Dobrou-se na barriga da mãe como se fosse ‘o Mozart da poesia’. Tinha vinte anos, mas não agora.
—Pode um homem voltar ao ventre de sua mãe e nascer de novo?
— No mundo espiritual pode. No ficcional também. Basta olhar para dentro de si mesmo. Tornar-se lua em quarto crescente, e quando estiver totalmente voltado para o Sol, o coração estará cheio de luz. O mistério faz parte da viagem ao invisível, onde acontece o encontro da ficção com a realidade, do natural com o sobrenatural. Ora, se Fernão fez regressão ou foi levado em espírito ao dia de seu batismo, não se sabe. Sabe-se que neste mergulho ao desconhecido, seus olhos viram seu corpo assim que plasmado no ventre da mãe, curvado como um beato em genuflexão.
— Muito boa essa: Lua em quarto crescente!... Afinal, quem é Fernão?
— Tu não o conheces ainda. Nem eu. Só o Onisciente sabe das coisas, antes que elas aconteçam. Quando te aproximares da luz, teu coração será uma lua em quarto crescente, sempre crescente, até chegar à plenitude dos tempos.
***
Adalberto Lima - recortes de Estrada sem fim...
—Pode um homem voltar ao ventre de sua mãe e nascer de novo?
— No mundo espiritual pode. No ficcional também. Basta olhar para dentro de si mesmo. Tornar-se lua em quarto crescente, e quando estiver totalmente voltado para o Sol, o coração estará cheio de luz. O mistério faz parte da viagem ao invisível, onde acontece o encontro da ficção com a realidade, do natural com o sobrenatural. Ora, se Fernão fez regressão ou foi levado em espírito ao dia de seu batismo, não se sabe. Sabe-se que neste mergulho ao desconhecido, seus olhos viram seu corpo assim que plasmado no ventre da mãe, curvado como um beato em genuflexão.
— Muito boa essa: Lua em quarto crescente!... Afinal, quem é Fernão?
— Tu não o conheces ainda. Nem eu. Só o Onisciente sabe das coisas, antes que elas aconteçam. Quando te aproximares da luz, teu coração será uma lua em quarto crescente, sempre crescente, até chegar à plenitude dos tempos.
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Adalberto Lima - recortes de Estrada sem fim...