Dia 155 – João 18 – 21. Eu Sou; Verdade; Placa; Toque; Amor ou amizade; Motivo.
31 de Maio de 2019
Hoje nos despedimos do último dos Evangelhos, foram muitos dias estudando a vida e os fato de Jesus, a partir de amanhã iniciaremos uma viagem pelas obras realizadas por seus apóstolos, veremos como agiram e o que ensinaram, mas por hora, contemplemos o final do Evangelho segundo João
Mais uma vez vemos a presença do nome “Eu Sou”, aqui Jesus o diz diante dos guardas que o vinham prender (Jo 18.5-6), é interessante observar que, mediante essa declaração, os guardas recuaram e caíram por terra, Fica claro aqui que Jesus se deixou capturar, ele tinha poder e autoridade para impedir essa ação, mas, a fim de cumprir os desígnios de seu pai, permitiu-se ser apanhado.
Pilatos, em seu interrogatório com Jesus lhe pergunta qual é a verdade (Jo 18.38); penso que aqui, Pilatos não desejava conhecer mais sobre a obra de Jesus, e sim lançar uma pergunta filosófica: “O que é a verdade?”. Vivemos em uma época de relativismo, muitos afirma que “a sua verdade pode não ser a minha verdade”, não pretendo entrar aqui em discussões filosóficas, mas o fato é que há uma só verdade.
Como já lemos, Jesus é o único caminho que nos conduz a Deus, só através dele podemos obter salvação, essa é a verdade; você pode discordar dela, ou até não crer nela, mas isso é um fato.
Pilatos não estava buscando uma resposta, mas, ao ouvir que Jesus se dizia o filho de Deus, temeu e passou a tentar soltá-lo (Jo 19.7-8); de fato, Pilatos tinha autoridade para isso, mas teve medo da pressão popular; os Judeus o colocaram contra César (Jo 19.15) e Pilatos acabou mandando crucificarem a Jesus. Talvez com remorso, Pilatos manda escrever uma placa escrita “Este é o rei dos Judeus” (Jo 19.21-22), tal placa não agradou a liderança Judiam mas Pilatos, dessa vez, não voltou atrás.
Após ressurreto, Jesus não permite que Maria a toque, porque, segundo ele, não havia ainda subido para o Pai (Jo 20.17); algum tempo depois, diante dos discípulos, Jesus permite ser tocado. Confesso que não compreendo os motivos de Jesus, penso que ninguém saiba ao certo o porquê desse impeditivo de ser tocado e dessa “ida ao pai”. Deixo aqui o registro da dúvida para futuras pesquisas.
Temos agora uma passagem que, às vezes, confunde-nos um pouco, Jesus pergunta a Pedro três vezes se este o ama, Pedro responde que sim nas três vezes, e no final acaba triste (Jo 21.17). Mas o que de fato aconteceu aqui?
O que acontece aqui é um problema de tradução, Jesus, ao perguntar a Pedro se este o ama, utiliza-se da palavra grega ἀγαπάω – agapáu, que como já falamos, é o verbo amar, mas um amor que se demonstra através de ações; mas Pedro, quado diz que ama a Jesus, responde utilizando o amor φιλῶ – filõ, ou seja, um amor de amizade.
Por isso Jesus pergunta três vezes, em sua última pergunta, Jesus “abaixa” o nível do amor para o o amor φιλῶ – filõ, e Pedro percebe como estava deixando a desejar com o Mestre.
João encerra seu livro afirmando que Jesus fez muitas coisas, (Jo 21.25) mas nem todas foram escritas por ele, mas as que foram escritas, foram com um único propósito “ para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo, tenhais a vida em seu nome” (Jo 20.30-31).