Dia 118 – Ezequiel 32 – 39. Os pastores; As ovelhas; Por amor do meu nome; Novo coração.
24 de Abril de 2019
Começamos hoje com uma palavra dura contra os pastores, não os cuidadores de animais, mas, de forma figurada, aqueles que deveriam cuidar das pessoas. Em sua repreensão, Deus afirma que os pastores têm “pastoreado a si mesmos” (Ez 34.2), ou seja, têm estado preocupados apenas com o seu bem estar, não fortalecem a ovelha fraca e nem buscam as perdidas, pelo contrário, dominam sobre elas com rigor e se aproveitam das benéfices de sua condição (vs 4).
O Senhor no entanto também critica as ovelhas, isso mesmo, lemos que Ele fará diferença entre as ovelhas fracas e as “gordas e fortes” (vs 16-17), ele julgará entre ovelhas e ovelhas. Mas qual o erro da ovelha gorda? Podemos ler no versículo 21 que essas ovelhas empurram e dão marradas nas mas fracas, lançando-as para longe até as espalharem; por isso, o Senhor é contra elas.
Será que vemos algo parecido nos dias de hoje? Ovelhas mais fortes que desprezam suas irmãs mais fracas, ovelhas gordas que não dão espaço para aquelas que estão mais necessitadas? Deixo com o leitor a reflexão.
Seguimos vendo as profecias do Senhor contra seu povo, das muitas imagens que ilustram o pecado do povo, gostaria de ressaltar mais uma; Deus afirma que Israel contaminou a sua terra, e compara isso com a mulher em seu período menstrual (Ez 36.17). Pensemos em uma época onde o absorvente era um pano, sem o menor aprimoramento tecnológico, sem otimização para aquela função... Essa imagem de “limpeza” que nos vem a mente era como o Senhor via terra de Israel.
Ainda nesse capítulo voltamos a ler sobre como Deus restaurará Israel “por amor de seu nome (vs 22-25). O Senhor tinha um plano para Israel (a vinda do Messias), e seu plano seria cumprido. Seu nome estava sendo difamado entre as nações, por isso Deus interviria, mas o povo precisava saber que tudo aquilo era feito por amor ao nome de Deus.
Israel em muitos mormentos se sentiu especial, um povo acima da média, com se tivessem algo em si para chamar a atenção de Deus, quando na verdade, Deus os escolheu em sua soberania por motivo algum. Deus apenas os escolheu e nisso não há louvores a Israel, apenas deveria haver gratidão a Deus. Mais uma vez o texto enfatiza “Não é por amor de vós, fique bem entendido, que faço isto, diz o Senhor” (Ez 36. 32).
A alguns dias comentamos sobre a importância de criarmos um novo coração, e como Deus espera que façamos isso, como isso é nossa responsabilidade; reiteramos esse fato, mas agora, passaremos a soberania de Deus, pois, quando Deus quer algo, nada o pode impedir. Lemos hoje uma promessa feita para Israel, onde o Senhor promete dar um novo coração, um coração de carne e não de pedra (Ez 36.26-27).
Onde fica o livre arbítrio? Seria essa atitude de Deus um atentado contra a ideia de livre arbítrio ou seria uma resposta ao comportamento do povo? Ainda defendo que Deus pode agir como bem entender, mas a questão é saber como Ele agiu nesse caso. Lendo Jeremias encontramos um verso que pode jogar luz a essa questão, eis o recorte:
“Porque assim diz o SENHOR: Certamente que passados setenta anos em babilônia, vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar. Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
E buscar-me eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.
E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos e congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor, e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.”
(Jeremias 29:10-14)
Pelo que podemos observar, após os 70 anos de exílio o povo invocaria o Senhor, o buscariam de todo o coração; penso que, ao longo desses 70 anos a nação se arrependeria de seus atos e se voltariam para Deus, como acontecia na época dos Juízes. Com o coração contrito, abandonando suas antigas práticas, o Senhor os traria de volta a sua terra e então os daria um novo coração.
Reitero que Somente Deus pode nos dar um “novo coração”, mas cabe a nós o buscar, nós precisamos mudar nosso coração em um novo coração que busque a Deus, então o Senhor nos completa e nos transforma profundamente, quando nos arrependermos, seremos perdoados, então o Senhor dirá:
“aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.” (Ezequiel 35:25-26)