Dia 197 – Timóteo 1 – 4. Avivamento; Abandono; Militância; Fiel; Servo Preparado; Fim dos tempos.
2ª Timóteo
12 de Julho de 2019
A segunda carta de Paulo a Timóteo foi escreta, segundo creem alguns, em sua segunda prisão; nessa carta, o apóstolo já antevê a sua morte, (1Tm 4.6) por certo ele sabia que não faltava muito tempo para que viesse a ser morto, e por isso resolveu aconselhar seu filho na fé com palavras fortalecedoras.
Paulo inicia sua carta lembrando a Timóteo que sabe este não tem uma fé fingida, mas sim uma fé sólida que vem desde a sua vó Loide e de sua mãe Eunice (1Tm 1.5); por esse motivo, Paulo pede que Timóteo “avive” o dom que há nele (vs 6); a palavra que aqui encontramos é ἀναζωπυρεῖν – anazopuréin; seu significado é de reavivar, reascender, tal qual fazemos com uma brasa de carvão em uma churrasqueira.
Paulo aqui o aconselha a reacender o Dom que há nele, não deixar a “chama” do seu chamado se apagar; valo comentar que o tempo verbal aqui empregado nos trás uma ideia de ação contínua; a recomendação paulina para Timóteo era que reavivasse e continuasse a reavivar o Dom que havia nele; essa é e deve ser uma ação contínua na vida de todo servo de Deus.
Paulo aproveita a carta para relatar que fora abandonado por muitos dos seus amigos (2Tm 1.15), provavelmente essa era uma situação que incomodava o apóstolo; em um momento de dificuldade ser deixado só pelos seus pares; mas nem todos foram assim; houveram pessoas como Onesíforo, que estiveram ao lado do apóstolo o auxiliando e animando (vs 16)
Palavras de ânimo e apoio são fundamentais, em especial para as pessoas que se encontram em situações de dificuldades; não podemos subestimar o valor de uma companhia; somente quem se sentiu abandonado, sabe o valor de um amigo; sejamos pois o Onesíforo do nosso tempo.
Timóteo, no entanto, não deveria se deixar abater com esse tipo de coisa, antes deveria combater o combate proposto por Cristo e sofrer as aflições desse combate como um bom soldado (2Tm 2.3-4); Paulo ainda conclui que se sofremos com Cristo, também reinaremos com ele; se morremos com Cristo, também viveremos com ele (vs 11-12), por outro lado, se o negarmos ele também nos negará.
Paulo conclui esse discurso com uma quebra de expectativa, “se formos infiéis...” explica o apóstolo “ele permanece fiel, não pode negar-se a si mesmo” (2Tm 2.13); A fidelidade de Deus não está condicionada a nossa; muitas vezes somos servos infiéis, não agimos como deveríamos agir, mas ainda assim o Senhor está conosco, ainda assim continua fiel as suas promessas e a sua palavra.
Um conselho aqui é dado, Timóteo deve buscar se apresentar como um obreiro preparado; alguém que sabe manejar as escrituras e que não tem do que se envergonhar (2Tm 2.15), para isso deve santificar-se a fim de se tornar um vaso de honra (vs 21) apartando-se dos desejos próprios da juventude e seguindo a justiça com um coração puro (vs 22) e sem entrar em contendas, mas andando em mansidão para com todos, sempre preparado para ensinar e para sofrer (vs 24).
Paulo agora fala sobre o futuro; diz-nos que nos últimos tempos viriam dias trabalhosos, por que haveriam homens amantes de si mesmo (2Tm 3.1). Ha do verso 2 ao 5 uma relação de atitudes réprobas diante de Deus que esse homens praticarão. Um detalhe precisa ser observado no verso 5º; tais homens terão aparência de piedade, mas na verdade será só uma aparência, devemos nos afastar deles.
Essas pessoas resistirão a verdade do evangelho; da mesma forma que os magos do Faraó (Janes e Jambres) buscaram combater contra Moisés, essas pessoas combaterão contra o evangelho e não se converterão, serão homens com o entendimento completamente corrompido (2Tm 3.8).
No final do terceiro capítulo encontramos mais um verso interessante; nele lemos que toda a escritura é divinamente inspirada; há algumas traduções que omitem esse pequeno “é”, mas ao analisarmos o texto grego, embora não encontremos o verbo “ser”, presenciamos um caso de adjetivo na função predicativa, que em poucas palavras pede o pequeno “é” na tradução (2Tm 3.16).
Toda a escritura é inspirada e serve para nos instruir, para nos repreender, para que todo o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído. Isso nos mostra o quanto devemos meditar na palavra; não podemos ler apenas um ou outro verso de um u outro livro, precisamos nos debruçar sobre toda a Bíblia; tanto o Antigo quanto o Novo testamento são repletos de pérolas do conhecimento de Deus para nossas vidas; cabe a nós “garimpá-las”.
Paulo encerra essa carta lembrando a Timóteo que haveriam tempos em que as pessoas não suportariam a sã doutrina, nessa época, as pessoas prefeririam ir atrás de pregadores que preguem coisas agradáveis d se ouvir, que preguem um evangelho moldado aos desejos do homem (2Tm 4.3).
Não é preciso dizer que temos visto isso nos últimos dias, cada nova manhã nos trás uma “nova teologia”, uma nova igreja e um novo líder religioso que prega aquilo que gostaríamos de ouvir, o “negue-se” a si mesmo nunca foi tão fácil; a cruz que devemos carregar tonou-se de isopor; e o homem tomou o lugar do centro do evangelho.
Concluo com uma pequena curiosidade; Paulo mesmo preso, sabendo que pouco tempo de vida lhe restava, ainda pediu a Timóteo que lhe trouxesse seus livros (2Tm 4.13), mesmo ciente do fim de sua vida, o apóstolo não cansava de trabalhar para a obra e de estudar. Que esse exemplo fique para nós.