3 pilares da sociabilidade de Cristo

1. Visitava todas as cidades e povoados

A história do cristianismo teve sua propagação inicial ligada estritamente a grandes viagens missionárias. Antes de Cristo, tivemos muitos outros profetas realizando tal ato. Apesar da contribuição de todas essas pessoas, é na figura de Cristo que realmente expandimos o real conceito por trás de "ir a todos os lugares".

Vivemos em uma geração extremamente conectada e pautada pelos princípios da comodidade – resquícios da enxurrada tecnológica. Atualmente, a expressão "ir a todos os lugares", se torna, no mínimo, motivo de risadas; "como ir ao mundo inteiro? Como conhecer todas as pessoas?". No entanto, apesar de ter feito isso fisicamente, Cristo visava algo muito maior.

O real intuito de "irmos a todos os locais" é para que abramos nossos olhos. Devemos tecer nossos juízos a respeito de coisas realmente "palpáveis", e não na prática do "achismo". Era preciso experimentar, aprimorar seu senso crítico a respeito da humanidade. Cristo ansiava para ver a realidade das pessoas com seus próprios olhos. Estava totalmente interessado em conhecer modos de pensar distintos, oriundos do convívio cultural. Pensando nesse sentido, Cristo estava a praticar a unidade entre todos, como vemos em Efésios 4:3.

2. Ensinava nas sinagogas

Ainda no verso 35 de Mateus 9, observamos um trecho que servirá de base para nossa segunda reflexão "...ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino...".

A essa altura de seu ministério, Jesus Cristo já vivenciou uma série de acontecimentos, todos eles envolvendo outros seres humanos; entoou o sermão do monte (Mt 5-7), efetuou algumas curas como a do leproso, centurião, da sogra de Pedro e tantas outras que não foram registradas com a vastidão de detalhes. Esse texto não se volta para as curas, deixemos esse aspecto para um futuro texto, mas se correlaciona muitíssimo bem com a arte da educação; tema desse texto.

Desde que iniciei minha jornada, este que vos escreve encontrou, na educação, uma janela para que mentes humanas fossem iluminadas; Cristo trabalhava isso fortemente. Geralmente, esse tipo de assunto não é muito incluso nas discussões bíblicas e acadêmicas; sinto que as pessoas não fazem o devido link com a educação e Deus. É notório ver que Deus, deseja, sim, que a educação seja algo inerente ao nosso dia a dia como vemos em

"Ouçam, meus filhos, a instrução de um pai; estejam atentos e obterão discernimento. O ensino que ofereço a vocês é bom; por isso não abandonem a minha instrução. " (Provérbios 4:1-2).

Muitos poderão ver que a "minha instrução" trabalhada no texto acima retrata somente aquilo proveniente de Deus, conectado estritamente à esfera da fé; não se espante, isso é realmente verdade, mas ainda se desdobra em uma outra coisa.

O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina.

A educação proposta por Cristo nas sinagogas tinha esse intuito; ser o ponto de partida para uma revolução interna. Tendo essa revolução, o indivíduo seria capaz de se orientar por princípios éticos que visassem não só o seu crescimento pessoal e espiritual, mas também o das pessoas que o circundam. Jesus Cristo tinha esse caráter, sabia que sua passagem pela vida das pessoas não deveria ser superficial como as de hoje são, desejou promover a reflexão e reconstrução de conceitos obtidos pelas pessoas. A educação proposta deveria ter essa característica e ser algo de posse de todas as pessoas: transformar a vida de outras pessoas de maneira consciente; com um ensino libertador, capaz de abrir os olhos de todos e superar as distorções geradas pelo mundo. Que sejamos todos educadores, mas também sábios alunos.

3. Curava enfermidades

Após vermos a vontade de conhecer as diversidades e a preocupação com a transmissão de ensinamentos sólidos e construtivos, vemos, nesse texto, Sua ação para as pessoas atingidas pelos maiores problemas no mundo; afetadas não somente em suas almas, mas também em suas estruturas corpóreas.

Chegamos no verso 36 e nos deparamos com uma profunda preocupação e sensibilidade de Cristo às aflições dos habitantes. Fazendo as devidas conexões, vemos como o fato de conhecermos de perto as pessoas (1ª base), nos tornam muito mais propensos a analisá-las com mais atenção. Não é uma questão de abraçar o mundo com as pernas, mas compreender que ao entendermos, de um modo geral, a situação em que o mundo vive, somos capazes de nos capacitarmos para ajudar na medida do possível. Uns, infelizmente, reconhecem a situação do mundo e fecham os olhos – Mateus chega a fazer a uma analogia introdutória bastante perspicaz: "...eles estavam aflitos e abandonados, como ovelhas sem pastor. "

É sabido que ovelhas andam em rebanhos. É uma coisa bastante intuitiva: é onde a expressão "a união faz a força" tem autenticidade. Durante diversas analises, quando uma das ovelhas\cordeiros se machucam, os demais integrantes se unem para que ele não fique para trás e seja atacado por algum predador natural. No entanto, muitas vezes, o rebanho, perde essa noção biológica, por conta de fatores externos, e acabam deixando para trás a ovelha ferida. É aqui onde vemos a necessidade de um pastor (2ª base); capaz de manter todas unidades com um único propósito. Mantendo suas raízes originais (Efésios 4:3). Foi nesse dia que Jesus viu ovelhas andando de forma totalmente desconexa – apesar de estarem em grupo, não havia um pensamento de cooperação entre elas.

Nesse estado de preocupação, olhou para aqueles incumbidos de manterem as pessoas unidas, os discípulos, e entoou "A colheita é grande mesmo, mas os trabalhadores são poucos...". A colheita faz menção a se dispor a ajudar todas aquelas pessoas. Trazerem ao seu estado natural inicial: cooperação, amor, zelo e entre outras qualidades – tendo essas qualidades, somos capazes de tratar, também, as mazelas biológicas que nos acometem (3ª base).

A mensagem é simples e curta: devemos conhecer as pessoas (1ª base) como um todo para que assim possamos estarmos aptos para apreendermos e transmitirmos (2ª base) bons ensinos e, por fim, cuidarmos delas (3ª base). Tendo isso, o espírito da unidade reina sobre nós e é capaz de nos transformar da melhor maneira possível.

Matheus Phelipe
Enviado por Matheus Phelipe em 12/09/2019
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