Sobre a confiança...
Não podemos viver sem confiar em alguém.
Mas confiar em alguém coloca todo o nosso bem-estar em risco.
Nós desejamos andar para fora dos muros que nos protegem dos curiosos, mas tememos cair direto nas armadilhas armadas pelos dissimulados.
E se atingirem o nosso rosto quando tirarmos a máscara? E se o incentivo para que arranquemos a fantasia seja apenas uma estratégia para estrangular a nossa autoestima nos trapos do disfarce que acabamos de abandonar?
E se a luta pra conhecer o nosso coração não passe de uma conquista barata na mão de algum fofoqueiro inconsequente?
Este medo de ser uma cobaia estudada por algum olhar maldoso nos aprisiona num mundo maquiado.
Todo este pavor tem sentido, mas nem todas as decepções tem a sua origem num esquema tão maquiavélico.
Abrir o coração é um ato de sobrevivência e as frustrações não devem aprisiona-lo num silêncio impenetrável.
Por onde entrará o ar da esperança?
Como o sol da graça aquecerá os nossos sentimentos?
Como a fé chegará até o nosso peito ferido?
Um gesto fraterno pode nos levantar do pó.
Este passo tem possíveis efeitos colaterais? Sim, é claro que tem.
Podemos ter surpresas desagradáveis? Sim, podemos.
Mas considere isso!
Não espere confidentes perfeitos!
Não imagine alianças sem conflitos.
Todo aquele que nos ajuda na cura também tem as suas doenças.
Somos médicos e pacientes.
Quando os tapetes são removidos, a sujeira aparece e o cenário já não é tão bonito.
Então, construa um caminho sincero e trilhe-o até onde o socorro mútuo gerar saúde.
Mas nunca despreze o carinho de quem lhe quer bem.
Nunca esqueça o tempo que foi dedicado a tua dor.
Nunca jogue as boas conversas no lixo.
Nunca desperdice as alegrias que foram compartilhadas.
Se despeçam com ternura e sigam os seus caminhos acreditando que cada um deu o melhor de si.
Somos gente imperfeita tentando limpar uns aos outros com as mãos sujas de lama.
Perdoe e continue o seu caminho acreditando que vale a pena amar.