Houve relâmpagos, vozes, e um  estrondo como o ribombar de trovões; em seguida, um homem de terno branco, estacionou o fusca preto na faixa que separa o céu da terra. Rasgou um bilhete de loteria e elevou as mãos em prece: ‘Senhor, tu me deste o tempo necessário para plantar e para colher, adiaste a ceifa para que minha alma atingisse a maturidade, segundo Cristo; e prolongaste minha vigília para que eu Te encontrasse, antes do entardecer de minha existência. Eis-me aqui, frágil e dependente da Tua misericórdia.
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Extraído do livro "Estrela que o vento soprou."