Dia 39 – Juízes 5 – 15. A grandeza de Gideão, A vergonha de Abimeleque, O “ponto fraco” de Deus, O voto de Jefté.
4 de Fevereiro de 2019
Segue-se então o tempo dos Juízes, e Israel mantém-se fiel a fórmula: Desobediência, opressão dos inimigos, clamor a Deus, um Juiz se levanta, o povo em paz, o povo se desvia. O ciclo se repete ao longo de todo o livro ena leitura de hoje não fugiremos a regra.
Entre os personagens de hoje lemos sobre Gideão e de como ele foi usado pro Deus para libertar Israel. Um indicativo da grandeza desse homem foi a sua recusa em governar sobre o povo (Jz 8.22-23), Gideão bem poderia aceitar o convite e se tornar um Rei em Israel, mas, ateve-se a missão que Deus lhe entregou, cumpriu-a e não desejou ir além.
Infelizmente, seus filhos não demonstraram o mesmo caráter do pai (Jz 8.33) e logo após a sua morte eles e o retante de Israel tornaram-se a desviar-se dos caminhos do Senhor. Um dos filhos mais proeminentes de forma negativa foi Abimeleque, que ordenou a morte de seus quase 70 irmãos e tornou-se rei sobre Israel (Jz 9.6).
É curioso que a história conta Saul como primeiro Rei de Israel, mas na prática, o primeiro a reinar foi Abimeleque, acredito que essa atribuição venha para Saul por ser esse o primeiro a ser ungido Rei em Israel.
O reinado de Abimeleque foi cruel e curto, ele teve o fim da sua vida quando uma mulher, cercada em uma torre, lançou uma pedra de moer que acertou a cabeça de Abimeleque (Js 9.52-54). Abimeleque pede ainda que um dos seus homens o mate com uma espada, pois ele não queria vergonha de entrar para a história como um homem que fora morto por uma mulher. Infelizmente, para Abimeleque, ele não só entrou para a história como figura no livro mais vendido de todo o mundo.
Uma parte interessante desse livro é a menção ao sofrimento de Deus. Podemos ler que Deus se angustia com a situação do povo (Jz 10.16). Agora pensemos: Ele é o criador, aquele que tudo fez e detém todo o poder, é perfeito de todas as formas, mas ainda assim é capaz de sofrer, de se entristecer e de se angustiar. Se Deus não tivesse criado o homem, é certo que não se angustiaria por ele. O que quero dizer aqui é que a criação do homem, um ser a quem Deus ama, “criou” um “ponto fraco” em Deus. Não que Deus possua fraquezas, mas uma forma de se atingir a Deus e o fazer sofrer é através do homem. Provavelmente esse é um dos motivos de interesse de Satanás em desviar o homem dos caminhos do Senhor.
Encerro esse relato de hoje comentando a história de Jefté. Jefté era filho de uma prostituta, por isso foi expulso do meio dos seus irmãos, mas, tornando-se um homem valente, acabou por ser aquele a quem foram procurar para ajudar a libertar Israel das mãos de seus opressores. Provavelmente influenciado pela cultura que o circunvizinhava, Jefté faz uma promessa incomum a Deus (Jz 11.30-31), ele promete uma vida humana, a vida do primeiro que visse ao retomar vitorioso de seu combate! Infelizmente, é sua própria filha quem acaba o encontrando e é ela quem ele sacrifica (Jz 11.34-39).
Em nem um momento nas Escrituras lemos Deus requerendo vida humana como forma de sacrifício, nem no caso de Abraão e Isaque Deus permitiu que o sacrifício chegasse ao fim, diferente dos deuses de Canaã, Deus não quer esse tipo de sacrifício e nunca o orientou, entretanto Jefté o fez. Não podemos dizer aqui que a sua atitude foi aprovada por Deus, talvez, uma das chaves para entendermos esse e outros textos do livro de Juízes, encontremos em seu último versículo que apresento aqui. “Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos.” (Jz 21.)