Dia 204 – Apocalipse 10 – 12. O Livrinho; As testemunhas; a Besta; A Mulher e o Dragão..

19 de Julho de 2019

A sexta trombeta e toda a destruição que ela traz não são capazes de fazer com que os homens se arrependam de suas obras (Ap 9.20-21); da mesma forma que as pragas do Egito não amoleceram o coração de todos, as pragas dos últimos tempos também não alcançarão a todos, na verdade, é possível que não alcance a ninguém.

João vê então um anjo e “sete trovões” que clamam algo em alta voz; João intenta escrever o que escutou, mas é impedido por um anjo que possuía um pequeno livro (Ap 10.4); então, a voz que vinha do céu e falava com ele desde o começo, lhe manda que coma o livro (Ap 8-10). Esse livro era doce na sua boca, mas ao engolir, tornou-se amargo em seu ventre.

Talvez esse livro simbolize as revelações de Deus para João, ou talvez a própria mensagem do evangelho; algo que em um primeiro momento é doce, mas depois se torna amargo. Não sei o significado do livrinho nesse contexto, mas ao meu ver, o próprio evangelho tem essa característica. Em um primeiro momento é doce, vemos todo o perdão e amor de Deus sobre nossas vidas, de fato, a salvação uma graça, mas a santificação que advém disso é custosa, o “negue-se a si mesmo” é amargo.

Não digo com isso que esse livro represente o evangelho, mas antes que esse é um paralelo interessante que podemos fazer; ao menos sabemos que nem tudo o que vem de Deus é doce em todo o tempo, o livrinho, seja lá o que for, é amargo ao ventre.

O texto bíblico então segue narrando a chegada de duas testemunhas (Ap 11.4) que teriam poder para operar milagres sobre a Terra, mas, após algum tempo de pregação, essas testemunhas seriam mortas pela beta (vs 6-7)

Aqui encontram-se muitas divergências, há quem pense que essas testemunhas serão de fato duas pessoas que se levantarão no final dos tempo para pregar a palavra de Deus; alguns chegam a sugerir o nome de Enoque e Elias, duas figuras que não morreram e foram levadas aos céus; outros a entendem como símbolos da pregação nos últimos tempos, seja como for, indicam uma pregação perseguida pela besta.

O conceito de Besta também é questionado, como já dissemos, alguns veem nessa besta a figura do anticristo, associam-na a profecias de Daniel e pensam nesse ser como uma figura pessoal; um homem que levantará um combate contra Deus; no entanto, outros entendem a Besta como todo o sistema, o anticristo é todo aquele que se coloca contra Cristo, e não um ser único.

Toca-se então a sétima trombeta e João tem uma visão singular; uma mulher e um Dragão. O texto nos afirma que esse Dragão é Satanás (Ap 12.9) e que sua cauda levou consigo a terça parte das estrelas do céu (vs 4), muitos veem aqui uma referência a queda do Diabo e de seus anjos seguidores; o filho da mulher, por sua vez, seria Cristo, (vs 5) que após sua ressurreição foi levado para os céus (vs 5); se assim for, a mulher poderia representar a humanidade ou ainda a própria Israel, como pensam alguns.

O Dragão então, derrotado nos céus, ira-se contra a mulher e faz guerra contra o remanescente da sua semente, isto é, aqueles que guardam os mandamentos de Deus (Ap 12.17). O texto de fato parece confuso, sua linguagem simbólica e poética tem gerado muitas interpretações, entretanto, muitos aqui veem um resumo da história humana; o Diabo se levantando contra Cristo e contra a humanidade.

O livro de apocalipse tem sido alvo de inúmeros estudos e pesquisas, não é nosso objetivo descortiná-lo por completo, ma sim obtermos algumas impressões da várias formas como esse texto é compreendido.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 19/07/2019
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