Dia 134 – Mateus 16 – 19. Que pedra?; 2 decisões 1 processo; Jesus Socialista?; Exclusão das atividades.

10 de Maio de 2019

Penso que muitas lições poderiam ser retiradas das palavras de Jesus, esse pequeno comentário não objetiva esgotá-las, muito menos tornar-se obra de referencia, antes, ser uma breve resenha, ou como seu título afirma, são apenas “suave impressões” acerca da Bíblia. Muitos versos são deixados de fora, mas gostaria de comentar alguns hoje que julgo muito importantes para o momento, sigamos.

Jesus pergunta aos discípulos quem ele é na visão do povo (Mt 16.13), as respostas são variadas, de fato, o povo ainda não tinha certeza de que Jesus era; mas e os discípulos? Ao serem interrogado, Pedro afirma categoricamente que Jesus é o Cristo, o filho de Deus. Vale lembrar aqui que Cristo não é, como muitos pensam, o sobrenome de Jesus, antes é a palavra grega para ungido. Cristo é grego, Messias é hebraico e ungido é português, todas essas palavras trazem o mesmo significado.

Muitos afirmam que Jesus nunca afirmou ser o Cristo, mas aqui nessa passagem vemos que isso não é verdade, Jesus admite ser o ungido de Deus e ainda adverte aos seus discípulos que não espalhassem a notícia (vs20)

Nesse contexto, temos uma afirmação controversa, acerca de Pedro, Jesus, em dado momento dizr: “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” (Mt 16.18), muitos afirmam que Jesus aqui coloca Pedro como o cabeça da igreja, mas ao observarmos o texto em grego, vemos que não passa de um jogo de palavras feito por Jesus.

No texto, Jesus diz a Pedro, “tu és πετρος – petros”, que é o nome de Pedro, mas seu nome tinha um significado, Petros significava pedra, mas não uma simples pedra, uma pedra menor, algo como uma lasca de pedra; então Jesus prossegue e afirma que “sobre essa πετρα – petra”, a palavra aqui é Petra, que significa uma rocha completa. O que Jesus disse é que pedro era sim uma pedra, uma pedra que fazia parte de uma rocha maior, e sobre essa rocha maior ele edificaria a sua igreja.

A igreja é edificada sobre Cristo, ele é rocha sobre a qual a igreja é firmada, podemos confirmar isso lendo a parábola da “Casa na rocha” (Mt 7.24), ali Jesus afirma que quem ouve suas palavras e as pratica é semelhante a um homem que edifica sua casa sobre a πετρα – petra, ou seja, sobre a rocha. A palavra usada em ambos os casos é a mesma, e a lição é uma só, a Igreja é edificada sobre a rocha, que é Jesus, o Cristo (messias, ungido) de Deus.

Jesus ainda prossegue falando, ele adverte seus discípulos que deveria morrer e ressuscitar ao terceiro dia (Mt 16.21), mas aparentemente os discípulos esqueceram-se disso por ocasião de sua morte. Ao seguir seu discurso, Jesus nos traz uma afirmação importante “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mt 16.24).

Não basta querer seguir Jesus, é preciso de fato uma atitude, Jesus aqui nos mostra a receita: é preciso renunciar a si mesmo, ou seja, abrir mão do seu eu, das suas vontades, é uma entrega total a Cristo; é preciso tomar a sua cruz, ou seja, suportar as dificuldades dessa decisão, o evangelho nos traz dificuldades nessa vida e o servo de Deus precisa estar disposto a sofrê-las, por fim ha o “siga-me”, devemos seguir a Cristo, obedecer seus ensinos e nos esforçar por sermos como ele.

Fato interessante está nas escolhas das palavras aqui empregadas, as palavras usadas para o “Tomar” a cruz e o “Negue” a si mesmo, estão em um tempo verbal que indica uma única ação completa. Ao nos negarmos o fazemos de vez, e não aos pouquinhos, ou estamos dentro ou fora, ao decidirmos levar a nossa cruz o fazemos de vez, de forma completa; ou levamos toda a nossa cruz ou não, não podemos escolher carregar parte dela. Mas, quando lemos sobre “siga-me”, encontramos um verbo que expressa ação contínua, com quanto a negação e a tomada da cruz são ações tomadas em um único momento, de vez, o seguir a cristo é uma constância, algo para todos os dias.

Temos portanto duas decisões que tomamos que resultam em um processo, o de seguir a Cristo; não se pode iniciar esse processo sem essas decisões, tudo aqui está intimamente ligado.

Os discípulos, em outro momento perguntam para Jesus sobre a profecia que afirma que Elisa haveria de vir (Mt 17.10), Jesus então lhes afirma que Elias já veio, e eles percebem que Jesus falava de João batista, mas ainda assim, Jesus lhe diz que ele ainda há de vir. Penso que ao abordarmos de forma mais profunda a escatologia, poderemos compreender melhor esse verso.

Comento aqui por alto o verso 21 do capitulo 17, onde Jesus mais uma vez reitera a importância do Jejum como ferramenta de aprimoramento espiritual; Lemos que alguns tipos de demônio só conseguem ser expulsos através de jejum e oração, vemos portanto que o jejum ainda é uma ferramenta para os nossos dias, e não uma prática restrita a antiga aliança.

Vemos ainda Jesus se resignando e pagando impostos (Mt 17.24-27), muitos hoje em dia afirma que Jesus era socialista, ou até comunista, há aqueles que afirma que sua mensagem objetivava mudar a condição social das pessoas; no entanto, não vemos por parte de Jesus nem um esforço em ir contra os impostos, nem nessa passagem e nem em nem uma outra. Não digo com isso que Jesus era capitalista, mas sim que seu objetivo era pregas as boas novas do Reino de Deus; Jesus veio para nos trazer salvação, e não para tentar criar um Terra mais justa.

Não há solução para essa terra, sempre haverá malícia e maldade e sofrimento aqui; apenas quando vierem “os novos céus e a nova terra” teremos esse nosso lugar esperado. Não se deixe enganar com teologias como a da libertação, que pregam uma libertação social e econômica, esse nunca foi o foco de Cristo.

Encerro hoje com um texto ignorado por muitos, Mateus 18.15-18. Aqui Jesus nos fala com agir com algum irmão que peca contra nós; devemos primeiramente tentar conversar a sós com ele, a fim de resolver as questões, de isso não for suficiente, devemos tentar novas conversa, mas dessa vez com duas ou três testemunhas; se ainda assim a situação não for resolvida, devemos levar o caso para toda a igreja. Se após todos esses apelos, aquela pessoa se recusar a mudar de atitude, devemos a considerar como um incrédulo (vs 17)

Hoje em nossas igrejas ha muitos que afirmam que o afastamento de membros das atividades da igreja (cantas, pregar, dirigir cultos) é uma atitude antibíblica, no entanto, vemos aqui que o próprio Jesus diz que assim devemos proceder.

Não digo que devamos agir sem amor para com o próximo, e nem que devemos excluir aqueles que por um descuido erraram e desejam se consertar, mas, o texto é claro quando nos diz que, aqueles que não desejam mudar de posição, esgotando-se todos os recursos, devem ser considerados como gentios ou publicanos, ou seja, pessoas de fora da fé.

Encerro comentando o verso 18 que fala sobe o que ligarmos na terra o no céu, pelo contexto dos versos a seguir, compreendemos que Jesus nos fala sobre a concordância em nossas orações. Quando nós e nossos irmãos oramos em um só coração aqui na Terra, Deus age nos céus; é preciso no entanto que a igreja ande unida em oração; mais sobre isso falaremos futuramente.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 10/05/2019
Código do texto: T6643523
Classificação de conteúdo: seguro