O amor ao próximo é o verdadeiro religare, que nos liga a Deus.
Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. (Mar 7:6). Neste versículo se mostra a resposta de Jesus a indagação maliciosa das autoridades religiosa da época. Eles vivam baseados num agir legalista que os levavam a crer no íntimo de seu coração podiam aborrecer a seu próximo, podia estar cheio de inveja e ciúmes e de oculta amargura e orgulho e, isso não importava, se cumprissem os rituais de lavar as mãos corretamente e observasse corretamente as leis a respeito da pureza e a impureza do corpo no que diz respeito ao seu exterior.
Conta-se um caso que eu não sei qual é o autor: Que um religioso ia perseguindo a uma pessoa, com uma faca na mão e o coração cheio de ódio, desejando assassiná-lo. E num determinado momento soou o chamado à oração, imediatamente ele se deteve, estendeu sua esteira de oração, ajoelhou-se, rezou o mais rápido possível, e logo se levantou e prosseguiu sua perseguição homicida. Aqui fica claro que oração foi simplesmente uma fórmula, um ritual, e uma observância externa. É por este motivo que Jesus nos chama para um discipulado que nos leva a uma radical mudança interior, e não a uma religiosidade ritualística de praticas exteriores.
Não ha perigo maior que o de uma religiosidade cheia de eitos, preceitos e preconceitos. Não há engano mais comum que o de identificar a bondade com certos atos chamados religiosos. Até porque para entendermos o que o amor devemo ter um coração arrependido, e quando se fala de arrependimento devemos ter em mente a palavra grega, metanoia que significa mudança de mente e de vida. E quando falamos de amor falamos do amor maior (Ágape). O amor vontade que nos leva a amar o nosso inimigo. Que é bem diferente dos amores eros, fíleo e storge. Amores que sempre buscam a empatia. O amor ágape busca a longanimidade que nos leva a praticar a verdadeira benignidade.
Quando buscamos mudar o nosso interior tendo como balizamento o amor que Cristo nos ensinou, ir à igreja, contribuir financeiramente, orar e estudar a bíblia, se faz algo que vai além de ritos e rituais. Pois para Deus a questão fundamental é como está o nosso coração com respeito a Deus e a seus semelhantes. E se, em nossos corações há inimizade, amargura, cobiças, orgulho, todas as observâncias religiosas do mundo não farão dele outra coisa senão um ator que atua na hipocrisia. Porque o que mais nos aproxima de Deus é o praticar do respeitoso amor ao próximo. Que cada um de nós avalie a si mesmo, e que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).