Dia 128 – Neemias 4 – 9. Sambalate e Tobias, seus motivos; Medidas preventivas; Crise Social; Ataque interno; Restaurações.

04 de Maio de 2019

A partir desse ponto as obras de reconstrução dos muros de Jerusalém intensificam-se, e de igual modo a perseguição promulgada em especial por Sambalate, o horonita e Tobias, o servo amonita (Ne 4.7); mas qual seriam seus motivos? O que tinham contra o florescer de Jerusalém? Podemos elencar alguns motivos.

Sambalate era, segundo nos conta a história, governador da Samaria; Tobias por sua vez provavelmente era o governador da Transjordânia, juntos eles ofereceram resistência à construção dos muros de Jerusalém, os motivos no entanto podem ser diversos.

Podemos elencar que, a construção e fortificação de Jerusalém poderia ameaçar Samaria e o governo de Sambalate, bem como a posição de Tobias; uma cidade fortificada perto de Samaria era um risco em caso de uma possível guerra futura. É possível também que Sambalate pretendesse governar não só Samaria, mas também a Judeia, e a organização que Neemias e Esdras estavam trazendo frutava-lhe os planos.

Por fim, devemos lembrar que quando Zorobabel começou a reconstruir o templo, ele recusou a ajuda dos Samaritanos (Ed 4.1) por perceber que eles desejavam atrapalhar as obras. A verdade é que sempre houve uma rixa entre Samaria e Jerusalém, desde o período dos Reis.

Samaria acabou se afastando por completo do Deus de Israel, e esse fato culminou em um distanciamento total dos povos. No novo testamento veremos como ambos o povos são hostis um para com o outro, dai provavelmente Jesus ter usado a figura do Bom Samaritano em uma de suas parábolas.

Houveram diversas ameaças de ataques as obras, de forma que os trabalhadores tiveram que se armar e executar suas função sempre de forma alerta (Ne 4.15-18), a pressão e o medo de um ataque dos povos vizinhos eram uma constante sombra que pairava sobre todos, os trabalhadores foram convocados a não se retirar da cidade a fim de servirem de guarda no horário da noite (vs 22). O medo e a precaução era grandes, de forma que até dormindo, Neemias e seus homens não se separavam de suas armas e nem tiravam suas roupas (Ne 4.23).

Paralelo a construção, Neemias precisou lidar com uma séria questão social, a economia de Jerusalém estava quebrada, os ricos tornavam-se cada vez mais ricos às custas dos pobres que já não tinham mais alternativas para sobreviver.

A fim de terem o que comer, os mais pobres da terra haviam vendido suas casas e terras, alguns venderam até seus filhos como escravos; a situação era calamitosa e o povo clamou a Neemias por uma providência (Ne 5.1).

Neemias por sua vez repreendeu os ricos que era usurários, repreendeu-os por se aproveitarem da fragilidade dos seus irmãos e rogou-lhes que restituíssem as terras compradas, o que os ricos prontamente atenderam (vs 11.12).

A fim de ser exemplo, Neemias abriu mão de seus direitos como governador de Judá, não tomou imposto do povo e comeu seu alimento as suas próprias custas, tudo isso fez por amor a Deus e a fim de demonstrar ao povo como o Senhor gostaria que se portasse (vs 15;18)

Com a construção dos muros já em reta final, as ameaças de Sambalate tornaram-se maiores; tentaram marcar um “encontro” com Neemias a fim de “conversarem”, mas Neemias, sabiamente recusou os diversos convites não caindo assim em sua cilada (Ne 6.2-4). Também tentaram colocar o povo contra Neemias, lhe enviando uma carta aberta (que todos poderiam ler) o acusado de se proclamar rei de Judá e ameaçando envia lá ao rei se Neemias não fosse ter com eles (vs 5-8); mas Neemias em momento algum cedeu as ameaças.

Talvez a maior artimanha tenha vindo de parte do profeta Semaías. Esse profeta adivertiu a Neemias que naquela noite seus inimigos invadiriam a cidade para matá-lo, a saída seria entrar no Templo e trancar-se la (Ne 6.10.13). Neemias negou a ideia por dois motivos; primeiro: fugindo ele minaria a confiança dos seus subordinados, segundo: pela lei só os sacerdotes poderiam entrar no Templo (Nm 18.22); Neemias soube então que aquela profecia não viria de Deus, mas antes, Semaías a profetizara pelo suborno de Sambalate (vs 12).

Neemias não se intimidou, antes prosseguiu, de forma que 50 dias depois a obra dos muros da cidade estava completa. Mesmo com as investidas externas e internas (Ne 6.17-18) Neemias não desistiu, antes fortaleceu-se e concluiu seu designo.

Após a construção, o Escriba Esdras reúne todo o povo a fim de ler a lei para eles. Podemos ler que todos os que tinham idade para compreender estavam presentes (Nm 8.2), a leitura da Lei causou uma comoção tamanha, de forma que houve um choro geral, mas o povo foi orientado a se alegrar e não a chorar (vs 10), pois aquele deveria ser um dia de festa, não de pranto.

No capítulo 9 lemos sobre uma grande comoção nacional e sobre como o povo confessou seus pecados e propôs em seus corações seguirem a Deus. Os livros de Esdras e Neemias contam mais do que a história da restauração estrutural de Judá, mas nos mostram a restauração espiritual do povo de Deus.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 04/05/2019
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