Dia 112 II Crônicas 39 – 36. Ezequias, um grande rei; Manasés e sua conversão; Josias, um homem de Deus.
18 de Abril de 2019
Em fim podemos falar de Ezequias e da obra feita por suas mãos, não só dele falaremos hoje, mas dos reis que o sucederam e da queda de Judá; hoje encerraremos o livro de Crônicas e daremos um fim a história dos reis de Israel e Judá, ao menos até que se levante aquele que é o Rei por excelência.
Ezequias promoveu uma reforma religiosa em Judá, removeu os altares de adoração deixando apenas o do templo, conforme preconizava a lei, mas, talvez uma de suas maiores realizações tenha sido a páscoa. Curiosamente lemos esse relato às vésperas da Sexta-feira de páscoa.
A ideia de Ezequias era fazer uma Páscoa com todo o Israel, por isso enviou cartas por todos os povos (2Cr 30.6-10), mas o povo do reino do Norte riu de suas cartas, excetuando-se alguns que, de coração contrito, seguiram para a comemoração.
Abro um parêntesis aqui para comentarmos mais uma vez o relato de Senaqueribe, nessa história, Deus envia um anjo para destruiu todos os melhores guerreiros e príncipes do exército de Senaqueribe (2Cr 32.21-22), muitos afirma que esse anjo fosse uma manifestação do próprio Deus, mas não encontramos base Bíblica para tal afirmação. Mais pode ser lido sobre esse assunto quando comentamos sobre o Anjo do Senhor.
A Bíblia nos dá um relato muito positivo do rei Ezequias, podemos ler que ele fez o que era bom e verdadeiro diante de Deus (2Cr 31.20-21), entretanto, sendo cercado das bençãos de Deus, acabou se tornando um homem soberbo e auto confiante, em especial após sua cura milagrosa operada através do ministério do profeta Isaías (2Cr 24.25). Sua soberba no entanto foi reconsiderada, pois lemos que Ezequias se arrependeu do seu andar orgulhoso (v 26), porém, Deus o deixa a prova quando recebe as visitas babilônicas e Ezequias novamente se exalta (vs 31)
Manasés foi um rei curioso, pelo que lemos em sua história ele aparentemente se esforçou em andar errado, tudo o que pode fazer para desagradar a Deus, ele fez, chegou a queimar seus próprios filhos em adoração aos outros deuses (2Cr 33.6), de forma que tornou-se abominável. Deus então lhe envia uma guerra e Manassés é derrotado e preso.
O interessante da história começa agora, Manassés se arrepende verdadeiramente (v10-13) e Deus o ouve e o livra desse tormento; ele torna a Judá e volta ao seu trono, então reconhece que de fato só Deus é o Senhor.
A história de Manassés nos ajuda a entender que sempre há uma oportunidade de arrependimento, Deus sempre está nos esperando e sempre há um recomeço, tão somente precisamos nos arrepender dos nossos erros e buscar ao Senhor com um coração sincero, então Ele ouvirá a nossa voz.
Não nos deteremos em Josias, mas uma nota precisa ser feita; ele torna-se rei aos 8 anos de idade e no 8º ano do seu reino (aos 16) ele começa a buscar a Deus, mas somente no 12º ano do seu reinado (aos 20) ele iniciou a purificação de Judá e Jerusalém (2Cr 34.3). Penso que esse intervalo de 4 anos tenha sido um tempo de meditação e aprendizagem, é possível que fosse um tempo para firmar a sua fé e decidir lutar contra a iniquidade. De qualquer forma, lemos em Reis que nunca houve um rei que se convertesse como o rei Josias (2Re 23.25).
E assim encerramos o nosso relato do Livro de Crônicas, após a morte de Josias outros reis se levantam, mas a iniquidade de Judá era grande e Deus os entregou nas mãos da Babilônia. O livro encerra com o decreto de Ciro autorizando o povo a retornar a Jerusalém e a reconstruir, 70 anos depois do exílio.