Jamais podemos ou poderemos adiantar o relógio de Deus.

Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata. E, desse momento em diante, buscava ele uma boa ocasião para o entregar. (Mat 26:14-16). Essa passagem nos ensina algo que ainda acontece nos dias de hoje, é certo que Judas Iscariotes traiu Jesus o vendendo por trinta moedas. Este valor segundo os historiadores era um valor irrisório. Era um valor que se pagava por um escravo mediano, e foi o preço da escravidão eterna de Judas Iscariotes na memória humana. E quando nos atentamos mais profundamente na razão pela qual ele fez isto surgem várias possibilidades, mas três delas são mais razoáveis.

1 – A Avareza; João em sua narrativa do Evangelho diz algo sobre Judas Iscariotes quando este critica Maria, por untar os pés de Jesus com o precioso balsamo: Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava. (Joã 12:6). Aqui ele deixa expressar um pouco do seu caráter humano. E se o motivo foi o da ambiciosa avareza. Ficou expresso e impresso na história da humanidade o mais triste exemplo onde a ambição e a avareza venceu o amor no coração de uma pessoa. O triste é que mesmo diante deste desastroso exemplo muitos de nós ainda segue solidários a desmedida ambição, e a malfada avareza. E mesmo sem perceber vendemos o amor de Cristo por menos de trinta moedas, e isto acontece quando nos deixamos levar pelo egocentrismo.

2 – O ódio; Judas iscariotes pode ter sido levado pela desilusão e nutrido um ódio profundo por Jesus, por Ele não ter sido o tipo de líder politico que ele esperava que fosse. E isto aconteceu porque os judeus sempre tiveram seus sonhos de poder e grandeza. Portanto, havia nacionalistas raivosos que estavam dispostos a fazer algo em matéria de assassinatos e violência a fim de expulsar os romanos da Palestina. Segundo os historiadores estes nacionalistas recebiam o nome de sicários, (Os que portam uma adaga), porque seguiam uma política deliberada de assassinato. Pode ser que Judas tenha sido um sicário, que tenha visto a Jesus como um líder enviado do céu que, que com seus poderes poderia liderá-los em uma guerra que os levariam a grande vitória sobre os romanos. Mas como Jesus primava pelo reino dos céus e não o da terra e estava quebrando os paradigmas veio a desilusão e o ódio nasceu em seus corações. E em sua amarga desilusão a devoção de Judas Iscariotes, tornou-se desengano e o desengano tornou a devoção em ódio, um ódio que o levou a procurar a morte de Jesus de quem ele tinha esperado tantas coisas. E aqui entendemos que Judas odiava Jesus, porque Ele não foi o Cristo que ele queria que fosse.

3 – Judas queria apressar as coisas. Pode ser que Judas jamais tenha desejado a morte de Jesus. Pode ser que, como já estudamos, Judas tenha visto em Jesus o líder divino. Pode ter pensado que Jesus estava se movendo com muita lentidão, e que da injusta cruz Jesus se levanta-se derrotando os romanos. Pode ter traído a Jesus com a intenção de obrigá-lo a agir. E quando viu que seu plano não dera certo a desilusão deu lugar ao desespero e então ele recorreu ao suicídio. E hoje ainda muitos de nós queremos apressar os planos de Deus em nossas vidas.

Seja qual for a interpretação que dermos a esta triste tragédia desta atitude de Judas Iscariotes. Uma coisa se faz certa é que Judas Iscariotes se recusou a aceitar a Jesus tal como era e pensou que poderia transformá-lo no que ele queria que fosse. Nos dias de hoje ainda vemos muitos de nós querendo converte Jesus, quando na realidade nós é que temos que converter-nos a Jesus. Não somos que podemos encaixar Jesus em nossa fôrma, e sim Jesus Cristo que nos molda a sua forma. Nunca podemos usar a Jesus para nossos próprios fins; devemos nos submeter a Ele para que Ele nos use para seus fins. Invés de pormos Jesus em nossos projetos, devemos nos dispor a fazer parte do projeto de Jesus. Pois uma coisa é certa jamais podemos adiantar o relógio de Deus. A tragédia de Judas é a mesma de todos os seres humanos que pensou e pensa que sabia ou sabe mais que Deus. Que a paz de Cristo Jesus seja a mentora de nossas consciências.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 05/03/2016
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