Dia 90 Isaías 61 – 66 . Amnésia, Baobás, Tapurus.

27 de Março de 2019

Nos despedimos hoje do profeta Isaías, embora, ao logo de nossa leitura, muitas de suas profecias serão revisitadas (e até cumpridas). Hoje, no entanto, gostaríamos de falar um pouco sobre a escatologia do profeta Isaías, ou seja, suas profecias para o futuro, suas contribuições para o famoso apocalipse.

Começaremos com um tema delicado. Muitos afirmam que, ao ressuscitarmos e entrarmos na vida futura, não teríamos lembranças alguma do que se passou nessa vida, seríamos como folhas em branco, sem saber de nosso passado terreno. Particularmente não gosto dessa ideia, acredito que as minhas memórias fazem com que eu seja quem eu sou. Como poderei ser grato a Cristo se nem me lembrarei das vezes em que Ele me ajudou? Como poderei o adorar pelo seu sacrifício se não não me lembrar do que passei?

Penso que essa doutrina venha de alguns textos bíblicos, como o de Isaías 65.17, me deterei apenas a esse texto (por ser parte da leitura de hoje). Embora o versículo seja claro ao afirmar que de nada lembraremos, em seu contexto vemos outra história; ao lermos o verso 16, percebemos que as tristezas e angústias serão esquecidas, dessa forma, o verso 17 ao dizer que de nada lembraremos, está fazendo menção sobre esses sentimentos citados no verso anterior.

Acredito que na vida futura teremos um amadurecimento espiritual muito profundo, dessa forma “superaremos” certas memórias dessa vida. Penso que seja como aqui na Terra nos seguinte aspecto: Lembra daquelas provas na 4ª séria que tiravam o sono quando você era criança? Hoje você consegue lembrar delas sem sentir aquela angústia, porque são memórias com um fraco significado, uma vez que você tornou-se maduro.

No céu, creio eu, seremos capazes de lembrar quem fomos e o que fizemos, mas não viveremos mais cheios de remorsos e arrependimentos dolorosos, de qualquer forma, sempre teremos Deus por perto, e Ele mesmo enxugará todas as lágrimas (Is 25.8)

Falemos agora do milênio, ou de sua ausência. Na verdade não entraremos nesse mérito agora, mas o capítulo a ser tratado é muito usado por aqueles que acreditam em um milênio literal aqui na terra, em especial o verso 25 (Is 65.25) que afirma que a idade dos homens será como a das árvores, indica que no milênio a expectativa de vida aumentará grandemente. Independente desse verso falar do milênio ou não, gostaria de comentar sobre a expectativa de vida das árvores.

A verdade é que até hoje não se sabe ao certo o tempo que uma árvore pode viver, há quem especule que, tendo nutrientes no solo e não sendo atacada por nem uma doença ou interferência externa, as árvores poderiam viver de forma indefinida. O baobá, é uma das árvores que possui maior resistência e figura entre as mais velhas do mundo, entretanto, encontra-se hoje em dia, antigas árvores das mais variadas espécies, uma rápida pesquisa lhe mostrará exemplares milenares. Deixo aqui a pergunta: Seria essa expressão de Isaías uma forma poética de se referir a vida Eterna?

Por fim, nos despedimos de Isaías com o seu último verso, verso esse que Jesus utilizará mais a frente ao falar sobre os horrores do inferno.

“E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne.” (Isaías 66.24)

Esse verso nos mostra que Jesus era um conhecedor dos escritos da época, muito do que Ele falava eram citações das leis e dos profetas.

Assim encerramos esse livro. Penso que abordei alguns pontos interessantes, mas sei que muito mais há nesse livro, Isaías foi um grande profeta e sua obra muito nos serve na atualidade. Acredito que deveríamos dar mais atenção à literatura do do antigo testamento.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 27/03/2019
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