A VERDADEIRA LIBERDADE

“Se pois o filho vos libertar verdadeiramente sereis livres.” (Jo 8.36).

O homem pode se tornar escravo de qualquer coisa: “Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” (2Pe 2.19). A proposta de Jesus, no entanto, é que o homem seja totalmente liberto de toda a escravidão espiritual.

Conta uma ilustração, que um evangelista entrou num bar e começou a evangelizar a um freguês que ali estava e em pouco tempo começou a falar da liberdade em Cristo. Foi quando um freguês o interrompeu e pediu ao balconista duas doses de bebida forte, bebeu uma delas e disse ao pregador:

- Agora beba a outra dose, se és livre!

Ao que respondeu o pregador:

- A tua escravidão te fez beber imediatamente a bebida forte. Eu, contudo, posso ainda escolher se bebo ou não. Nesse caso, vou fazer a minha escolha: Não vou beber!

Esta pequena ilustração mostra bem o que é a liberdade em Cristo, seja qual for o campo de nossa vida em que devamos fazer boas escolhas. Se a compulsão nos leva a agir sem pensar, então somos escravos daquela situação em que não podemos usar do arbítrio humano para escolher.

O que Jesus opera em nós, através da sua Palavra e do Espírito Santo é a força para que escolhamos entre fazer o bem ou o mal. Escolhendo o bem, o mal ainda estará ao nosso alcance, todavia, se escolhermos o mal, já não será possível escolher o bem naquela situação.

A primeira grande libertação que alcançamos em nossa vida de discípulo só é possível pelos méritos de Cristo no calvário. É a libertação do poder do pecado. É algo que acontece na presença de Deus o nosso Pai, quando a nossa acusação diante de Deus é rasgada e cravada na cruz.

E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. (Colossenses 2.13-15).

A experiência de termos os pecados perdoados é algo indescritível. Sentimos uma leveza na alma e uma alegria tão doce e tão profunda que só os nascidos de novo em Cristo podem experimentar.

Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. (Rm 5.1-2).

Quando Deus formou o homem, deu-lhe capacidade de fazer suas escolhas, ao que chamamos de arbítrio. Deus quer que o homem seja livre. Mas, quando fazemos uma escolha errada, podemos nos tornar escravos de algo ou de alguém. Veja o que a Bíblia diz sobre isso:

“Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” (Rm 6.16-18).

O Evangelho liberta o homem do poder do pecado e do poder do Diabo:

“Porque o pecado não terá mais domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mais debaixo da graça.” (Rm 6.14). “Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao Diabo e ele fugirá de vós.” (Tg 4.7).

Sujeitarmos a Deus e resistirmos ao diabo é o grande segredo da nossa liberdade. O único senhorio que o discípulo de Jesus deve aceitar sobre si é o senhorio de Jesus. Para isso, precisamos confiar em que Deus está no controle de tudo.

O novo conceito de liberdade nos leva a prática da santidade. É escolhendo a cada dia o que é bom, que vamos nos tornando parecidos com Deus, isto é, livres e santos. Não é possível ser livre, em Cristo, sem ser santo.

Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo. (1Pe 1.13-16).

Podemos logo concluir, que quanto mais parecido com Deus o homem for, mais livre será. Sua alma estará livre da maior escravidão que existe: o pecado. Será livre da pior prisão que existe: a morte eterna. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 6.23). Por outro lado a maior liberdade que pode existir é vivermos na terra como cidadãos do céu. É entendermos o mundo à luz da verdade de Deus, pela fé nas palavras do Senhor Jesus Cristo.