Dia 137 – Marcos 01 – 04. Pobres; As dietas diferentes; Trindade; o Reino; Testemunho demoníaco; Desobediência; Sãos; Odre novo; herodianos; os Seus; Pecado contra o Espírito Santo.

Marcos

14 de Maio de 2019

Iniciamos hoje o Evangelho segundo Marcos, veremos que esse é o evangelho mais curto, mas ainda assim encontramos nele alguns detalhes que não encontramos em outros; nossa meta é, na medida do possível, não comentar os mesmos temas, de forma a tornar esse pequeno diário mais rico; Vale ressaltar que Marcos não era um dos doze apóstolos, só lemos sobre ele como acompanhante de Paulo em suas viagens (At 13.13), sigamos então aso escritos de Marcos.

A começar por João Batista, temos aqui um detalhe curioso, João possuía uma dieta incomum, alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre (Mc 1.6); provavelmente ele era visto como uma figura esquisita, uma homem que mora no deserto e tem uma alimentação incomum; João contrasta em muito com Jesus, no sentido de ministério e alimentação, ambos estavam em extremos diferentes, mas nem um conseguiu agradar o povo, demonstrando assim o nível da dureza do coração das pessoas; o próprio Jesus afirmou “Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão” (Mt 11.18-19)

Embora a palavra “trindade” não seja encontrada na Bíblia, sua ideia está presente por todas as suas páginas, um momento claro onde podemos ver de forma separada Pai, Filho e Espírito Santo é o batismo de Jesus, ali, lemos que João viu o Espírito como uma pomba, ouviu uma voz que dizia “este é meu filho”, tudo isso enquanto batizava Jesus. Não digo com isso que o conceito seja fácil de se compreender, mas não podemos negar sua existência. Conforme avançarmos pela Bíblia, mais falaremos sobre esse assunto.

Jesus então começa sua pregação, algia Bíblias trazem a tradução para Marcos 1:15 como “É chegado o reino de Deus”, outras como “O reino de Deus está próximo”, penso que essa segunda esteja mais correta; no texto em grego, nós encontramos a palavra ηγγικεν – éggiken, que nos traz a ideia de algo que se aproximou de nós. De fato o reino de Deus estava muito próximo daquelas pessoas, estava a um crer de distância.

Fato interessante também é a colocação do verbo na voz ativa do Perfeito; pela voz ativa temos a ideia de que o reino de Deus veio até nós e não que foi trazido, de fato, Jesus é o rei, e ele vindo até nós o próprio Reino até nós veio; pelo Perfeito temos a ideia de uma ação que, após começar, seus efeitos se estendem até o presente; fato é que o Reino de Deus ainda está perto de Nós, muitos vivem toda uma vida próximo das portas do Reino, mas sem nunca adentrarem por elas, não cometa esse reino; faça o que Jesus disse: “Arrependei-vos, e crede no evangelho.” (Mc 1.15)

Um detalhe interessante que Marcos nos trás são as “tentativas” de Jesus de calar os demônios; em vários momentos nós podemos ver os demônios tentando exclamar a divindade de Jesus e o mesmo os impedindo. Um dos momentos em que vemos esse episódio encontra-se e em Marcos 1.24.

Penso que Jesus tinha um motivo para isso, e acredito que seja um motivo simples. Não devemos crer em Deus por indicativos do demônio, mas sim pela obra do Espírito Santo. Se os demônios testemunhassem de Cristo, seria mais fácil para as pessoas suporem de um complô da parte do inferno; bem poderiam pensar que Jesus era um enviado de Satanás e que tudo ali não passava de uma encenação. De fato, mesmo Jesus operando sinais incontestáveis, veremos muitos dos fariseus e escribas o acusando desse conluio com os demônios.

Um detalhe rápido sobre uma passagem já comentada, a cura de um leproso. Jesus o pede que guarde silêncio sobre o milagre, que não o conte a ninguém, mas o homem o desobedece e espalha a notícia. “Como posso ficar calado?” ele pode ter pensado, “isso é algo que o mundo precisa saber!”, então, cheio de boas vontades, o homem desobedeceu a Deus (Jesus); o que isso causou? Jesus não pode mais entrar nas cidades e prear as Boas Novas (Mc 1.44-45), teve que ficar apenas pelas regiões desertas.

Aprendemos com esse homem que não há boa intenção que valha desobedecer a Deus, antes de tudo, precisamos cumprir a vontade de Deus, entendamos ela ou não.

Muitos criticava Jesus por ele andar com pessoas que a sociedade considerava como impuras e pecadoras; Jesus então lhes explica que os saudáveis não precisam de médicos, mas sim os doentes (Mc 2.17).

Não podemos nos fechar em nossas igrejas e viver em clausura aguardando a volta do Senhor, precisamos, como Cristo, ir em busca daqueles que estão perdidos; a igreja que vive em prol de suas programações internas esqueceu-se de seu verdadeiro chamado e não tem refletido a imagem de Deus.

Uma passagem que merece luz para esse comentário de hoje é Marcos 2.21, quando Jesus fala sobre odres novos e sobre remendos velhos. De fato não podemos costurar um pano novo para tapar um buraco em um pano velho, porque o pano novo, sendo mais forte, vai acabar rasgando o pano velho; desse mesmo modo, os odres velhos (umas bolsas feitas de pele de animal) não poderiam receber vinho novo, pois a fermentação do vinho liberaria gases que fariam os odres estourarem; vinho novo se colocava em odre novo.

Jesus afirma aqui que o Novo testamento não pode entrar nos corações velhos, na antiga mentalidade; é preciso um novo coração para compreender as Boas Novas, é preciso um quebrantamento diante de Deus.

Por causa de Jesus, Fariseus e Herodianos se uniram em um só propósito (Mc 3.6), prender o Filho de Deus. Os Fariseus eram um grupo dos judeus que eram extremamente “cumpridores” da lei, eram estudiosos das leis e dos profetas e detinham muito conhecimento sobre as profecias; por sua vez, os Herodianos eram um grupo político que militavam em favor da linhagem de Herodes. Ambos os grupos eram rivais, mas por conta de Jesus, deixaram suas diferenças de lado.

Nem a própria família de Jesus creu nele em um primeiro momento. Lemos que o consideraram louco, pensaram que Jesus estava fora de si (Mc 3.21). Ao verem as multidões afluindo para Jesus, devem ter pensado que aquilo estava indo longe demais. Por certo não compreendiam a essência da missão de Cristo e nem a urgência do seu chamado. Ainda hoje, em muitos casos, a família torna-se um ponto complicado quando se opõe ao chamado de Deus em nossas vidas; nesses momentos, precisamos pedir sabedoria a Deus a fim de compreender como agir.

Encerramos hoje falando mais uma vez sobre a questão do Pecado contra o Espírito Santo; já falamos desse ponto, mas aqui nesse verso (Mc 3.28-30) vemos de forma clara o que falamos em outros momentos; Jesus faz seu discurso sobre esse pecado “porque diziam: Tem espírito imundo” (vs 30); dessa forma vemos que, esse pecado nada mais é do que, de forma deliberada, atribuir ao demônio alguma obra feita por Deus. Não digo aqui como forma de engano ou equívoco, como falamos anteriormente, essa era uma atitude deliberada por parte dos fariseus; eles sabiam a verdade, mas recusavam-se a sujeitar-se a ela.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 14/05/2019
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