Notre Dame ao Sri Lanka
O mundo nunca entenderá a lógica católica. Matar o física, corpo físico e igrejas (templos), não iniquilará a Igreja alma. Ser católico primeiramente é interior. O exterior é reflexo do interno. Por isso tantos Santos e Santas, como Estevão, o primeiro mártir, se entregaram livremente aos algozes. Cristo morreu livremente devido ao fato de saber que o corpo morre, mas a alma permanece intacta, gerando ressurreição: “Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena”. (Mt 28).
Atacar igrejas no mundo não diminuirá a Igreja. Pelo contrário, dá-la-a mais ânimo e vigor. Como dizia a Beata Chiara Luce Badano, no seu leito de morte, sofrendo de enormes dores corporais: "Sofria muito, mas minha alma cantava". Também assim o foi com São Carlos Lwanga e seus companheiros mártires quando jogados nas chamas do martírio. Assim narra a cena:
“Novamente amarrado, desceram-no até perto do fogo. Senkoole controlava as chamas para que não fossem muito altas e, assim, queimassem Lwanga mais lentamente. Os pés eram queimados, mas o restante do corpo permanecia bem. Senkoole lhe falou: "Estou queimando o mais lentamente possível, para que teu Deus tenha tempo de vir salvá-lo".
Lwanga respondeu: ‘Pobre homem bobo! Não entendes o que estás a dizer. Estás me queimando, mas é como se estivésseis colocando água sobre minha cabeça. Eu estou morrendo por amor a Deus, mas fique atento pois se não te arrependeres, é tu que queimarás pela eternidade.’ “
Outro exemplo bem conhecido é o de São Lourenço. Ele foi condenado a ser assado na grelha como forma de punição. Ele “encarou com ânimo forte, pouco tempo depois, o martírio da grelha, entre cujas chamas ele, movido pela fortaleza do Espírito, pôde ainda dizer aos carrascos: ‘Virai-me, pois este lado já está bem assado’”.
Teria incontáveis outros exemplos deste tipo…
Assim foi, é e será a Esposa de Cristo, a Igreja: sofre e chora. Mas a alma dela permanece sorrindo. Notre Dame e Sri Lanka choram no exterior. Mas o interior está mais vivo que nunca. Nunca fez tanto sentido este período quaresmal e Pascal: morte e ressurreição à luz dos olhos dos crentes e descrentes.