Dia 202 – Apocalipse 1 – 3. Principais teorias;A glória de Jesus; o Rolo; Os selos.
17 de Julho de 2019
O Livro de Apocalipse é cercado de teorias acerca de sua interpretação, não pretendemos, no entanto, abordar cada uma delas, mas, seria muito proveitoso para nós as apresentá-las a seguir, mesmo que de forma parcial. as maiores correntes de interpretação são 4, a Preterista, a Futurista, a Historicista e a Idealista, vejamos um pouco sobre cada uma delas antes de entrarmos em nossa leitura de hoje.
A visão Preterista entende que todo o livro de Apocalipse é na verdade um encorajamento para os cristãos da época que estavam sofrendo perseguição do Império Romano; dessa forma, o livro não fala sobre o futuro, mas sobe o passado. Uma das maiores dificuldades dessa corrente é a tal perseguição; Não há relatos históricos que comprovem uma perseguição generalizada de Roma nesse período.
A visão Futurista entendo que, excetuando-se os primeiros capítulos (a carta as 7 igrejas), todo o livro trata de assuntos futuros, fatos que ainda iriam acontecer em um futuro distante. Essa visão tem sido muito explorada pela mídia, ela ainda se subdivide em correntes menores.
A visão Historicista entende que o livro de Apocalipse narra eventos futuros, mas diferente da visão futurista, essa visão entende que as profecias desse livro já começam a se cumprir logo após o tempo de João. Tanto a visão historicista como a futurista têm encontrado terreno fértil na ficção.
A visão Idealista entende que todo o livro não passa de uma alegoria que representa a luta do bem contra o mal; ele não narra nada que irá acontecer ou que já tenha acontecido, seria uma grande parábola acerca do combate interno das pessoas e da relações pessoais.
É verdade que cada uma dessas visões teve seus expoentes, homens mais bem preparados que poderiam falar por horas sobre suas teorias, entretanto, gostaria de pontuar minha singela opinião de leigo. A visão Preterista, embora coerente, ignora certas profecias de livros com Isaías, além de se fiar em um fato histórico não comprovado e nem narrado na Bíblia. A visão idealista soa-me como um esforço da teologia liberal de compreender a escatologia; qualquer texto pode perder seu significado se for reduzido a uma alegoria, essa visão vai contra toda a hermenêutica Bíblica e, ao meu ver, flerta com a apostasia. Além disso, essa visão ainda incorre no mesmo erro da preterista em ignorar profecias veterotestamentárias. De forma que penso que a interpretação correta desse livro esteja na visão Futurista ou Historicista ou, como penso, em uma mesca de ambas.
Em nossa leitura do dia vemos um Jesus diferente, já no início do capítulo 4, João diz que uma voz o chamou para que subisse ao céu e visse as coisas que iriam acontecer; lá, João diz ter visto Jesus em seu trono, mas a sua aparência aqui é outra, cheia de glória e poder (Ap 4.1-3); o restante desse capítulo nos mostra a glória do Senhor e o seu poder (vs 11).
Então João vê um rolo com 7 selos, mas não havia ninguém digno de o abrir, nem no céu, nem na terra ou debaixo dela (Ap 5.3) exceto aquele que vencera, o Leão da Tribo de Judá, Jesus Cristo (vs 5).
Ao se abrirem os selos, veremos que iniciam-se os sofrimentos da Terra; o Juízo de Deus sobre as nações é iniciado. É curioso ver que somente Jesus tem a autoridade para iniciar o juízo sobre a humanidade, só ele pode abrir os selos. Ele é Deus-Homem que venceu.
A abertura do primeiro selo nos trás um cavalo Branco com um cavaleiro que tem o poder de vencer (Ap 6.2) ; há quem pense que este seja uma referencia ao anticristo, ou como alguns entendem, a “Abominação da Desolação”, citada por Jesus em Mateus 24.15 em referência a Daniel 9.27.
O segundo selo então é aberto e vemos um cavalo vermelho entrar em cena, a ele foi dado o poder de causar guerra sobre a terra (Ap 6.4). Ha quem entenda que essas guerras serão causadas após o surgimento do Anticristo, outro no entanto, não consideram o Anticristo como um ser, mas sim como uma influência.
Com a abertura do terceiro selo surge o cavaleiro do cavalo preto, uma “entidade” que traria uma crise econômica global e imperaria a fome sobre a Terra (vs 6). O texto fala de “uma medida de trigo por um denário”, ou seja, o salário de um dia só seria suficiente para alimentar uma pessoa; com as famílias se manteriam? Mães e filhos, que em geral não trabalham, teriam que dividir o pouco alimento comprado pelo pai.
O Quarto selo traz sobre a Terra a peste, o cavalo amarelo e seu cavaleiro terão autoridade para matar 25% da humanidade. A morte e o inferno seguiriam esse cavaleiro, um tomaria os corpos e o outro ceifaria as almas. Curioso que o cavaleiro da doença tenha a cor amarela; A mesma cor cadavérica escolhida por Mary Shelley para seu famoso personagem morto-vivo, a criatura de Victor Frankenstein.
A abertura do quinto selo nos trás certa apreensão, nela não vemos mais cavaleiros, ates vemos um clamor daqueles que morreram por amor a palavra (vs 9) pedindo justiça a Deus, eles estão em contato direto com o Senhor que os pede paciência e diz que ainda não se completou o número daqueles que deveriam morrer como eles (vs 11); ou seja, muitos outros ainda morreriam por amor a palavra.
O sexto selo nos trás uma grande desordem mundial, há referencias ao Sol e a lua, se tornando negros e como sangue; terremotos e toda a sorte de mazelas geográficas; o quadro descrito, se literal, indica um pandemônio e encerra-se com um verso amedrontador para aqueles que não estiverem com o Senhor: “É vindo o grande dia da sua ira [do cordeiro (vs 16)]; e quem poderá subsistir” Ap 6.17.