As sete colunas da sabedoria
A grande dificuldade nos relacionamentos esta na dificuldade da compreensão que as pessoas têm de produzir “ajustes” na vida relacional e trabalhar suas emoções a manter equilíbrio e chegar a um acordo para construir bons relacionamentos.
Tudo que fazemos na vida resulta da consequência dos bons relacionamentos que cultivamos. Para construir bons relacionamentos, se faz necessário uma determinação de cada um que nasceu de novo (conversão) em obter sabedoria divina que é muito mais do que obter conhecimento bíblico e técnico de algo.
Qualquer pessoa deve ser uma pessoa inteligente, mas se quiser ter sabedoria divina para construir relacionamentos é necessária uma averiguação interior; uma busca sincera para as reais motivações das ações relacionadas aos outros. A motivação refere-se aos fatores internos do individuo tais como necessidades, desejos e interesses que ativam e mantém e o comportamento para um determinado objetivo.
Na construção de relacionamentos, as emoções que se seguem estão relacionadas às perdas e ganhos que obtemos naquela relação que determinam se o resultado final será positivo ou negativo. No texto citado de II Reis 6:1-3 a motivação dos profetas era expandir, construir um novo local onde pudessem estudar a palavra de Deus. No caso do moço que perdeu o machado a emoção se sobrepôs a sua motivação. O moço clamou ao profeta: “... Ai, de mim meu senhor, o machado era emprestado”. (ler o texto II Reis 6; 7).
O medo aflitivo de ter de assumir um prejuízo (visto que um machado naquela época era de muito valor) trouxe ao coração do rapaz medo, preocupação, raiva e diferentes motivos poderiam determinar sua reação diante daquela situação. De forma resoluta e até instintiva, o profeta jogou um lenho no local onde o machado afundou. Segundos depois o machado flutuou, e o moço pode recuperar a ferramenta.
Ao construir as colunas da sabedoria divina se faz necessário compreender a natureza humana:
Ferro e madeira; dois elementos da natureza que não se ligam. Os seres humanos são semelhantes no aspecto biológico, mas não são parecidos em essência. Obtemos a força do ferro e a flexibilidade da madeira. São diferentes aspectos apesar de possuírem a mesma natureza (carne e osso). Não existe um ser humano igual o outro. O machado representa o instrumento que vai construir bons relacionamentos. O encaixe perfeito que deve existir entre o ferro e a madeira.
“Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas (Exupéry)”.
Tudo o que acontece na vida é resultado de atitudes (ações e reações)
Suas motivações ficarão encharcadas com suas emoções. (tristezas, frustrações, indignação, alegrias etc.) Somos diferentes uns dos outros assim como o ferro se diferencia da madeira (apesar de serem elementos presentes não dá liga, mas é possível ajustar). Da mesma forma como o ferro não dá liga com a madeira a natureza humana se comporta. De certa forma todos os seres humanos possuem a firmeza do ferro e a flexibilidade da madeira. São temperamentos e comportamentos diferenciados.
Não há liga. ... Na construção das colunas da sabedoria divina é preciso o “ajuste”. Só é possível mediante uma firmeza de propósitos. O ajuste do ferro (machado) e o cabo (madeira) é a forma de como podemos ter uma ferramenta útil para construir as colunas da sabedoria divina.
Para compreendermos o que seja construir sabedoria divina é preciso saber em primeiro lugar o que ela não é: “Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão e sabedoria. Mas se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” Tiago três; 13-14.
A sabedoria terrena provoca desajustes. São motivações egocêntricas em que não há espaço para o outro. Não há diálogo. Não existe a possibilidade e convivência com o outro. As ambiguidades fazem parte do ser humano. Quando não há encaixe, o ferro acaba se soltando da madeira e o final é trágico. Só um milagre para reaver a ferramenta perdida. Como as motivações são encharcadas com as emoções, nessa ação “terrena, animal e diabólica” usando a expressão de Tiago, se faz necessário identificar o sentimento pernicioso que acompanha a real motivação que provoca o desajuste. Tiago nos diz que: “Mas se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra verdade” Inveja, facção e vanglória são os sentimentos mesquinhos que produzem desajuste em qualquer relacionamento.
Recuperando o machado com o cabo.
O profeta jogou o lenho no Rio Jordão. Representa a restauração em Cristo. A cruz é o grande diferencial na vida daquele que acredita em ajustes para melhor se relacionar. Cristo é o machado que flutuou. O pecado ocasionou o desajuste, mas o fato de sua natureza humana ter sido agredida no madeiro, Ele desceu ao mais profundo do Rio Jordão. (Símbolo de Sua morte física, ao quais todos nos identificamos mediante a ordenança do batismo). Somente um homem e uma mulher renascidos em Cristo podem compreender melhor essas ambiguidades da madeira e do ferro relacionadas à natureza divina em nós mediante o novo nascimento. Somente em Cristo temos condições de lavrar as colunas da sabedoria.
“A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas”. Provérbios 9:1
“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”
1ª Coluna da sabedoria
(Pureza)
No contexto desse mundo moderno ocorre algo muito estranho, pois dificilmente existem relacionamentos puros entre pessoas de sexos diferentes. A Pior, essa malícia no ar transporta sentimentos ruins que proliferam nos relacionamentos. Toques afagos e abraços são considerados por muitas insinuações maliciosas. A pureza de coração é uma qualificação que Cristo chama de: “bem aventurados os limpos de coração porque verão a Deus.” Num mundo em que até as crianças são vítimas de abusos sexuais, o que sobra, senão a desconfiança? A poluição pornográfica distorce o verdadeiro sentido do sexo, trazendo a reboque desajustes na família. Seja puro. Tenha uma visão renovada da vida. Afaste-se da malícia.
2ª Coluna da sabedoria
(Paz)
A pergunta que eu quero que você responda é: Eu tenho paz com as pessoas em meu redor? Há paz em minha casa? A resposta para esta pergunta é muito importante. Pois, a partir da paz dentro de casa, podemos garantir que haja um processo de expansão da harmonia em outras áreas de nossas vidas nos relacionamentos com as outras pessoas. Ou ao contrário, às vezes há paz em casa e não há paz fora dele, quando isto acontece olhamos para nosso lar como um porto seguro, como um lugar onde seremos abençoados, agraciados, onde o refrigério de Deus será manifesto através da família abençoada em seu viver. Uma família pacificada pela paz de Cristo conduzirá essa paz a outras pessoas que se encontram em desarmonia. Tenha a paz de Cristo que ultrapassa a todo o entendimento. Livre-se das picuinhas que lhe tiram a paz.
3ª Coluna da sabedoria
(Moderação)
A melhor definição para definir a moderação é o afastamento de todo e qualquer excesso. Há de ter equilíbrio em tudo que fazemos nessa vida. Há muitos desajustes na vida relacional por causa dos excessos. Não há nada que seja bom que tenha que perdurar sempre e nem um mal permanece para sempre. A moderação exige disciplina para se conter naquilo que extrapola. Um exemplo: Muitos dos consumidores sentem imediatamente efeitos agradáveis logo que ingerem bebidas alcoólicas: prazer, desinibição e conviabilidade. No entanto a maior parte das pessoas que as consomem com moderação consegue-no fazer deste modo durante toda a vida. Mas quando não há moderação surgem doenças e o alcolismo se torna uma doença.
4ª Coluna da sabedoria
(Afabilidade)
No exercício da afabilidade e da doçura, atrairá em teu favor as correntes da simpatia. Quem se compadece de todos e guarda, acima de tudo, a boa vontade e a sinceridade no coração terá a doçura como companheira inata nos seus relacionamentos. Ser afável não significa sorrir o tempo todo, isso porque até na maldade existe o sorriso de sarcasmo. Afabilidade não significam beijos, pois Judas foi enganado pela própria paixão. Sorrisos e palavras podem estar simplesmente nas atitudes de servir. Na alegria ou na dor, ou no silêncio, no estímulo que se dá ao outro acende a luz do amor no coração e age com bondade. Seja um iluminado em que a luz da afabilidade se acenda no coração de quem convive com você. Evite a escuridão do mau humor. Não seja irritante e nem sarcástico. Procure ser afável como porto seguro das pessoas que necessitam ancorar em terra firme.
5ª Coluna da sabedoria
(Misericórdia)
A lei de Deus precisa ser absorvida no coração para que surjam resultados no caráter. “Oh! quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia” Salmo 119.97. No capítulo 7.1-5, Jesus apresenta essa lei da vida cheia da graça de uma forma simples de ser interpretada, ou seja, deve haver uma absorção mental do princípio nela inserido. Deve haver esforços para se obtiver um espírito misericordioso. Misericórdia é um ato de extrema paciência. Quanto mais desenvolvermos a paciência como uma virtude em nossa vida, mais misericordiosos seremos. Aliás, entre todas as bem aventuranças pronunciadas por Cristo no sermão da montanha, essa é única que contém retorno como forma de semeadura. Quem exerce misericórdia encontrará misericórdia. Seja misericordioso, aprenda a exercer misericórdia e no tempo que dela precisares, encontrará.
6ª Coluna da sabedoria
(Imparcialidade)
A imparcialidade é uma balança onde devemos pesar nossas decisões nas circunstancias que vivemos. Isso, em qualquer área da vida. Em todas as questões existem dois lados. Em todo conflito existem culpados e inocentes. Não existem 100% de culpa em apenas um lado. Ser parcial em um julgamento torna a injustiça à marca maior de quem age de forma parcial. Tiago nos ensina que uma das colunas da sabedoria é ser imparcial nos julgamentos. Aliás, a Bíblia proíbe-nos de julgar-nos uns aos outros. Todo o primeiro domingo do mês as igrejas se reúnem para celebrar a ceia do Senhor. Nessa ordenança maior da comunhão há sempre um conselho bíblico. “... Examine-se o homem a si mesmo.” Quem examina a si mesmo evita julgamentos sobre os outros, pois sabe que será julgado com a mesma medida que julga. Mas, se porventura tiver que avaliar qualquer circunstância na vida deverá ser imparcial; pesar os prós e os contras e tomar uma decisão bíblica que acima de tudo, tal decisão tem uma balança que é o amor. O amor nunca condena, sempre perdoa!
7ª Coluna da sabedoria
A sabedoria que do alto vem... ...”Sem hipocrisia.” Tiago 3; 1-17.
Hipocrisia tem a sua origem numa palavra grega que significa “mascara”. Num sentido de melhor assimilar, uma pessoa hipócrita é aquela que não é verdadeira. Nesse sentido, uma das colunas da sabedoria é procurar ser verdadeiro e honesto. Ser uma pessoa transparente e honesta em todos os aspectos da vida cria um fluxo de vida e de confiabilidade nos relacionamentos. Credibilidade você constrói no período de tua vida. Demora tempo, energia, fidelidade, compromisso. Amar sem ter compromisso de ser verdadeiro vale tanto quanto o ódio. A credibilidade de uma pessoa é construída durante uma vida inteira, mas pode ser destruída em minutos por causa de ações não pensadas e precipitadas.
Conclusão
Lembre-se algo fundamental ao ler essa mensagem. O Moço bradou desesperado quando o machado caiu no rio por falta de ajustes. Ai meu senhor, era emprestado. Tudo que recebemos neste tempo que vivemos é emprestado. Nada que temos ou possuímos é nosso. Um dia teremos que estar diante de uma nu e crua realidade. Vamos partir desse mundo e isso é inevitável. A única coisa que levaremos dessa vida é amor que deixamos no coração das pessoas que aqui ficarem. É a única bagagem que levaremos. “O Amor que nunca morre como disse o poeta Mario “Quinta “ A amizade é um amor que nunca morre”. A cruz é o maior lição de ajustes que devemos ter com as pessoas que amamos para construir relacionamentos ajustados.
Nele em que somos o que somos, porque Ele É quem É.