PERDIDO NA CASA DO PAI

Estava pensando na história do filho pródigo – sempre se fala muito no filho que saiu de casa e desperdiçou tudo o que seu pai lhe deu, porém fiquei refletindo sobre o filho que ficou em casa... enquanto o filho que saiu desperdiçou ( e é isso o que significa pródigo – desperdiçador) a herança dada pelo seu pai, o filho que ficou em casa tratou de trabalhar o quanto podia para seu pai; entretanto ambos tinham seus erros, enquanto um desperdiçava outro se escravizava – um pecava por desvalorizar a herança e outro pecava por supervalorizar a herança. Enquanto um era relapso o outro fanático, o que se fora não tinha apego a nada e o que ficou era por demais apegado a tudo, diga-se de passagem apegado as coisas materiais... ambos estavam equivocados. Mas geralmente achamos por bem falar mal do pródigo gastador, mas o que ficou em casa estava tão perdido quanto o filho mais novo que se fora...

O filho mais velho ao perceber o retorno do mais novo e observando a alegria do pai ao recebe-lo de volta, fica irado com a atitude do pai em banquetear a chegada do “perdido”... ora se aquele estava perdido, este por sua vez se perdera sem sair de casa pois ficou enciumado, irritado ou até mesmo irado e demonstra isso reclamando com o pai... sempre estive contigo e nunca me deste um novilho cevado para que banqueteasse com meus amigos; no qual o pai respondeu, filho tudo o que é meu é teu...

Que triste realidade, até naquele instante ele agia e pensava como um empregado e não como um filho, quanto tempo servindo ao pai com o interesse de ser observado pelo pai por causa do serviço prestado, sendo que o pai nem tinha dado atenção a ele porque sabendo que era um filho obediente e que estava em casa, dirigiu sua preocupação àquele que encontrava-se perdido. Quanto tempo ele desperdiçou, deixou de ter momentos únicos com o pai, só ele e o pai dentro de casa e ele nunca tinha ido para o colo do pai, nunca tinha dialogado com o pai, nunca havia declarado que gostaria de fazer um banquete para seus amigos; servia o pai e obedecia ao pai com um coração de empregado não com um coração de filho, não procurava o pai para comunicar seus anseios, sonhos e desejos... esperava que o Pai lhe oferecesse algo que o pai nunca ouvira ele dizer que queria.

Quantos estão assim dentro de nossas igrejas... servindo o Pai com um sentimento apenas de servo e não de filho... sendo que Jesus mesmo disse, já não vos chamo de servos, mas tenho vos chamado de amigos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas chamei-vos de amigos porque lhes fiz revelado tudo o que recebi do meu Pai. Pai e filho não tem segredos, há um relacionamento íntimo entre filho e Pai, Pai e filho. Existe comunicação e intimidade e com isso há reciprocidade em conhecimento e então há completude de sentimentos. Quantos estão perdidos na casa do Pai pois não se posicionam como filhos, ficam a mendigar as migalhas que caem da mesa do Pai, sendo que tem todo o direito de sentar-se à mesa. Ora se um empregado tem direito a seu salário e a admiração do seu patrão se for bom e dedicado em seu trabalho, quanto mais terá direitos muitos maiores se for um filho obediente e amoroso ao Pai? Veja, o filho que se fora, sabia que os empregados da casa do pai eram bem recebidos e acolhidos pelo pai, então ele pensa em voltar pra tornar-se um trabalhador do pai, ele nem pensa em receber o direito de filho pois reconhecia seu pecado, mas o que estava em casa mesmo sendo obediente e servidor ao Pai não reconhecia sua posição de filho. Muitos cristãos dentro de nossas igrejas se frustram ao ver a alegria de um que volta para casa do Pai e é abençoado e feliz, ficam a se perguntar, estou aqui na igreja a tantos anos e nunca fui feliz, Deus não me ouve e muito menos me responde, tenho servido a Deus com fidelidade e estou a tantos anos orando por uma benção e ainda não recebi... sabe porquê? Porque a posição está equivocada... está pedindo como empregado e não como filho... empregado pede conforme seu serviço prestado, filho pede com autoridade de filho, reivindicando sua posição diante do Pai...não pede como uma esmola ou um benefício, mas como uma herança um direito adquirido pelos laços consanguíneos que os une...

SE POSICIONE COMO FILHO e você será abençoado, estará desfrutando das benesses do Pai e receberá a atenção dele como filho.

Nira de Andrade
Enviado por Nira de Andrade em 15/01/2017
Código do texto: T5882730
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