Padres que não falam em moral


Há muitos anos eu noto que, fenômeno comum nas paróquias do Rio de Janeiro, muitos sacerdotes da Igreja Católica em suas homilias (isto é, sermões, após a leitura do Evangelho na Missa) falam de maneira insistente sobre a necessidade de partilhar, de tolerar o próximo, não ter egoísmo, não ter impaciência, a necessidade de um mundo mais justo, sem tanta corrupção, roubo, guerras e discórdias...
Chegam a lembrar que não devemos nos escravizar à internet, às novas tecnologias que acabam nos levando a desperdiçar o tempo com futilidades...
Tudo bem, mas nesses sermões que por vezes são paulificantes e água-com-açúcar estão sendo esquecidos temas importantíssimos. E um deles é a moral de costumes.
Num mundo tão pervertido e tão cheio de doenças venéreas, onde a mídia espalha a noção difusa de que todo mundo tem que transar com todo mundo, não importa quando, onde e como - e com base nisso as piores coisas encontram quem as defenda (inclusive estupro, aborto e pedofilia), nesse mundo em que a pouca vergonha é espalhada pela mídia, nas novelas de tv, nos shows realistas tipo BBB e até nas páginas pornográficas da internet que atingem as próprias crianças, num mundo onde prolifera a prostituição infantil, têm os padres o direito de silenciar sobre esse tema? Iremos retirar então, do Catecismo da Igreja Católica, o sexto mandamento, ou seja "Não pecar contra a castidade"?
Não estou é claro generalizando. Na TV Canção Nova (agora pega no canal 44 da rede aberta) vejo sacerdotes que não se omitem. Mas outros, por aí a fora, silenciam sobre o pecado da carne (que talvez seja o que mais afasta as pessoas de Deus, porque o sexo torna-se a sua divindade) como silenciam (e já falei sobre isso nesta coluna) sobre a existência do demônio.
Não se ensina a doutrina da Fé pela metade.

Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2017.