ONDE ESTAMOS?
ONDE ESTAMOS?
Já li em livros, reportagens e revistas pessoas dormindo nas ruas em baixo de marquises, mais nada se compara em defrontar com a pura crua, nua realidade.
Pessoas que contam apenas com o chão o seu colchão, o cobertor o vento, o teto o próprio céu, seu travesseiro a sua consciência.
E muitas vezes nós reclamamos de tudo. Reclamamos do nosso colchão, do cobertor, do quarto e que dormimos mal da nossa alimentação.
É uma triste situação quando nos deparamos com tal realidade. E muitas vezes evitamos até olhar e se olhamos é bem distante. Por que aos nossos olhos supostamente são pessoas perigosas, que pode nos agredir a qualquer momento. Cadê a nossa sensibilidade, o ato de fraternidade? Só lembrando que são seres humanos, pessoas que foram abandonados, esquecidas. Somos imagem e semelhança de Deus.
Mais tratamos estes como lixo, algo descartável, seres que feiura as ruas, as avenidas, com os seus odores e cores. Cadê o nosso espírito de solidariedade?
Muitas vezes somos ácidos, agressivos e poluímos o nosso interior, o ar que respiramos o ambiente que vivemos com as nossas palavras com os pensamentos atos e omissões. Causando uma grande culpa no outra. Sempre a culpa é do outro. E ai vai tornando cada vez mais esgotos fétidos, com a falta de amor, de afeto, de solidariedade e sobre tudo o amor ao próximo.
É muito triste viver sem família, viver a esmo, sozinho e esquecido, muitas vezes sendo tratado como se fizesse parte do lixo.
Ainda assim tem muita gente vivendo dentro da sua própria casa como se fosse às ruas e avenidas, esquecidas e abandonadas. As pessoas que moram nas ruas são despidas, desintoxicadas, verdadeiras. Desembrulha-se do seu próprio eu! E nós que julgamos ser cheirosos bem vestidos escondemos um lixo, entulhos que há muitos anos guardam animais peçonhentos e roedores de nossas almas.