Histórias bonitas podem ganhar o Oscar, mas não garantem salvação!
Com o propósito de estar mais atento a palavra de Deus, estou me dedicando aos livros de Samuel, ao passo de que a cada dia leio um, dois ou mais capítulos posso ver a manifestação do Senhor naquele tempo. Mas entre um dia e outro, no “vão” entre uma parte da história e a sua parte posterior, onde estou comendo, trabalhando ou vendo televisão percebo que algumas interpretações vão se dando aos poucos, uma não anula a outra, mas me dá a possibilidade de ouvir mais atentamente a voz de Deus.

Às vezes, ao ler determinado capítulo dou forma aqueles homens, dou um tom de voz, começo a me ver como um diretor de cinema dirigindo um filme. Num desses hiatos, entre um capítulo e outro, pude concluir que quando o Senhor chama alguém para seus propósitos Ele nos dá mais que podemos imaginar, nos transforma em alguém que não conseguiríamos ser se lutássemos através das nossas forças, ou que sozinhos procurássemos escrever nossa história.

Essa parte eu chamo de “a linda história que cabe na tela de cinema”: O povo queria um rei e pedia ao profeta Samuel esse rei para que os governasse. Um homem chamado Saul, saiu à procura de duas jumentinhas do seu pai que se perderam, como não encontrava foi aconselhado a ter com Samuel uma conversa a fim de que o profeta indicasse o caminho até as jumentinhas. Quando se encontrou com Samuel, o Senhor disse ao profeta que Saul seria rei. Só com esses fatos eu conseguiria construir uma sinopse, pobre, mas uma sinopse, um homem sai de casa a procura das jumentas perdidas, após muita procura quando já não tinha mais forças para procurar foi ao encontro do profeta fim de obter ajuda. Mas para o Senhor aquele homem seria mais que um caçador de jumentas, ele seria rei. Você que tem que concordar comigo que teríamos uma história central, de grande reviravolta, com um personagem que cativa o público que daria um ótimo roteiro de filme (não pense que toda essa conversa é para te leva a crer numa história fantasiosa, mas numa história real que daria um filme “baseado em fatos reais”). Eu poderia escrever sobre o fato de que, o Senhor usa do fraco, pobre e que sequer consegue construir seus sonhos e o transforma de tal maneira que o faz rei. Seria uma ótima oportunidade de tocar corações de que o Senhor pode mudar sua história a qualquer momento, e pode. O Senhor te vê, te chama, clama por sua vida nas mãos Dele a fim de levar a essência e te tornar naquele que Ele sonhou desde o seu nascimento. Mas algum capítulo seguinte me levou a acrescentar alguns fatos no meu raciocínio.
Pela vontade do Senhor Saul se tornou rei, um simples caçador de jumentinhas (fiz um apelo emocional aqui), mas quando foi rei, temendo o povo tomou decisões para o povo, e desobedeceu a vontade de Deus. O Senhor tirou a realeza dele. Por mais bonito que seja a história de Saul, ao desobedecer a Deus, Ele foi lançado fora dos planos do Senhor. Eu e você podemos estar construindo um ótimo roteiro de cinema, uma linda história com o Senhor, não é a história do mocinho que é salvo. Mas a bruxa má que é transformada e salva. E por mais que nossa história com o Senhor motive conversões, quebrante corações, glorifique a Deus, se o desobedecermos seremos lançados fora da vontade Dele. A linda história que contaremos aos nossos filhos, vizinhos, irmãos da igreja, pode nos render um Oscar, mas não garante salvação. Podemos estar no inferno e aclamados mundialmente pela história das nossas vidas ter rendido um Oscar.
Quantas lindas histórias com o Senhor já ouvimos e tão pouco saberemos se o fim justificou a emoção? Quantas vezes olhamos para a nossa própria história a fim de resgatar o amor pelo Senhor que já não é mais o Senhor das nossas vidas? Em certo aspecto, a história que construímos com Senhor é iniciada todos os dias, como se tivéssemos partido daquele novo abrir de olhos.

A fé que tivemos por dezenas de anos não me salvará agora, a entrega que tive a Deus por um longo período da minha vida não me salvará agora. O crer em Deus deve ser renovado todas as manhãs, como se o Senhor não nos tivesse feito nada até então. A nossa história não nos salva, mas o Senhor crucificado, onde todas as histórias, emocionantes ou discretas, simples ou complexas se encontram. Devemos testemunhar o que o Senhor fez em nós, mas sem esquecer que ainda estamos escrevendo esse roteiro.

 
GAFerreira
Enviado por GAFerreira em 11/11/2019
Reeditado em 11/11/2019
Código do texto: T6792165
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