O pão nosso de cada dia dá-nos hoje
Se não houvesse neste mundo a possibilidade de haver o pão de cada dia para todos, Jesus não seria tão inconseqüente ao nos ensinar a rezar:”O pão nosso de cada dia dai-nos hoje.” Deus nos ensinou também, na passagem da morte de Abel por seu irmão Caim, que nós somos, sim, guardiões de nossos irmãos. E Jesus nos exortou a dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, roupa ao desnudo, abrigo ao sem teto, cuidar do doente e visitar os presos. Logo, não posso cuidar apenas de minha vida, como se pudesse viver isolado de meu irmão. Como ter a consciência tranqüila quando sei que a minha volta há pessoas passando por tantas necessidades? Somos “cidadãos do infinito”! Estamos apenas de passagem. Só os muito fortes passam dos oitenta anos, mas a duras penas. O tempo em que vivemos neste mundo é um tempo de plantar amor, fraternidade, reconciliação e perdão. Sobre tudo o que eu possuo pesa uma pesada hipoteca social gerida pelo próprio Cristo. E Ele vai nos cobrar o uso desses nossos bens hipotecados no dia de nosso julgamento. Tenho uma irmã que uma vez me disse algo que muito me emocionou: “Não quero chegar um dia diante de Cristo com valores guardados que poderiam haver sido usados para o bem do próximo.” O verdadeiro Cristão é aquele que entende que o único bem que se leva deste mundo é o amor que houver sido plantado; e que acumular riquezas sem dar bom uso a elas é contrário aos ensinamentos cristãos.” Deus nos dá o pão de cada dia para que não falte nada a ninguém. Mas Ele faz de nós, os mais afortunados, os seus distribuidores. Por isso é que Jesus diz na parábola dos Talentos, que distribui a seu critério os dons, mas que todos devem multiplicá-los e não enterrá-los. Que Deus nos conceda a graça de, ao rezarmos o Pai-Nosso, possamos entender que somo apenas administradores de seus bens e que somos responsáveis por nossos irmãos.