminham no escuro, privados de luz, confiem no nome do Senhor e contem com o seu Deus!" (Isaias 50, 10).

"Então as tuas invocações, o Senhor responderá, e a teus gritos dirá: Eis-me aqui!" (Isaias 58, 9). "...e a glória do Senhor seguirá na tua retaguarda" (Isaias 58, 8).

"Que diremos depois disso? Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Romanos 8, 31). "Mas em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou" (Romanos 8, 37).

Aliás, sabemos que "todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios" (Romanos 8, 28).

"Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite" (Salmos 1).

Glória a vós, Senhor!