TANATÓS, A MORTE

“Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele.”(1Ts 4.14).

A morte é o momento extremo da vida. É o momento da desencarnação do espírito e de seu retorno para Deus. É também o momento do corpo, feito do pó da terra, retornar à terra de onde veio. “E o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.” (Ec 12.7).

Normalmente, as pessoas sofrem muito com a morte de seus entes queridos. A dor da separação é muito forte e por isso, choramos, nos lamentamos e sentimos um vazio do tamanho do lugar que a pessoa falecida ocupava em nossa vida.

Contudo, o discípulo de Jesus não deve entrar em desespero por causa do falecimento de um amigo ou membro de sua família. Deus é quem determina o momento da morte das pessoas e ele sabe exatamente o que está fazendo. Por mais que as circunstâncias se mostrem inaceitáveis, devemos confiar em Jesus que tem a vida e a morte sob o seu poder.

Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último, e o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos; e tenho as chaves da morte e do hades." (Ap 1.17-18).

Quando a pessoa que morre é um fiel discípulo de Jesus, apesar da dor, temos motivos de sobra para também nos alegrarmos porque é mais um salvo que vai descansar nos braços do Senhor e além disso, levar consigo todas as suas boas obras para galardão eterno.

"Então ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham." (Ap 14.13).

A morte do discípulo de Jesus, às vezes, é referida na Bíblia como um sono, dada a naturalidade da passagem para o porvir, daquele que vive os seus dias fazendo a vontade de Deus. Jesus refere como sono a morte de Lázaro, seu amigo, a quem Ele iria ressuscitar.

"Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. Disseram, pois, os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Mas Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono. Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto." (João 11.11-14).

O apóstolo Paulo é um exemplo de como o discípulo de Jesus tem uma visão completamente diferente das pessoas comuns quanto à morte.

"Quanto a mim, já estou sendo derramado como libação, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda." (II Tm4.6-8).

Dormir no Senhor é o momento mais sublime e feliz para aquele que aceitou as verdades do Evangelho, foi lavado pelo sangue de Jesus e viveu uma vida de serviço a Deus e ao próximo, longe da corrupção do mundo.

Certa vez, Jesus contou uma parábola para ilustrar o que acontece quando uma pessoa morre e vai para o paraíso (seio de Abrão) ou para o Hades (morada dos mortos). Nessa ocasião, o Mestre fala do sofrimento das pessoas que morrem sem salvação e da tranqüilidade daqueles que partem dessa terra para o descanso provido por Deus.

"Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente. Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras; o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras.

Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.

Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós.

Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento.

Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender. Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos." (Lc 16.19-31).

Veja que Abraão disse para o homem que estava no Hades que seus irmãos deveriam ouvir a Moisés e aos profetas, se referindo à Bíblia, ou seja, os escritos de Moisés e dos profetas, uma vez que tanto Moisés como os profetas já haviam morrido quando o Mestre propõe essa parábola.

Jesus nos ensina com essa parábola que a Palavra de Deus nos dá todas as condições de enfrentarmos com naturalidade, a morte. Há um lugar de descanso, junto a Abraão e todos e todos os salvos, preparado para todo aquele que viver conforme os ensinamentos da Palavra de Deus.