Dia 130 – Mateus 01 – 04. Interbíblico; Profecias; Noivado; Batismo com fogo; Tentação.

Mateus

06 de Maio de 2019

Iniciamos hoje uma nova fase de nossa leitura, começamos o Novo Testamento; nessa nova fase pretendemos diminuir o ritmo de nossa leitura a fim de observarmos melhor os textos a nós apresentados.

A história que iniciamos hoje acontece cerca de 400 anos depois do profeta Malaquias, nesse período, não temos relato de Deus ter levantado profeta algum, esse período é conhecido como o Silênico de Deus. Durante essa época ocorreram alguns fatos importantes, como a expansão do império Grego, que espalhou sua cultura por toda a região, e a posterior invasão romana, que colocou Judá sob o julgo dos Romanos.

Nasce nessa época alguns grupos interessantes, como os Fariseus, Saduceus, Zelotes e Essênios; conforme os encontrarmos em nossas leituras abordaremos um pouco sobre suas histórias.

Mateus começa nos apresentando a genealogia de Jesus, algo fundamental para seu público Judeu, vemos através dela que de fato Jesus era da descendência de Davi (Mt 1.6); Mais a frente em Lucas veremos uma genealogia diferente, mas abordaremos tal ato a seu devido tempo.

Maria encontrava-se noiva de José, de fato ainda não haviam casado, (por isso não haviam ainda “coabitado”) deve-se ressaltar que o noivado na época era diferente de hoje; ele tinha um valor muito forte, de forma que só poderia ser rompido pela morte de um dos noivos ou pela emissão de uma carta de Divórcio. O noivado no entanto não era um casamento, e não permitia aos noivos as relações Sexuais; por isso José que era justo (vs 19), planejou abandonar Maria de forma secreta; ele não queria a acusar de adultério e nem que a apedrejassem. Se retiraria e a deixaria seguir sua vida, mas m anjo o avisou em sonhos que aquela gravidez provinha do Espírito Santo (vs 20)

Jesus nasce de uma virgem, cumprindo a profecia de Isaías 7.14; Mateus ainda nos explica o cumprimento de outras profecias, como a de Malaquias 5.2 que diz que o Messias viria de Belém, e a de Oseias 11.1 que nos mostra que o Messias seria chamado do Egito. Todo esse cuidado em apresentar o cumprimento das profecias, servia para realçar para os Judeus que de fato Jesus era o Messias a tanto esperado.

Por essas épocas levanta-se João batista, primo de Jesus, esse era aquele de quem falamos que prepararia os corações para Jesus (Is 40.3 & Ml 3.1). Fato interessante é saber que João vestia-se da mesma forma que Elias, isso pode ser observado comparando Mt 3.4 e 2Re 1.8; talvez por isso Jesus tenha dito que João era o Elias que haveria de vir. Mais a frente falaremos mais dessa figura, que se fato foi o último profeta do Antigo Testamento, uma vez que profetizou antes da morte de Cristo.

Cabe-nos um esclarecimento sobre o bastimo com fogo falado por João no recorte a seguir.

“E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; [...]; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.”

(Mt 3:11,12)

Se observarmos todo o contexto do versículo, perceberemos que o fogo que aqui se refere não é um fogo benéfico, mas um fogo de Juízo. Jesus batizaria algumas pessoas no espírito Santo e batizaria com fogo a outras, as que fossem condenadas. Não podemos confundir esse fogo aqui presente com o fogo em pentecostes; embora o fogo simbolize a presença de Deus (como na sarça do chamado de Moisés), também representa o seu juízo, (como no lago de fogo do Apocalipse).

Outro fato que devemos chamar atenção é a tradução mais correta; o certo é “batizará no Espírito Santo” e não “batizará com Espírito Santo”; da mesma forma que deveríamos ler “vos batizo na água”. Ao lermos o texto em Grego, temos a presença de um Locativo marcado por uma preposição especifica (εν) que não nos deixa margem para dúvidas.

Temos depois o famoso capítulo da tentação de Jesus, onde vemos a clara presença do Diabo, penso que aqui e em Jó, sejam as duas primeiras menções de forma clara e indubitáveis da existência real de um inimigo.

Em sua tentação Jesus usa mão de várias passagens do antigo testamento a fim de se defender (Dt 8.3; 6.16; 6.13) e o Diabo de igual forma para atacar (Sl 91.11-12); isso nos mostra como o conhecimento da palavra pode ser usado tanto para o bem quanto para o mal.

Encerro com uma observação interessante, Jesus é tentado em sua carne que tinha fome, é tentado a dar lugar a soberba lançando-se do pináculo e por fim tentado a obter mais poder; tentações muito semelhantes ao que Paulo nos apresenta como a Concupiscência dos olhos, da carne e a soberba da vida. Muitos ainda fazem um paralelo com a tentação de Eva no Jardim. De fato o ser humano é o mesmo e costuma cais sempre pelos mesmos caminhos.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 06/05/2019
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