A SAGRADA ESCRITURA

Texto escrito pelo Jornalista e professosr de Ciências Domingos Zamagna. Publicado no Semanário Liturgíco "POVO DE DEUS EM SÃO PAULO" em 30/9/07

Hoje, celebra-se a festa de São Jerônimo, grande estudioso da Bíblia no século IV. Ele é o patrono dos estudos bíblicos. Sua obra mais conhecida foi a tradução da Bíblia a partir dos originais hebraico, aramaico e grego para o latim, conhecida pelo nome de Vulgata. Por isso a Igreja dedica todo o mês de setembro à Bíblia.

A Sagrada Escritura é uma longa, paciente e sobretudo amorosa carta que o Criador nos escreveu. Nas suas diversas páginas, a admirável pedagogia do Pai nos revela sua identidade. Quis nos comunicar que Deus é comunhão de pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Quis colocar ao nosso alcance - a nós, criaturas finitas - a possibilidade não só de conhecê-lo, mas acima de tudo amá-lo. E com tal intimidade que, pela encarnação de seu Filho e pela força do Espírito, podemos participar plenamente da vida de amor que existe no seio da Santíssima Trindade. Essa é a nossa vocação, essa é a nossa realidade.De tal modo que a revelação do Pai, que se tornou perfeita na pessoa e pela missão de Jesus Cristo, é o maior dom que dele podemos receber.

Ao reverenciar a Sagrada Escritura, nos dias de hoje, convém pedir a Deus que nos dê a graça de evitar o fundamentalismo. Funamentalista é o que lê a Bíblia ao pé da letra, a leitura engessada, com espírito geométrico, partindo do princípio, de que o cristianismo é apenas uma religião enlivrada. Ouvir e deixar-se permear pela Palavra de Deus requer espírito de finura, requer a lógica do coração misericorfioso do Pai. O fundamentalismo conduz à intolerância.; Ao passo que o estudo e a oração da Palavra de Deus, conforme ensinou o Concilio do Vaticano II, devem ser feitos segundo a tradição viva da Igreja, na docilidade ao Espírito Santo.

Essa postura há de nos conduzir à tolerância, à fraternidade (Gl 3,28). à perseverança e ao consolo (Rm 15,4), à primeira das boas obras (Tg 2,17-18), à alegria (Fl 1,25;4,4), ao amor (1Cor 13) e à paz (At 9,36).

Domingos Zamagna