Dia 154 – João 14 – 17. O Caminho; Pai; Espírito; A videira; Escolha; Oração.

30 de Maio de 2019

Entre os evangelhos, o de João é o que nos dá mais detalhes sobre o momento da última ceia. Após a famosa ministração dos elementos, Jesus inicia um discurso que somente João nos apresenta. Pretendemos hoje abordar alguns pontos desse discurso Já em suas primeiras palavras, Jesus nos traz uma afirmação firme de quem ele é, a saber, o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). Muitos hoje alegam conhecer vários caminhos para se chegar a Deus, alguns pensam que todas as formas de crer estão de certo modo certas, e cedo ou tarde levarão as pessoas a Deus, mas Jesus discorda disso ao afirmar que ele é “o caminho” e não “um caminho”. Existe apenas um caminho para nos conduzir ao Pai, ele se chama Jesus Cristo (Jo 17.3), e quem o odeia, também odeia a seu pai (Jo 15.23)

É muito complicado entendermos a noção de Trindade, embora a palavra não se encontre na Bíblia, o conceito está sempre presente. Jesus mesmo afirma que quem vê a ele vê ao pai (Jo 14.9), porque ele está no Pai e o Pai nele (vs 10)

Jesus é o filho, ele não é o Pai, mas ele e o pai são um, mas de que forma? Mais a frente lemos: “E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.” (Jo 17.11). Jesus pede ao Pai para que nos guarde, a fim de que nós, os homens sejamos um, da mesma forma que ele e o Pai são. Peso que Jesus e o pai sejam um na forma de pensar, no modo de agir.

Em essência, tanto Pai como Filho como o Espírito são um, todos são Deus, mas cada um é individual, cada um é livre e autônomo e em tese poderiam agir de forma diferente, mas são unidos em um mesmo pensamento, agem e pensam milimetricamente igual. Por isso são um só Deus, da mesma forma que duas mãos são um só corpo.

Entendo que a trindade seja um assunto complicado, não quero aqui lançar polêmica sobre o assunto, apenas apontar alguns pensamentos.

Jesus então nos promete o Espírito Santo, Consolador, nosso Advogado, o Ajudador, todos esses significados advém do termo grego Παράκλητος – parákletos, Jesus promete que o Pai o enviará, e que esse Espírito nos ensinará todas as coisas (Jo 14.26), isso coaduna com o que Jesus afirma mais a frente, sobre ter mais coisas para falar aos discípulos, mas não o poder, por ainda não estarem prontos (Jo 16.12).

O Espírito Santo também faria os discípulos lembrarem de todas as coisas ditas por Jesus, é curioso pensar que esse Espírito tenha tido a capacidade de inspirar homens na escritura do Novo testamento, mas tenha falhado em preservar seu texto, conforme advogam os defensores do Texto Crítico. Não entraremos no assunto agora, mas deixo aqui meu ponto de vista: O texto receptus é se dúvida o melhor texto que temos, fiel ao original, o que vemos hoje em dia é uma tentativa falha e humana de “construir” uma nova Bíblia.

No capítulo 15 encontramos um verso um tanto controverso, Jesus nos diz que não escolhemos a ele, mas sim ele a nós (Jo 15.16). Aqui no entanto, se observarmos todo o verso, veremos que não se trata de um escolha para salvação ou condenação, mas sim uma escolha ministerial. Não foram os apóstolos que escolheram essa missão para si, antes Jesus que os escolheu para que fossem e frutificasse.

Ah uma comparação interessante feita por Cristo, Ele compara-se a uma videira, de forma que todos nós estamos ligados a ele; aqueles galhos que derem frutos serão limpos e darão cada vez mais, por outro lado, aqueles galhos que não frutificam serão cortados (Jo 15.2), mas não só isso, serão lançados fora, no fogo (vs 6)

Só existem dois destinos possíveis, estar ligado a Cristo ou não, podemos escolher frutificar, ou podemos ignorar a sua mensagem; Jesus mesmo diz que aqueles que o obedecerem serão seus amigos (Jo 15.14). Cabe a nós a decisão, precisamos escolher em que time nós estaremos; nos amigos de Jesus e de seu Pai, ou no time dos inimigos.

Jesus então adverte que dias ruins viriam, ele avisa os discípulos que no futuro eles seria perseguidos, chegaria ao ponto em que pessoas os matariam pensando assim estarem ajudando a Deus (Jo 16.2). Mesmo com um futuro caótico pela frente, Jesus diz que devemos ter paz. Ele encerra essa parte de seu discurso afirmando que no mundo teríamos aflições, mas deveríamos nos animar, porque ele foi capaz de vencer o mundo (Jo 16.33), e em sua vitória, intuímos nós, temos também a nossa vitória. Mas a frente encontraremos textos que respaldarão nosso modo de pensar.

Jesus então ora pelos seus discípulos, mas não só por aqueles que estavam com ele na mesa, ora “também por aqueles que pela tua palavra [Pai] hão de crer em mim” (Jo 17.20). E assim Jesus encerra sua última ceia, orando por você meu amigo leitor. Meu desejo é que não deixes de lado essas palavras de Jesus, que não ignores tudo o que o mestre nos dise.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 30/05/2019
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