Dia 10 – Jó 11 – 17 . Zofar, A proposta de Jó, As acusações de mentira

5 de Janeiro de 2019

Lembro que ontem os amigos de Jó não me passaram uma ideai tão má de si, pareceram pessoas que realmente queria consolá-lo, hoje por outro lado o clima do discurso mudou bastante, foram várias acusações e pareceu-me mais uma briga de ego sobre quem conhece mais a Deus.

Zofar, que até então estava calado, entra na conversa já acusando Jó de ser mentiroso e ainda afirma no capítulo 11 que o castigo e os tormentos que ele vem passando na verdade são poucos perto do pecado que ele tem. Acho que o prêmio de “melhor consolador” deveria ser entregue a Zofar! É verdade que todos nós somos pecadores, mas em uma hora de dor e de sofrimento devemos buscar trazer consolo às vítimas e não tecer acusações, em especial acusações sem fundamentos, digo isso porque eles não sabiam de nem um pecado de Jó, apenas falavam especulando um possível erro em vista de tanto sofrimento.

Jó por sua vez engrandece a Deus e afirma que sabe tanto sobre Ele quanto seus amigos, diz que sue desejo é apenas poder se defender diante de Deus, pois acha que o castigo de Deus tem sido muito pesado ante os seus atos. Creio que Jó também acreditava que estava sendo punido por algo, mas não sabia bem pelo que, acredito que ele olhava a sua vida e não via nem um grande erro que justificasse tal atitude, até porque lemos que Jó sacrificava pelos seus filhos, se ele fazia isso pelos pecado de seus filhos é certo imaginar que pelos seus próprios ele tinha igual cuidado.

Nesse capítulo 14 Jó propõe um acordo com Deus (vs 13), ele sugere que Deus o mate e deixe seu corpo em uma cova até que a ira divina passe, depois, quando o Senhor estivesse mais calmo, deveria ressuscitá-lo, dessa forma ele sofreria menos, uma vez que na concepção de Jó, a morte é sinônimo de silencio e escuridão. É interessante saber que essa é uma das primeira menções de ressurreição na Bíblia, mesmo sem nunca ter presenciado esse tipo de milagre, Jó tinha certeza do poder de Deus.

Elifaz por sua vez, toma o mesmo rumo de Zofar e acusa Jó de mentir sobre sua inocência, ele alega que diante de Deus todos são pecadores; mas eu creio que há uma falha lógica nesse argumento do amigo de Jó; Se todos estão realmente em pecado e merecem tamanho castigo, por que então não estão todos debaixo de tamanho sofrimento? É verdade que todos são pecadores, e é verdade que o que merecemos é a destruição, mas também sabemos que as Misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; logo, não devemos argumentar como Elifaz, Se Jó era de fato merecedor de todo aquele sofrimento, todos também o seriam, e sabemos que o sofrimento de Jó não era oriundo de seus pecados, mas sim de sua dedicação a Deus, não digo com isso que ele não pecasse, mas, que sempre se desviava do pecado e assim agradava a Deus. Se Deus de fato castigasse todo pecado de forma instantânea e vigorosa como alguns pensam, estaríamos todos perdidos.

Por fim, Jó questiona a qualidade do consolo dado pelos seus amigos. Afirma que Deus é testemunha de sua integridade, e seus amigos deveriam consolá-lo dando forças e palavras de ânimo e não zombando dele. Jó é um livro que deveria ser lido por todos aqueles que gostariam de trabalhar com qualquer tipo de capelania, um livro onde vemos o tamanho da falta de sabedoria que nós homens temos ao lhe dar com a dor do outro.

Adriel M
Enviado por Adriel M em 05/01/2019
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