Dia 152 – João 07 – 10. Família; Primeira pedra; Controle; Homicida; Eu sou; Cego; O Ladrão; Salvação.
28 de Maio de 2019
O ministério de Jesus foi em muitos momentos conturbado, hoje lemos que em certo momento Ele não podia mais andar pela Judeias, pois os judeus procuravam matá-lo (Jo 7.1), penso que isso não é de nos espantar, talvez o espantoso seja ver que nem a sua família cresse nele (Jo 7.5); Seus irmãos insistiam para que fosse a Judeia, não para que o evangelho se espalhasse, mas porque desejavam que ele fosse preso e parasse com aquelas “sandice”.
Chegamos a uma famosa passagem, a de uma mulher pega em adultério (Jo 8.1-11); é curioso ver que os líderes Judeus levaram apenas a mulher e deixaram de lado o homem, contrariando a lei; eles pedem então um parecer de Jesus sobre aquela situação, não porquê se preocupassem com o cumprimento da lei, mas porquê procuram algo contra Jesus (vs 6).
A lei era clara, a mulher deveria ser apedrejada, mas haviam alguns detalhes a serem observados, primeiro que não deveria ser Jesus a dar aquela sentença, segundo que Jesus tinha fama de ser amigo dos pecadores, se ele confirmasse a execução perderia “seu nome”, se a negasse, estaria indo contra a lei de Moisés. Era uma situação sem uma saída fácil.
Jesus então, guiado pelo Espírito diz “Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (Jo 8.7). Jesus então devolve a questão, de forma simples e cheia de sabedoria, Cristo aponta o pecado de cada um.
Ao longo do evangelho de João vemos que diversas vezes quiserem prender e matar Jesus, mas nunca o fizeram, pois “ainda não era chegada a sua hora” (Jo 8.20). Não se engane, Jesus não foi vítima de um complô, ele tinha tudo perfeitamente sobre seu controle; Cristo sabia que precisava morrer, mas isso só aconteceria no momento certo, não antes.
Sabemos que só através de Jesus podemos chegar ao Pai, somente honrando um, podemos honrar ao outro, mas o que devemos fazer? Jesus nos diz que aqueles que permanecerem nas suas palavras serão os seus discípulos (Jo 8.31). Se quisermos agradar a Deus Pai, precisamos honrar a Deus Filho, para isso precisamos cumprir suas palavras.
Nos últimos 21 dias temos falado sobre os evangelhos, temos comentado as próprias palavra de Jesus; se você procura a vida Eterna, esse é o caminho, somente seguindo a Cristo poderemos ser libertos da escravidão do pecado (Jo 8.32;34).
Abrimos aqui um parêntesis para um comentário salutar; qual a origem do Diabo? Como falamos, há alguns textos em Isaías e em Ezequiel que são utilizados para afirmar que o Diabo era um anjo que quis tomar o trono de Deus e por isso foi expulso do céu. Muitos no entanto concordam que essa explicação é obtida tirando os textos de seis contextos originais.
Jesus nos fala que o Diabo é “homicida desde o princípio” (Jo 8.44), a palavra homicida significa “aquele que mata um homem”, no grego temos o mesmo significado. Ah quem pense que essa é a origem de Satanás, ele tentou destruir o homem e por isso foi expulso do céu com seus seguidores.
O motivo talvez tenha sido inveja, ou algo do tipo; é possível que ele não tenha gostado de ver Deus criando um ser a sua imagem e semelhança. De qualquer forma, vale a pena um estudo mais atencioso desse texto.
Em dada ocasião tentam apedrejar Jesus (Jo 8.59), provavelmente isso se deva por Jesus ter usado a expressão “Eu sou” (vs 58). Vale lembrar que esse é o nome que Deus se revelou a Moisés; Jesus dizendo “Eu sou”, pode ter falado as mesmas palavras hebraicas ditas por Deus, o que causou revolta no povo; mas, mais uma vez Jesus “ocultou-se e saiu do templo, passando pelo meio deles” (vs 59)
Todo o capítulo 9 do evangelho de João nos é muitíssimo interessante, aqui vemos Jesus operar um milagre especial, a cura de um cego de Nascença. (Jo 9.1)
Na ótica dos Judeus, uma pessoa que nascesse cega, recebera isso como uma punição de Deus pelos pecados de seus pais ou por seus pecados no ventre materno (alguns criam também em reencarnação), Logo, sendo a cegueira algo que veio desde o nascimento e por isso vinda de Deus, somente Deus poderia a tirar, Entendiam então que curar um cego que assim nascera seria um dos sinais que Messias deveria poder fazer.
Os líderes da Sinagoga viram esse milagre, mas ainda assim não quiseram aceitar Jesus como Messias, já haviam inclusive acertado que aquele que o reconhecesse como Cristo deveria ser expulso da Sinagoga (Jo 9.22). Não ha milagres suficientes para convencer aquele que não quer ser convencido.
Cabe esclarecer um detalhe aqui, sobre alguns versos do capítulo 10. Aqui lemos o famoso João 10.10 que diz: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Muitos, ao lerem esse trecho pensam que Jesus fala aqui do Diabo, mas, se lermos os versos anteriores, veremos que ele fala dos falsos mestres.
São os falsos líderes religiosos que vieram para matar, para roubar e para Destruir; somente Jesus veio para nos trazer vida, e vida em abundância.
Mais a frente temos o que considero uma das mais belas passagens bíblicas,
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. (Jo 10.27-29)
Que palavras bonitas nós temos aqui, Jesus nos garante que aqueles que forem a ele “Nunca hão de perecer”, essa é sem dúvida uma certeza muito grande e muito reconfortante, sabermos que ninguém pode nos arrebatar de sua mão, nos traz paz e alívio.
Sei que existem muito que entendem que a Salvação dada por Deus através de Jesus pode ser perdida, podemos estar salvos em um momento e em outro não estar, entendo que esse pensamento exista e respeito quem assim pensa, mas, mediante a versículos como esse não posso pensar dessa forma.
Temos também a contatação da forma como Jesus disse “tua fé te salvou” e “perdoados estão os teus pecados”, já comentamos de seu significado em grego e seu sentido de eternidade; há ainda outros versos que ao longo dos dias veremos que reforça essa tese.
Concluímos hoje afirmando que a salvação é um presente de Deus, nós não o merecemos e ele não vem pelas nossas obras, mas única e exclusivamente pela graça!
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” (Ef 2.8-9)