O batismo com fogo
“Tira da prata as escórias, sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4 Essa metáfora refere-se ao ser humano que, como a prata em seu estado bruto demanda purificação antes de ser utilizável, igualmente, requer a purificação da alma, se, tencionar ser de alguma utilidade ante O Senhor.
Alguns entendem mal a João Batista quando disse que, O Messias que o sucederia batizaria com o Espírito Santo e com fogo, como se isso tratasse de evento único. São duas coisas distintas. Batismo com o Espírito Santo, parece que a maioria está inteirada do quê, significa; porém, o batismo com fogo é que passa despercebido.
Não importa a gama de vícios, maus hábitos da vida pregressa, se, ao ouvirmos A Palavra, formos movidos pelo Espírito em direção ao arrependimento, confissão, seremos perdoados, salvos; teremos “nascido de novo”. Porém, após esse venturoso passo, nossa consciência, antes, cauterizada, adormecida, se faz viva novamente, e, posto que ainda cometamos pecados, não mais o fazemos “sem culpas”, como fazíamos antes.
Esse “incômodo” é ação do Espírito Santo, trabalhando na prata ainda bruta, visando a purificação. Deveria bastar o ensino da Palavra, mas, infelizmente, não é assim. Precisamos o concurso de experiências dolorosas; bebermos o chá de folhas amargas das consequências de alguns pecados, para que, os acreditemos maus, como A Palavra diz que são.
Essas aflições, são nosso “batismo de fogo”, onde O Senhor derrete a natureza bruta, para separar escórias dos maus hábitos, da prata da alma renascida. Isaías ensina: “Eis que te purifiquei, mas, não como a prata; purifiquei-te na fornalha das aflições.” Is 48;10
Paulo também alude à prova de fogo que sucede à profissão de fé dos cristãos; ouçamos: “se alguém sobre este fundamento ( Cristo ) formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará qual a obra de cada um. Se, a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse, receberá galardão.” I Cor 3; 12 a 14
Vemos que é possível, mesmo sobre fundamento precioso edificar com material vil; assim ocorre, quando, invés de basearmos nossa fé estritamente sobre A Palavra de Deus, anexamos preferências naturais, tradições, costumes humanos. Essas coisas equivalem aos materiais combustíveis, madeira, feno, palha, não resistem ao fogo. Noutras, palavras; na hora das provações, apenas de Deus e sua Palavra vem Socorro veraz, vão é o socorro do homem.
Assim, mensageiros espirituais verazes são auxiliares do Espírito, quando, usados por Ele, incendeiam o coração dos pecadores com mensagens de arrependimento. O quê, há de errado com a exortação, arrependei-vos?? Nada, é Bíblica; foi usada por João Batista, Jesus, Pedro, Paulo... então, por quê, caiu em desuso ultimamente? Não sei. Talvez a igreja moderna tenha descoberto um veio de prata de uma pureza tal, que nem demande purificação; saia de origem pronta para o uso final.
Na verdade, a imensa maioria dos pregadores da moda não foi comissionada por Deus; é feita de mercenários, egoístas, e seus mesquinhos alvos. A motivação dessas igrejas-empresas, passa a ser atrair “clientes”, e, mensagens de arrependimento podem “produzir” pouco. Melhor que “culpar” pecadores é fazê-los sentirem-se bem no ambiente. A prata está bruta, amalgamada às muitas escórias, o máximo que tais “pregadores” conseguem é lançar sobre ela as águas poluídas da bajulação, das promessas fáceis.
Porém, quando advogo a necessidade de fogo para derreter corações, não entendam, por favor, as criancices que tanto se vê em determinados ambientes, onde grassa a desordem, balbúrdia, como se fosse manifestação de poder espiritual; não falo disso, antes, do “martelo que esmiúça a penha” a Palavra de Deus na unção e autoridade do Espírito Santo, que incendeia corações, como fez com dois discípulos, O Mestre, a caminho de Emaús.
Ademais, a exortação ao arrependimento tem um lado muito positivo que devemos explorar; significa que Deus ainda está perdoando, que resta um tempinho aos pecadores. Como seria se nossa sina fosse como a de Esaú quando desprezou a primogenitura? “Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas buscou"; Heb 12; 17
Então, enquanto a Arca não foi fechada por fora, se pode entrar. Digo, enquanto O Eterno ainda requer arrependimento, o faz, porque oferece perdão. Nosso trabalho, dos pregadores, não é fazer você se sentir bem; antes, quanto mais mal, melhor; pois, só assim, antevendo os horrores da perdição, estarás sedento pelo refrigério de Cristo.
Depois de nos purificar, O senhor nas faz instrumentos para depuração de outros. “Prata escolhida é a língua do justo; o coração dos perversos de nenhum valor.” Prov 10; 20