E QUANDO VIER A TEMPESTADE?

Mt.7:24-29

Quando Jesus falava era diferente de tudo e todos, as pessoas realmente ficavam admiradas, chegavam mesmo a ficarem fora de si, e por muito tempo, isso é o que deixa claro a força do verbo na língua original de Mt.7:28 "Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina". A razão certamente estava no fato de ser visto como um homem simples, que se misturava ao povo, não era um pomposo escriba ou fariseu, e mesmo assim, suas palavras deixavam a todos em suspensão, havia um autoridade nelas nunca antes percebida (v.29).

E por meio desta autoridade o Mestre dos mestres conclui seu famoso sermão com mais uma uma de suas parábolas, por meio dela mais uma vez diferencia seus seguidores, ou suas ovelhas (Jo. 10), daqueles que apenas querem seus favores e bênçãos, dos que não passam de bodes ou joio. Para que não houvesse dúvida, em várias ocasiões Jesus fez isso, por exemplo, no mesmo capítulo, alguns versículos antes falou dos dois tipos de árvores, falou dos que entram pela porta estreita e dos que preferem o comodismo da porta larga, em outros lugares falou de trigo e joio, ovelhas e bodes, etc.

Aqui temos dois construtores, dois homens que faziam obras semelhantes, usavam o mesmo material, construíam, provavelmente na mesma região, estavam sujeitos às mesmas tormentas, tempestades e ventos, entretanto havia numa única diferença, que fez toda a diferença, o terreno.

Começando pelo segundo, podemos notar que ele escolheu um terreno aparente, na época da seca a terra parecia ser firme, não havia água e o rio estava distante, deu-se por satisfeito, "Aqui está ótimo!" Deve ter falado, ou pensado, o Senhor o chamou de insensato, aquele que não é são, aquele que age de modo inconsequente, ou seja, alguém que literalmente não pensa antes de agir, e investiu todo seu esforço em uma construção sem uma base, fundamento, alicerce sólido, em suma é um irresponsável. Obviamente, seu final será trágico, o Mestre afirma que sua ruína será grande (v.27).

A quem poderíamos comparar este homem hoje? O que mais se parece a um terreno ilusório que uma vida ilusória? Uma vida cheia de aparências, cheia de simulacros, meias verdades, que não passam de grandes mentiras disfarçadas. Como um amigo me escreveu, o mundo virtual de hoje é cheio de emotions sem emoção, é pura ilusão, pura aparência de um mundo cada vez mais doente, que maqueado parece santo, belo e perfeito nas fotos do Facebook, zap ou instagram. Falando de amor sem amar, falando de fé sem crer, falando de santidade na prisão da promiscuidade, falando do perfeito lar sem as mazelas mostrar. O "evangelho" pregado por aí não tem como produzir cristãos maduros, que chegam à "perfeita varonilidade" (Ef.4:13), porque só produz crianças, eternos Peters Pans da fé que insistem em ser como as filhas da sanguessuga, dá dá. No mundo da "Matrix" estão acomodados em receptáculos confortáveis enquanto suas mentes estão presas à ilusão de um mundo cor de rosa e sem dor. Neste mundo a prática do discipulado não se faz necessário, basta a aparência, basta o solo de areia firme. Até que venha a chuva.

Por outro lado, em várias partes do mundo, cristãos estão vivendo o Evangelho. Nestes lugares, principalmente, em países dominados pelo islamismo, não é possível viver de ilusões, de simulacros, não é possível construir casas sobre a areia, lá as tempestades não cessam, somente aqueles que de fato conhecem e constroem sobre a Pedra angular, a Rocha, o Fundamento podem permanecer de pé (Is.28:16; ICo. 3:11;IPe. 2:6).

No Brasil há muitos brincando de ser cristãos, há muito cristianismo virtual, simulado. É preciso conhecer mais o Fundamento que é Cristo, conhecer é relacionar-se, é ir após Ele, é seguir seus passos, é ouvir a voz do pastor. Apenas frequentar templos não é ser cristão, apenas usar o evangeliquês no dia a dia é insuficiente. É preciso saber que a chuva, os ventos e a tempestade ainda virão. Quantas casas ficarão de pé?

Edson Ázara
Enviado por Edson Ázara em 27/07/2017
Reeditado em 15/04/2020
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