Dia 148 – Lucas 18 – 21. Sinóticos; Zaqueu; Minas; as pedras clamarão; Filhos de Deus;Orgulho; dependência; .

24 de Maio de 2019

Estamos nos aproximando do final do evangelho de Lucas; como já dessemos, Mateus, Marcos e Lucas possuem muitas similaridades, dessa forma acabamos revisitando alguns textos. Hoje bem poderíamos tornar a falar do Jovem rico, mas penso que já o fizemos devidamente nos comentários do dia 140.

Muitos alegam que tais similaridades nos evangelhos indicam uma consulta a uma fonte única, um escrito de origem desconhecida que teria sido a base utilizada por Mateus, Marcos e Lucas, entretanto, nunca se encontrou nem um vestígio dessa suposta fonte, embora muito se especule a esse respeito.

A fim de apresentarmos melhor as similaridades desses evangelhos, mostramos a imagem a seguir

IMAGEM NO LINK

Relação entre os evangelhos Sinóticos

https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=17478843

Ainda poderíamos falar sobre a cura do cego Bartimeu em Jericó, mas de igual modo já abordamos essa passagem no dia 140 onde inclusive apresentamos mais uma vez o tempo verbal “Perfeito” utilizado no grego. No dia 148, inclusive, trouxemos uma definição oriunda de um léxico.

Não obstante os textos repetidos, sempre temos algum detalhe novo a extrair dessas leituras, mas hoje não pretendemos revisitá-los, antes abordaremos novas águas.

Comecemos pela famosa história de Zaqueu (Lc 19. 1-10), um cobrador de impostos que desejava ver Jesus, mas sua baixa estatura não lho permitia. Sem desanimar, Zaqueu sobe em um sicômoro e, ganhando altura consegue ver o mestre; há alguns pontos interessantes aqui.

Em primeiro lugar podemos falar sobre essa árvore; acredita-se que ela ainda existe na cidade de Jericó, inclusive é atualmente protegida pela UNESCO; muitos defendem ser a mesma árvore que Zaqueu subiu. Quanto a isso não se pode provar, mas de fato a árvore possui idade suficiente para isso.

Talvez mais impressionante que a longevidade da árvore seja o conhecimento de Cristo, Jesus viu Zaqueu e o chamou pelo Nome; é possível que Zaqueu tivesse se assustado com isso. No meio de toda aquela multidão, Jesus sabia que aquele homem estava ali porque o queria conhecer, muitos estavam próximos a Jesus, mas Zaqueu de fato o buscava. Mais a frente testemunhamos a conversão de Zaqueu (Lc 19.8-9) que se compromete a restaurar todo o prejuízo que tinha feito aos outros com cobranças ilegais.

Jesus então conta a parábola das minas; nela lemos sobre um homem que entrega minas para empregados seus negociarem, mas após o tempo determinado, ao chegar o dia da prestação de contas, um dos homens confessa que simplesmente enterrou tudo e deixou de ganhar dinheiro (Lc 19.11-27).

Uma mina equivale a 100 dias de trabalho de um trabalhador do campo, e aqueles homens deveriam telas usado para ganhar mais dinheiro. Essa parábola possui muito material, mas hoje nos ateremos a uma simples comparação; o que temos feito com o que Deus nos tem dado?

Se você está lendo essas páginas, então já posso dizer que o pouco conhecimento que Deus me deu eu pude compartilhar com alguém, pude o multiplicar; mas e você, o que tem feito com os dons que Deus lhe tem dado? Mais a frente teremos a oportunidade de falarmos sobre a questão dos Dons e do serviço Cristão, mas por hora cabem-nos a sincera reflexão.

Por ocasião da entrada de Jesus em Jerusalém, os discípulos começaram a o adorar “Dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas” (Lc 19.38), Alguns fariseus, então, mandarão que Jesus repreendesse os seus discípulos, mas este os respondeu que “se estes se calarem, as próprias pedras clamarão.” (Lc 19.40).

Deus merece glórias, ele não precisa de nós para o glorificar; o nome de Jesus merece toda a sorte de louvores, se os homens não o glorificarem, até as pedras o fariam! Aqui, muito provavelmente, Jesus usa uma ditado popular extraído de Habacuque 2.11; da mesma forma que Ele disse que Deus poderia fazer filhos para Abraão das pedras (Mt 3.9).

O que Jesus queria dizer aqui é que o louvor a ele pertence, e que acontecerá, queiram os homens ou não. Louvar a Deus é algo tão natural e tão eminente na sua presença, que até as pedras o fariam (se assim pudessem).

Em Lucas 20.35, Jesus nos fala que após a ressurreição seremos como os anjos, ou seja, não morreremos e nem nos casaremos. Aqui temos uma importante lição sobe os anos, eles não se casam e nem se reproduzem, é possível até que não tenham sexo; talvez, conjecturo aqui, também venhamos a ser assim no futuro.

O fato é que esse verso muito nos é importante para compreendermos quem são os filhos de Deus citados em Gênesis 6.1-4. Muitos pensam que esses eram anjos que engravidaram as mulheres, mas não podemos pensar assim tendo o texto de Lucas em mãos. O que vemos ali é uma divisão dos filhos de Deus, ou seja, as pessoas que o serviam e as filhas dos homens, as que não o adoravam.

Jesus ainda nos adverte a nos precavermos dos escribas, uma vez que estes gostavam das principais cadeiras na sinagoga e dos louvores públicos (Lc 20.46). Nós não devemos ser assim, antes precisamos ser humildes e lutar contra qualquer tipo de sentimento que tire o louvor de Deus e o coloque sobre nós.

A soberba é um mal muito perigoso e facilmente podemos ser atingidos por ela, que nos esforcemos para reconhecer que nada temos de nós mesmos, antes, tudo aquilo que somos e possuímos foi nos dado por Deus.

Encerramos hoje falando de como devemos depender de Deus; Jesus nos fala que, em sendo presos e acusados contra a fé, não devemos nos preocupar com o que falaremos, pois Ele nos daria palavra e sabedoria que ninguém poderia resistir (Lc 21.14-15). Devemos depender de Deus para tudo, mas não podemos usar esse texto para defender o despreparo bíblico. Jesus fala aqui de uma situação específica, de acontecimentos escatológicos (fim do mundo), e não da pregação do Domingo a noite.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 24/05/2019
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