Dia 137 – Mateus 26 – 28. Pobres; Angústia, a oração negada; Provas e incredulidade; o Véu se rasgou.

13 de Maio de 2019

Nessa segunda-feira encerramos o evangelho de Mateus, penso que se toda a Bíblia desaparecesse e somente esse evangelho sobrasse, já teríamos material suficiente para conhecer a Cristo e para viver uma vida que agrade a Deus; somente o sermão do monte pode ser estudado por toda uma vida! Mas, aprouve a Deus nos entregar muito mais que só um evangelho. A partir de amanhã começaremos a rever a história de Jesus por outras óticas, só então entraremos nas cartas e no período pós ressurreição.

Iniciamos hoje com um dito de Jesus por ocasião da passagem do vaso de alabastro; uma mulher derrama sobre Jesus um precioso bálsamo guardado em um vaso de alabastro (alabastro é um tipo de pedra), alguns discípulos se chateia com essa atitude, pois veem um desperdício, uma vez que o bálsamo poderia ser vendido e doado aos pobres (Mt 26.7-9) (mais a frente veremos que isso partiu de Judas, porque pretendia roubar o dinheiro).

Gostaria de focar em uma frase aqui dita por Jejus: “os pobres sempre os tendes convosco; a mim porém, nem sempre me tendes” (vs 11). Jesus afirma aqui que nem sempre ele estaria presente com os discípulos (de forma física), mas que sempre teríamos pobres conosco. Muitos advogam que o ministério de Jesus envolvia uma transformação na Terra, uma restauração da sociedade, mas não vemos em nem um momento Jesus falando nada nesse sentido.

De fato precisamos auxiliar os mais necessitados, mas nunca eliminaremos a pobreza, Jesus nunca falou nada nesse sentido e nem é essa a missão do evangelho; antes, sua missão é apregoar o nome de Cristo, levando salvação aos perdidos.

No getsêmani também temos um comentário para fazer; lemos que Jesus “começou a entristecer-se e a angustiar-se” (Mt 26.37). Não era ele o Filho de Deus? Como poderia estar angustiado e triste? Hoje em dia vejo em muitas igreja o ensino de que o crente deve estar sempre feliz, que a tristeza e a angústia são sinais de falta de fé ou fraqueza espiritual, mas, se tomarmos Jesus como exemplo, veremos que a tristeza fax parte da vida.

Não se culpe por se entristecer em alguns momentos e nem por se angustiar em situações complexas, isso em nada entristece a Deus, a dor e o sofrimento estão presentes nesse mundo e nem Jesus passou por aqui sem experimentá-las. Quando as situações se tornarem negras e seu coração pesado, recomendo agir como Jesus: “E adiantando de um pouco, postou-se com o rosto em terra e orou” (vs 39).

Nessa oração de Jesus vemos uma resposta negativa da parte de Deus, “se possível, passa de mim esse cálice; todavia seja feita a vossa vontade” (vs 39). Jesus fez um pedido ao Pai, que não o deixasse sofrer, é bem verdade que em seu pedido eu deixou claro que acima de tudo queria que a vontade do Pai se cumprisse, mas ainda assim, ele não queria sofrer.

Seu pedido foi negado, o Pai não lhe poupou desse “cálice”, fica aqui a pergunta: Faltou fé na oração de Jesus? De forma nem uma, mas nem todas as orações são respondidas com um Sim da parte de Deus, se nem Jesus, que foi perfeito recebeu apenas Sim, quanto mais nós, pecadores!

Mais uma vez lemos sobre Jesus assumindo ser o Cristo, agora diante dos sacerdotes (Mt 26.63), é interessante que Jesus havia feito uma série de milagres, mas ainda assim não o recebiam como Messias.

Jesus é então enviado a Pilatos, que não vê maldade alguma nele, sua esposa o recomenda não se envolver com Jesus, afirmando ser ele justo e ter sofrido em sonhos por causa dele (Mt 27.19). Não sabemos qual o sonho que ela teve, mas sem dúvida ela e Pilatos sabiam da inocência de Jesus; ainda assim, a fim de agradar o povo, Pilatos deu-lhe a sentença capital.

Mesmo na cruz, as zombarias não pararam, muitos dos escribas e sacerdotes diziam “desça agora da cruz, e creremos nele” (Mt 27.42), a verdade é que, caso Jesus tivesse descido, o pregariam na cruz novamente. Aquelas pessoas não queria crer, havia alguns que de fato sabiam que ele era o Messias, mas ainda assim não o recebiam, isso fica claro por ocasião da sua ressurreição, quando os guardas contam aos sacerdotes tudo o que havia acontecido mas eles simplesmente os subornam para que contem outra história (Mt 28.11-15). Os sacerdotes sabiam que Jesus havia ressuscitado, mas nem assim mudaram seu modo de agir.

Encerramos com um detalhe maravilhoso, com a morte de Jesus, o véu do templo se rasgou de alto a baixo, o véu que separava a arca da aliança das demais pessoas. Não havia mais separação entre as pessoas e Deus. Vale lembrar que esse véu, não era de fato um véu, era uma cortina bem resistente

O véu do templo era extremamente espesso e resistente. Tinha a largura de uma mão de espessura, tecido com setenta e duas dobras torcidas, cada dobra feita com vinte e dois fios. Media cerca de dezoito metros de altura por nove de largura. Seria mister uma força poderosíssima para conseguir tal prodígio (CHAMPLIN)

A morte de Cristo nos liga a Deus, agora não precisamos mais de sacerdotes e nem de mediadores, mais a frente esse fato será mais trabalhado, mas gostaria de deixar aqui essa nota.

Ps: CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado. A Sociedade Religiosa A VOZ BÍBLICA. Guaratingetá-SP. Vol. I, pág. 638.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 13/05/2019
Código do texto: T6645867
Classificação de conteúdo: seguro