Tudo quanto, pois, quereis que os outros vos façam, façais. (A sua ação em nós).
Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas. (Mat 7:12). Em outra feita estudamos a importância desta regra áurea do ser Cristão, agora estudaremos o seu efeito em nossa vida. Podemos levar uma vida governada pela inércia onde diremos orgulhosos: Eu não faço mal a ninguém: eu não prejudico a ninguém; eu não roubo, não sou corrupto e nem corruptor, ou seja, eu não faço nada de mal, mas isso é o dever do ser humano comum e até os animais que carecem de raciocínio praticam isso. E se seguimos a vida assim estaremos fadados a inutilidade do não fazer. Quando praticamos forma negativa da regra áurea, é como se ficássemos desobrigados de fazer alguma coisa a outrem. Mais ainda, a forma negativa da regra áurea, envolve somente o não fazer certas coisas, significa evitar certas ações. Nunca é tão difícil não fazer algo. O não ferir a outros não é o fundamental princípio do amor Cristão, antes é o princípio da legalidade.
Um princípio que pode ser observados pelos que não acreditam em nada nem têm nenhum interesse pelo bem-estar de outrem. A pessoa poderia abster-se de fazer o mal a outros, e entretanto não ser mais que uma pessoa inútil para seus semelhantes. Pode-se satisfazer a forma negativa da regra áurea, limitando-se a inação. Com não fazer absolutamente nada, evita-se quebrantar esta norma, de maneira perfeita. A bondade que consiste em não fazer nada seria uma total contradição de tudo o que significa a bondade Cristã.
E, é aqui que notamos a diferença entre a forma positiva e ativa da regra áurea, e a negatividade e a inatividade da forma negativa onde impera o não fazer. Quando nos empenhamos no praticar da forma positiva da regra áurea, quando primamos por obedecer a ordem de Jesus, que nos ensinou de forma vívida e vivida, que devemos fazer a outros o que queremos que eles nos façam, entra em nossas vidas um novo princípio, e a nossa vida sai da inércia e principia um movimentar onde vida gera vida, e, eis aqui o início da vida eterna. Porque nós começamos a nos assemelhar a Cristo Jesus que sempre primou em fazer. É evidente que o praticar da regrá áurea não se faz fácil; porque quando nos ocupamos em fazer a outros o que queremos que façam a nós não sobra tempo para satisfazer os nossos desejos. Mas aquele que se diz Cristão deve ser dominado pelo princípio positivo desta regra em todos os aspectos de sua vida no lar, na fábrica, no ônibus, no escritório, na rua, no trem, nos lugares de recreação, e em todas as partes. Porque ser Cristão é moldar-se a imagem de Cristo.
E o moldar-nos a imagem de Cristo, torna vívido em nós o amor, e a nossa vida passa a firma-se no devo fazer. E a cada passo deste ativo caminho nos tornamos mais parecidos com Deus Pai e entendemos o que Jesus quis dizer quando afirmou: Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também (João 5:17). E aos pouco vamos nos transformando em um novo ser, e, é aqui que precisamos da ajuda do Espírito Santo, devemos pedir Ele que nos fortaleça no amor. Para que nos distanciemos da antiga e inerte atitude de quem afirma: “Não devo fazer mal a ninguém”. E nos aproximemos da atmosfera Cristã, onde firmados no amor, afirmamos: “Devo fazer todo o bem que eu puder, e levar o praticar do amor onde eu estiver.” Fazendo primeiro em nós a revolução do bem que tanto queremos ver no mundo. E este bem-fazer ao próximo transforma o nosso interior tornando-nos imunes aos males da vida. Porque é bem verdade que se todos os Cristãos empenha-se nisto teríamos um mundo melhor. E a vontade Deus se faria aqui na terra, e num tempo imediato viveríamos a vida eterna, porque a vida eterna não consiste em somente viver para sempre, mas sim fazer parte da vida de Deus.
(Molivars).