A vida corporal é  imitação do devir, em outras palavras: uma ficção da realidade desconhecida. Tudo é ficção, até mesmo o ir e vir da vida, é  uma ficção e não consiste e ressurreições sucessivas, mas, ressurreição, pois, o homem morre uma só vez.
— Não compreendo. Lázaro morreu duas vezes e ressuscitou.
— Lázaro não ressuscitou. Foi reavivado.
— Esta fé não cabe em mim.
— Fé é  como um grão de mostarda. Cabem centenas em um dedal.
— Creio que Deus pôs o universo inteiro num dedal.
— Então, não pode Ele  te dar uma fé capaz de remover montanhas?
— Montanhas são obstáculos. Pedras de tropeço no caminho.Não sei quando a ficção esbarra na realidade nem aonde a hipérbole se choca com as paredes alegóricas da verdade.
— Ora, Bob!  Não há círculo quadrado, nem quadrado redondo. Quando estamos diante da verdade absoluta, o devir acontece. E não precisa compreender. Basta crer.

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Adalberto lima.
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