Dia 173 – II Coríntios 4 – 6. Ação maligna; Glória futura; Tribunal; Exemplo; Julgo desigual.
18 de Junho de 2019
Continuando pela segunda carta de Paulo à igreja de Cortinto, pretendemos abordar alguns versos que julgamos interessantes para o momento; como sempre, reitero que não objetivamos fazer um comentário exaustivo, mas sim tomar notas de alguns pontos que nos chamaram atenção durante a leitura.
Paulo nos diz que “o deus deste século cegou os entendimentos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho” (2Co 4.4). Muitos homens já têm o coração duro, aliando isso a ação maligna, temos pessoas completamente resistentes a pregação da palavra. Não devemos, por conta disso, esmorecer nossa pregação, afinal a Porque “a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas” (Hb 4.12
Outro verso interessante nos mostra como o apóstolo Paulo via a sua vida; a fim de ser exemplo e prega a a palavra, Paulo estava “sempre entregue a morte”, não apenas física, mas também a morte do seu eu, de suas vontades e de seus desejos, tudo isso para que a vida verdadeira pudesse chegar aqueles que estavam perdidos (2Co 4.11-12).
Paulo sabia que nem uma luta terrena, nem uma abnegação, nem um problema poderia se comparar ao que lhe estava reservado na glória dos céus (2Co 4.17). Não podemos perder esse foco; as coisas terrestres são passageiras, mas o porvir é eterno, devemos portanto ficar nossas vidas e nossas forças no alvo correto.
Não podemos esquecer que no fim das contas, todos nós deveremos comparecer “ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito” (2Co 5.10), ou seja, nossas obras serão julgadas naquele grande dia, e o que termos para apresentar ao nosso Senhor? Precisamos ter uma vida consagrada a Ele.
Jesus morreu por todos para que todos aqueles que vivem, não vivam mais para si, mas em prol dele. Não podemos viver uma vida alheia ao sacrifício de Cristo, não podemos tornar barato o que lele fez por nós, se ele entregou sua vida em nosso favor, o mínimo que podemos fazer é entregar nossas vidas por ele; somos seu representantes aqui nessa terra; Somos todos Embaixadores de Cristo (2Co 5.20)
Por isso, precisamos ser sempre “recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias” (2Co 6.4); precisamos ser exemplo a fim de que o mundo em nós veja a Cristo.
Encerramos hoje com um versículo ignorado por muitos; Paulo nos diz que não devemos nos prender a um julgo desigual com os infiéis (2Co 6.14). O motivo é simples; não há comunhão entre a luz e as trevas. Podemos nos prender nesse julgo de várias formas diferentes: Uma parceria de negócios, um relacionamento… em fim, toda atividade que necessite de um real engajamento nosso.
Penso que de todas as formas de nos prendermos em um julgo desigual, o casamento seja a pior delas. Toda sociedade pode ser desfeita, mas não o casamento, Deus abomina o divórcio (Ml 2.16).
O Julgo em questão é uma referencia a peça que unia os animais do campo que puxavam o arado. Quando se trabalhava com a força animal, não era recomendado unir animais diferentes para puxar uma carga, ao colocar um touro e um jumento juntos, por exemplo, acabaríamos por forçar demais um animal, e consequentemente terminaríamos andando em círculos ou até matando um dos animais pelo excessivo esforço.
Em nossas vidas de cristãos temos muitas cargas para levar, e precisamos nos unir a alguém que tenha a mesma capacidade para levá-las, alguém que também tenha o Espírito Santo como combustível de vida.
Embora muitos hoje em dia tentem relativizar esse texto, sua leitura é clara e direta; gostaríamos no entanto de analisar de forma breve duas palavras em suas versões originais, são elas ἑτεροζυγοῦντες – reterozugúntes e ἀπίστοις – apístois.
Comecemos por “apístois”, essa palavra significa literalmente “não crente”. Nesse sentido de união profunda, devemos buscar pessoas que comunguem da nossa fé, e não nos unir aqueles que não creem como nós. Vale frisar aqui que o termo faz menção aqueles que não creem na mensagem de Cristo, isso inclui aqueles que criam de forma distorcida, pois não criam na genuína mensagem.
Julgo desigual se opera também dentro dos muitos braços do Cristianismo, hoje em dia temos uma série de igrejas que se dizem cristãs, mas que na prática estão longe de crerem no Cristo bíblico.
Reterozugúntes é a palavra que temos traduzido como “Julgo Desigual”, ela é formada pela junção de outras duas palavras, ἕτερος – réteros, que significa diferente e ζυγός – dzugós, que significa julgo. Gostaria de me prender ao significado de réteros.
Réteros significa diferente, mas não é apenas isso, essa palavra significa algo completamente diferente, algo de uma essência e constituição diferentes. No grego Koinê temos outras palavra que também significam “diferente”, mas nem todas indicam uma diferencia de substância.
Quando Paulo escolheu essa palavra, ele quis enfatizar que o Julgo Desigual é muito além de uma questão de crença, é se unir com uma outra realidade, o “incrédulo” não possui a mesma essência do Cristão, ele não é luz, não possui o Espírito Santo.
A Bíblia é clara e já abordamos inúmeros textos que condenam o casamento com os que estão fora da fé, de Gênesis até agora, muitos textos já nos indicaram isso; no entanto essa é uma decisão pessoal, cabe a cada um escolher o caminho que deve seguir; parafraseio aqui Josué “Escolham o caminho de vocês, mas Eu e a minha casa seguiremos a Bíblia”