Dia 158 – Atos 6 – 9. Servos; Estevão; Felipe vs Simão e a Descida do Espírito, Paulo.

3 de Junho de 2019

O Evangelho crescia cada vez mais, pessoas e mais pessoas se juntavam à nova fé, esse crescimento trouxe o primeiro prolema social da igreja; as viúvas. Em uma época em que não havia assistencial social por parte do governo, uma viúva era uma mulher sem sustento, em especial se não tivesse filhos que a acudissem. O Fato é que os doze apóstolos arrazoaram que não poderiam deixar de pregar a palavra para cuidar de questões menores (At 6.1-2); nascem ai os Diáconos.

São escolhidos ai, homens cheios do Espírito Santo, de boa reputação e sabedoria, esses deveriam ser responsáveis para sanar essa necessidade. Os diáconos então são pessoas que deveriam zelar pelas questões secundárias da igreja, sobretudo as assistenciais. Dentre os diáconos eleitos naquele dia, um deles se destacou, Estevão.

Estevão era um homem cheio de fé, sabedoria e de poder, ele operava muitos sinais e ninguém podia resistir a sabedoria com que falava (At 6.8-10), então, subornaram homens para o acusarem de palavras blasfemas (vs 11) e assim o levaram a julgamento.

Em sua defesa, Estevão faz uma revisão da história de Israel, a começar por Abraão, ele mostra o cuidado de Deus para seu povo e como Sempre Deus levantou algum guia para Israel; cita ainda Moisés e sua promessa sobre um futuro profeta que viria (At 7.37), seu discurso é longo, e o povo o ouvia com atenção até que chegou na questão de Jesus (Vs 52)

Muitos dos líderes não queriam ouvir falar de Jesus, porque foram favoráveis a sua morte, falar de Cristo era apontar o erro desses líderes; não houve mais conversa, a multidão enfurecida partiu sobre Estevão que, cheio do Espírito Santo, olhando para o céu vê “a glória de Deus, e Jesus, que estava a direita de Deus” (At 7.55).

Expulsando a Estevão da cidade, o povo o apedrejam até a morte; em seus últimos momento, o primeiro mártir do cristianismo clamou com grande voz “Senhor, não lhes impute este pecado” (At 7.60), tendo dito isso, morreu.

Paulo (também chamado de Saulo), será uma figura muito importante no Novo testamento, ele era um fariseu que provocou grande perseguição contra a igreja de Jerusalém (At 8.1) de forma que os cristãos foram espalhados. De certo modo isso fez o evangelho crescer, pois, “os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra” (At 8.4)

Antes de seguirmos com Paulo, observemos algumas histórias. A primeira dela é de um certo homem Simão, um farsante que enganava o povo com truques de mágica (At 9.9-10), mas tendo se convertido, buscava o comprar dos apóstolos o Poder que eles tinham, Pedro então o repreende afirmando que o dom de Deus não se alcança por dinheiro (At 9.18-20). Curiosamente, hoje em dia, algumas igrejas esqueceram-se desse verso e, prometendo inúmeras bençãos, tentam arrancar até o último centavo da carteira dos seus fiéis.

O verso 15 desse capítulo merece especial atenção, ao lermos este versículo uma pergunta brota em nossas mentes: Porque os Samaritanos não haviam recebido o Espírito Santo? Ha quem afirma que isso fora uma providência de Deus; havia uma grande rixa entre Samaritanos e Judeus, de forma que Deus reteve o Espírito até que os apóstolos lá fossem, a fim de que os Samaritanos reconhecessem os Judeus. Tenho cá minha dúvidas com essa argumentação, uma vez que não se pode se converter sem o Espírito Santo (Ico 12.3).

Penso que o que houve em Samaria fora uma falsa conversão. Simão era um “mago” que enganava o povo com artes mágicas, e Felipe lá chegou com uma “magia” ainda maior, é possível que ali houvesse acontecido apenas uma troca de partidos, trocaram um mago menor por um maior; os Apóstolos então, descem até Samaria para averiguar a situação (vale lembrar que esse Felipe não era um apóstolo, os apóstolos não saíram de Jerusalém (At 8.1), esse era um dos diáconos eleitos com Estevão (At 6.5).

Ao chegarem, os apóstolos percebem que aquele povo não possui o Espírito, eles não encontraram evidências de genuína conversão, não viram ali os frutos do Espírito; a prova disso é o coração de Simão e sia ganância ainda por poder.

Os apóstolos então oram por aquele povo, a fim de que haja ali uma verdadeira conversão, então ocorre a descida do Espírito.

E quanto a Simão? Ele não perde perdão, apenas pede para que orem por ele para nem um mal o acometer (At 8.23). A Bíblia encerra ai sua história, mas outros registros históricos nos levam um pouco mais ao longe e atestam que de fato Simão nunca fora realmente converso.

A resposta de Simão é típica. Não reconhece sua culpa e não se atemoriza diante de sua situação. Por isso também não deseja arrepender-se. Permanece preso à sua superstição, mas teme justamente a partir dela o “poderoso” Pedro e as eventuais conseqüências de suas ameaças. Por essa razão responde: “Rogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes sobrevenha a mim.” A essa atitude corresponde o que sabemos de notícias posteriores sobre Simão. Justino, o mártir, que nasceu em Samaria por volta de 100 d. C., relata acerca de Simão. Venerado por muitos como “deus”, Simão se separou da igreja de Jesus e fundou uma igreja gnóstica própria. O fato de que se atribuem a ele terríveis perversões na área sexual também condiz com as experiências que muitas vezes fazemos em alguns movimentos carismáticos da atualidade: forças ocultistas se combinam com impureza na área financeira e sexual. (BOOR, 2002, p. 76)

Este mesmo Felpe e enviado a pregar par um Eunuco, dessa vez, no entanto, as coisas ocorrem de forma diferente. Diferente de Samaria, uma cidade repleta de ocultismo, o coração do Eunuco se converte inteiramente, de forma que rapidamente é batizado por Felipe a pedido do próprio Eunuco (At 8.37).

Este Etíope eunuco não idolatrava a Felipe, este homem estava com seu coração voltado para Jesus, a prova definitiva é lida no final do texto, quando o Espírito arrebata Felipe, (O “teletransporta” para a cidade de Azoto) de forma que o eunuco se vê sozinho, mas, ainda assim segue seu caminho feliz, pois ele tem a Cristo. (At 8.39.40)

Encerramos com a conversão de Paulo; não comentaremos aqui os detalhes de como Jesus falou com ele, estes podem sem conferidos no capítulo 9 de Atos, mas alguns detalhes, penso eu, são dignos de nota nesse momento.

Em primeiro deles temos o medo de Ananias em orar por Paulo (At 9.13), mesmo com a orientação Divina, Ananias receia e “lembra” a Deus quem é Paulo. Não podemos ver essa atitude como um ato de incredulidade, mas sim como o receio humano. Mesmo diante de uma fala de Deus, a humanidade de Ananias falou mais alto; Deus no entanto não lhe imputou pecado ou punição, antes lhe explicou o quanto sua ação era necessária.

Paulo então segue para as sinagogas e prega (At 9.20), e depois segue para Jerusalém onde é recebido por Barnabé (At 9.36). Em algum momento nesse meio tempo, Paulo viaja para a Arábia e fica lá por 3 anos (Gl 1.17-18), nesse meio tempo ele aprende com Jesus (Gl 1.11-12). Paulo não foi ensinado pelos apóstolos, mas diretamente por Cristo.

Ps: BOOR, Werner de, ATOS DOS APÓSTOLOS COMENTÁRIO ESPERANÇA; Curitiba: Editora Evangélica Esperança: 2002.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 03/06/2019
Código do texto: T6663794
Classificação de conteúdo: seguro