Uma vinha inegociável

De todos acontecimentos da região de Jezreel, talvez o mais marcante vem a ser o caso de Nabote, o jezreelita. E podemos aprender muito com a atitude de um homem que preferiu à morte a ver a herança de seu pai, o nome de sua família, sujo e imoral. Portanto, para Nabote o que interessava não era dinheiro ou outra vinha melhor, mas a preservação de sua herança como a lei ordenava.

A lei era clara e objetiva. Em Levítico 25 estão escritas as ordenanças de Deus para o seu povo com relação a possessão de suas terras. E todo cuidado era necessário, para que a terra pudesse ser preservada e servisse tanto ao herdeiro quanto aos órfãos, viúvas, estrangeiros e servos, como também aos animais (Lv 25.6-7). A terra deveria ser cultivada seis anos, o sétimo ano era sabático, ou seja, de descanso.

Se algum Israelita empobrecesse e viesse a vender sua terra, seu irmão viria resgatar a sua propriedade (Lv 25.25). Se o herdeiro, que vendeu a herança, não tivesse irmão nem dinheiro suficiente para resgatar aquela propriedade, esperaria quarenta e nove anos e sete meses (sete vezes sete), neste mês sete a trombeta do Jubileu soaria em sinal de que todas as terras deveriam ser restituídas aos seus herdeiros (Lv 25. 8,9,28), para que o nome daquela familia sempre pudesse estar entre os herdeiros da promessa.

Todas estas coisas deveriam ser cumpridas a risca, por conta que a terra era do Senhor não dos filhos de Israel (Lv 25.23). Sendo assim, Nabote tinha os seus motivos para não vender nem trocar a sua vinha.

O fato de Semer ter vendido, parte ou toda sua herança, a Onri, pai de Acabe (1Rs 16.24), sugere que os bons costumes não eram mais preservados, a própria lei não tinha mais importância no reino do norte. E a questão fica mais tensa pela evidência de que a cidade edificada sobre a herança de Semer, recebeu, literalmente, o seu nome. Agora, pensemos........Samaria, centro de prostituição e Idolatria, corrupção etc., com o nome do herdeiro daquele campo, Semer. Da para ver o grau de profanação que o Inimigo pode realizar, naquilo que é nosso, se não vigiarmos e preservarmos aquilo que Deus nos deu?

Em Jezreel foi diferente! Enquanto o rei, influenciado pelas trevas tentava arrancar a herança de Nabote, ele dizia: “Guarde-me o Senhor de que eu venda ou troque a herança dos meus pais”.

Dentre as muitas formas de utilizar os campos existiam a prática daqueles pagãos que utilizava-os para adorarem seus deuses. Eles construíam imagens a seus deuses, neste caso, em Israel, a Baal (“o manda chuva”). A palavra “bosque”, no Antigo Testamento, está muito ligada a Aserá (Astarte, deusa Fenícia consorte de Baal) (2Cr 31.1), pois era muito comum suas imagens nos campos. Desta forma, seria mais um motivo para Nabote não vender sua vinha.

Hoje vivemos uma era em que Acabe (o diabo), anda por aí negociando em terras que não estão autorizadas serem dele, e muitos crentes (herdeiros da herança) estão como Semer, esquecendo os bons costumes, princípios, e doutrinas de Deus, e o inimigo tem ganhado terreno em suas vidas. Tentados pelas propostas do rei deste século: “posso te dar uma melhor”; “eu te pago em dinheiro”, muitos tem negociado, vendido o mais precioso, a herança celestial. Ainda que muitos, a exemplo de Semer, vendam às suas vinhas, o princípio continua o mesmo: a herança do Senhor é inegociável”.

"Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa."

Apocalipse 3:11

Retirado de um trecho do meu livro: O CAMINHO DE DEUS É PERFEITO

Está com você até aqui mim enche de satisfação. Volte sempre, que Deus lhe abençoe. Um forte abraço.

Mesequias Oliveira
Enviado por Mesequias Oliveira em 28/01/2020
Reeditado em 28/01/2020
Código do texto: T6852483
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