Dia 116 – Ezequiel 22 – 27. Juros e lucro; Em busca de um justo; A delícia dos olhos .

22 de Abril de 2019

Seguindo por Ezequiel, nós continuamos a ver profecias com linguagens pesadas, em especial, o capítulo 23 faz uma comparação de Judá e Samaria com duas prostitutas, Oolá e Oolibá; como o tema da linguagem foi abordado em nosso relato anterior, passaremos ao largo desse assunto e nos deteremos em pontos que julgo mais proveitosos para o momento.

É pecado cobrar juros ou lucrar com a venda de algo? O capitalismo diz que não, mas o que diz a Palavra de Deus? Lendo Ezequiel encontramos várias menções ao lucro e a usura como sendo algo ruim (Ez 22.12), mas seriam eles de fato condenáveis?

A própria Bíblia se responde, Deus havia condenado emprestar com juros, mas apenas entre o povo de Israel (Dt 23.19), era completamente aceitável o empréstimo com juros a pessoas estrangeiras. Como sabemos que Deus não faz acepção de pessoas, percebemos que nunca houve uma determinação negativa ao lucro. No entanto, a balança enganosa e o comércio abusivo sempre foram condenados, existem um sem números de versículos que falam sobe o cuidado com os pobres (Pv 22.22). Com quanto o lucro não seja pecado, a sua exploração desmedida o é.

Deus havia falado contra Jerusalém, o pecado estava espalhado de forma generalizada pelo povo; lemos que Deus procurou um homem que fosse íntegro, alguém que se colocasse em favor de Deus, mas não foi possível encontrar tal pessoa (Ez 22.30). A terra estava por completo contaminada e os homens de Jerusalém andavam distante de Deus.

Encerramos com o relato triste da morte da esposa do profeta Ezequiel. Deus o avisa que de súbito lhe tiraria “as delícias dos olhos”, e que quando tal fato ocorresse, Ezequiel não deveria prantear, pois isso serviria de exemplo para o povo, pois haveria uma invasão em Jerusalém que destruiria o templo (a delícia dos olhos do povo) e eles nem teriam tempo de chorar sua perda, pois estariam sendo atacados (Ez 24.15-27)

Não creio que Deus levou a esposa de Ezequiel única e exclusivamente para fins pedagógicos, não que não o pudesse fazê-lo, mas penso que, aproveitou a situação de sua morte da maneira que lhe aprouve. Sem dúvida foi um baque para Ezequiel a perda de sua mulher, em especial sendo algo de súbito, mas, mesmo em meio a dor, espero que ele tenha percebido que essa morte a livrou de muitos males que se abateriam sobre Judá.

Não quero aqui minimizar a dor do profeta, e nem “defender” Deus, lembremos do caso de Baraque e a resposta que Deus lhe deu. Mas penso que mesmo nos momentos de dificuldades, Deus é capaz de tirar coisas boas; sei que isso não é um consolo, mas é uma verdade que, mesmo doendo, não pode ser ignorada.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 22/04/2019
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