Dia 08 – Gênesis 47 – 50 ; Jó 1 – 4 . A benção de Jacó, As palavras de José, A adoração de Jó, O Consolo de Elifaz
3 de Janeiro de 2019
Nos despedimos hoje do livro de Gênesis e concluímos assim 2.5% da nossa leitura, parece pouco, mas na verdade, cada palavra lida é uma vitória a ser comemorada!
Lemos hoje alguns momentos que gostaria de pontuar, dentre eles a benção de Jacó as seus filhos; a começar por Manassés e Efraim, que são filhos de José, mas Jacó os toma como seus de forma que os abençoa (Gn 48.5) fazendo que futuramente se tornem uma tribo de Israel, na verdade, Manassés e Efraim se tornam duas meias tribos, portanto Israel tem 11 tribos e duas meias tribos.
Entre as bençãos de Jacó, uma específica para cada filho de acordo com sua personalidade (creio eu), observamos uma espécie de referencia profética à vinda do messias. Lemos em Gênesis 49.10,24 referencias a um “centro que nunca se apartaria de Judá” e ao “Poderoso de Israel, o Pastor de Jacó”, não posso aqui afirmar categoricamente, mas acredito que ao menos a referência a um cetro eterno indique a vinda do Rei que é sobre todos os reis e que tem o cetro por toda a eternidade, a saber, Jesus, o messias.
Por fim, lemos a morte de Jacó e toda a comoção nacional que ela promove, em sua morte observamos um pedido dele para ser sepultado junto aos seus antepassados, na sepultura onde descansa seu pai e avô (Gn49.20-31); é lá também que se encontra Léia, sua esposa tão desprezada em vida. Embora fosse notório a todos que Jacó amasse mais a Raquel do que a Léia, foi ela quem descansou junto a ele, de certo por ser sua primeira esposa. Se não teve seu reconhecimento em vida, ao menos em sua morte foi honrada.
Após a morte de Jacó seus filhos foram falar com José e intercederam por suas vidas, José então, fala o que se tornou um belo versículo, lemos que “Deus transformou o mal em bem” (Gn 50.20). Essa frase é maravilhosa e serve-nos muito bem de consolo, constantemente vemos o mal ao nosso lado, coisas ruins acontecem conosco e com as pessoas que gostamos, é confortante saber que servimos a um Deus que tem esse poder de converter mal em bem. Quando estivermos em meio as dificuldades, que possamos nos lembrar que todo o mal que nos cerca poderá ser convertido em bem, basta assim um único desejo do Soberano.
Talvez fosse dessa forma que Jó pensava, não sei ao certo. Jó é o segundo livro que iniciamos nessa leitura Cronológica, sua história é fantástica e cheia de ensinamentos, creio que não seja capaz de comentar o que de fato deveria sobre esse livro, mas, prometo aqui me esforçar.
Em seu primeiro sofrimento, ao perder todos os seus bens materiais e humanos, Jó adora a Deus (Jo 2.21). É difícil acreditar que em meio a tamanho sofrimento alguém possa se lembrar de adorar, se uma chuva em um dia de praia programada é suficiente para arrancar da maioria das pessoas imprecações contra os céus, vemos que com Jó isso não é assim, ele de fato adora a Deus em meio as adversidades, um testemunho que figura na Bíblia a fim de calar os resmungos de todos.
Outro ponto ainda sobre Jó é uma pequena exegese do verso 6 do capítulo 2; Em muitas versões lemos Deus falando que o inimigo não pode matar a Jó, ou ainda tocar em sua vida; todas são traduções válidas, entretanto, particularmente acho que não são apropriadas. O termo em hebraico ali presente é “Nefesh” que significa vida, alma, emoção. Não vejo porquê o inimigo mataria Jó, o objetivo dele era fazer com que Jó blasfemasse diante de Deus, matá-lo não traria lucros a essa causa. Acredito que nesse contexto, a palavra “Nefesh” ficaria melhor traduzida como “alma”, Deus proibira o inimigo de tocar na alma de Jó, ou seja, em seus pensamentos e emoções, pois, se o diabo o possuísse ou lhe lançasse algum tipo de loucura, Jó blasfemaria, uma vez que não estaria de posse de suas faculdades mentais. Creio ser essa uma melhor tradução para o referido texto.
Por fim chegam os amigos de Jó! E após 7 dias de silêncio e apoio solitário à dor de Jó, Elifaz é o primeiro a lhe falar (Jo 4.7) já o acusando de pecado. Por que somos assim? Quase sempre quando vemos algum amigo sofrendo ficamos buscando uma causa para o sofrimento, sempre queremos culpar algum pecado ou atitude errada da pessoa. Talvez essa seja uma foram de afastarmos aquele mal de nós mesmos, exemplo: “Eu sei que esse mal é culpa de algum pecado que aquela pessoa cometeu, algo ela fez para merecer, como eu estou andando certinho, então estou seguro”
Elifaz não foi o único amigo de Jó a tentar lhe consolar, em dias posteriores veremos mais desse “eficiente” consolo; espero conseguir tirar boas lições para minha vida da história de Jó e de seus amigos.
Ps: Me achei na contagem feita em Gênesis 46.21-27. Em um momento o texto diz serem 66 almas, e não 76 como eu imaginava ter lido. No versículo seguinte afirma serem 70, pois soma aos 66 José, seus dois filhos e Jacó. No primeiro momento lemos quantas descendentes de Jacó almas desceram ao Egito (66), em seguida lemos o total de almas que compunham Israel (70).